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A carruagem deslizava suavemente pela estrada coberta de neve, deixando um rastro quase imperceptível em seu caminho.

Sua presença imponente dominava a paisagem, contrastando de forma marcante com a brancura vívida que a cercava.

Cada detalhe do veículo parecia ter sido meticulosamente projetado para evocar uma aura de mistério e ocultismo. As linhas elegantes e sinistras revelavam a natureza enigmática da carruagem, enquanto a madeira escura e polida brilhava suavemente sob a luz pálida da tímida lua.

Ornamentos em prata adornavam a carroceria, conferindo-lhe um toque de sofisticação sombria.

A paisagem ao redor era um cenário de inegável beleza gélida. As árvores nuas, erguendo-se como esqueletos cobertos de neve, pareciam testemunhas silenciosas de segredos antigos. A brisa gelada soprava com suavidade, fazendo com que os flocos de neve dançassem no ar antes de pousarem silenciosamente no solo.

O ambiente era dominado por um silêncio quase sagrado, quebrado apenas pelo som abafado dos cascos dos imponentes cavalos negros, cujas pegadas deixavam marcas profundas na neve imaculada.

Sob os panos escuros que envolviam as outras duas carruagens, ecoavam choros baixos e sussurros misteriosos. O ar estava impregnado de melancolia e segredos insondáveis, criando uma atmosfera arrepiante que fazia os cabelos se eriçarem.

Foi então que a carruagem parou.

O cocheiro da primeira carruagem, coberto por uma capa escura, caminhou até a carruagem de trás, com suas botas pesadas afundando na neve. Deu dois golpes leves de punho cerrado na lateral e a porta da carruagem abriu, saindo lá de dentro mais dois homens vestidos de preto da cabeça aos pés.

— Desçam de vagar, chegamos — disse o cocheiro.

Uma criança Elfa desceu, seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar e com marcas de machucados visíveis em seu rosto. Suas mãos e pés estavam amarrados com grilhões, e suas vestimentas eram meros trapos que as deixavam expostas ao frio implacável.

A cena se repetiu com as outras crianças que desceram em seguida, totalizando quinze ao todo. Entre elas, havia meninos e meninas de diferentes raças, incluindo Elfos da Floresta, Elfos Negros e até mesmo algumas crianças humanas.

A outra carruagem também se abriu, revelando mais crianças nas mesmas condições lamentáveis. No entanto, uma delas parecia estar mais ferida do que as outras, um jovem garoto humano que mal conseguia se sustentar em pé.

Seu corpo cedeu sob o peso da exaustão, e ele desabou na neve, respirando com dificuldade e emitindo suspiros pesados.

— Levanta logo, garoto — disse o cocheiro.

Ele não conseguia, estava fraco demais.

— Por que a gente não o mata e o enterra em algum lugar qualquer? — indagou outro homem.

— Toda criança é importante, agora vamos, eu levo o garoto.

O cocheiro agarrou o garoto pelo colarinho e o levantou, colocando-o em seus ombros enquanto as outras crianças assistiam horrorizadas.

Em silêncio, o grupo começou a caminhar em direção à densa floresta, acompanhado pelos outros homens que os escoltavam. Após aproximadamente meia hora de caminhada, atravessaram uma ponte de pedra vigiada por dois homens e, ao adentrarem a área protegida, puderam ver uma dúzia de guardas ocultos entre as árvores circundantes.

Ao atravessar a ponte, foi como se tivessem entrado em um plano completamente diferente, onde o ambiente se tornou quente e acolhedor, com um clima primaveril vibrante. À frente, avistaram várias casas bem construídas, feitas de madeira de alta qualidade, que pareciam estar cheias de vida.

As crianças ficaram surpresas ao verem outras crianças no local, mas logo perceberam que algo estava errado ao fixarem seus olhares vazios e desprovidos de emoção, um olhar completamente morto.

A maioria daquelas crianças estava acompanhada por adultos, homens e mulheres vestidos com roupas luxuosas e caras, cujos sorrisos nunca se desvaneciam dos lábios, enchendo o ambiente com risadas histéricas.

Ao fundo, quase inaudível, podia-se ouvir ocasionalmente o choro solitário de uma criança, juntamente com o sussurro angustiante chamando pelos pais.

O cocheiro conduziu as crianças até uma imponente casa de madeira, que se destacava pela sua grandiosidade em meio à vila.

A estrutura era robusta, feita de tábuas de madeira escura que conferiam uma aparência sólida e duradoura. O telhado inclinado estava coberto por telhas de argila, dando um toque rústico ao conjunto.

Ao adentrarem a casa, as crianças se depararam com um ambiente acolhedor e bem iluminado. Os cômodos eram decorados com móveis elegantes e detalhes ornamentais, revelando a prosperidade e o bom gosto de seus residentes.

Nas paredes, havia tapeçarias coloridas representando cenas da natureza e retratos de crianças emoldurados com requinte.

No centro da sala principal, havia um trono majestoso, posicionado sobre um estrado elevado. Nele, um homem grande e corpulento estava sentado. Sua presença imponente era realçada por sua vestimenta luxuosa e adornos dourados. Ao seu redor, outras crianças bem vestidas serviam-lhe com deferência, atendendo a seus desejos com uma mistura de submissão e temor.

A atmosfera na sala era tensa, com um sufocante ar de opressão. Os olhares das crianças que serviam ao homem grande e corpulento revelavam tanto medo quanto uma espécie de obediência forçada.

Eram crianças com expressões vazias, cujas vestimentas contrastavam com a natureza sombria do lugar, criando um contraste perturbador entre a aparência de bem-estar e a realidade de suas circunstâncias.

— Vocês demoraram desta vez — disse o homem corpulento fumando um cachimbo. — Problemas com a rainha?

O cocheiro jogou o garoto no chão.

— Ela tem ficado de olho em nosso senhor, não dá para ser como antes. — Ele olhou para as crianças. — Essa é a nova leva, dê um jeito de cuidar delas e vesti-las, algumas já tem um comprador.

— Claro, claro — puxou a fumaça do cachimbo e a soltou. — Vão dar um jeito na família real? Se isso continuar, os negócios serão prejudicados ainda mais. Não é fácil tomar o lugar do falecido Duque Otto.

— Providências já estão sendo tomadas, não se preocupe. Logo todo o problema com a família real será apenas uma lembrança ruim.

— Acho bom — puxou fumaça novamente, olhando para todas aquelas crianças. — Você aí, o humano de cabelo escuro, dê um passo à frente.

O garoto, magro com maçãs marcadas no rosto, se aproximou enquanto o homem corpulento assoprou fumaça em seu rosto.

— Você será minha companhia de hoje. — Olhou para suas servas. — Deem um banho nele, o vistam e o alimentem.

Rapidamente duas garotas portadoras de um olhar sem vida se aproximaram do menino, o acompanhando para os fundos.

— Espero uma melhor leva da próxima vez, e com Runyra cheia de estrangeiros, arrume Elfas da Neve, elas são as preferidas por aqui.

O cocheiro deu as costas.

— Eu sei, mas não é tão fácil quanto você pensa, se eu for pego, serei mort-

Ele parou ao ver uma mulher de pé na porta, uma mulher que transmitia um sério sinal de perigo.

Coberta por vestes escuras de pano grosso, seus cabelos ruivos e ondulados caíam até seus ombros. Seus olhos eram verdes e brilhantes, e sua pele era clara e delicada.

— Quem é você?! — O cocheiro enfiou a mão no paletó, retirando uma adaga. — Como entrou aqui?

— Ei, Yuki — disse ela entediada. — Meu trabalho está feito, até quando pretende ficar escondido aí?

O cocheiro olhou para trás por cima dos ombros e até mesmo o homem corpulento sentiu que havia algo errado. Foi quando sentiu uma pontada no peito. Ao olhar para baixo, viu um buraco em seu plexo solar enquanto sangue esguichava, salpicando o soalho. 

— Mas que… droga… — Uma espada apareceu em seu ferimento, e o homem corpulento tombou para o lado, desabando no soalho com um estrondo.

As crianças, algumas tão feridas psicologicamente pelos abusos, tentaram auxiliar o seu senhor, outras, não tiveram reação.

Yuki, vestindo roupas grossas orientais e com um capuz sobre a cabeça e um cachecol sobre o pescoço, abriu um sorriso e deu de ombros.

— A fofoca entre eles estava boa, sabia? Devia ter aproveitado mais, ruiva. — A espada de Yuki se transformou em uma pequena faca, e ele a guardou no quimono. — Quantos nobres contou?

A ruiva alisou o queixo.

— Não sei, cinquenta? Tem nobres de Brambéria aqui, assim como alguns sacerdotes de Thitorea, eles não são de Noron, são da Diocese de Barlog. — Ela suspirou. — Tem nobres de todo lugar do continente aqui.

— O que vocês fizeram? — indagou o cocheiro furioso. — Seus miseráveis! Estão trabalhando para rainha? Tsc! Imbecis! O que acontece aqui é bem maior do que ela!

Entediada, a ruiva deu um longo bocejo.

— A mesma conversa de sempre, por que a gente só não mata ele logo?

— Aaaa! — Desesperado, o cocheiro passou correndo pela ruiva, e ela nada fez.

Foi então que ele encarou um cenário desolador. As casas estavam em chamas, vários nobres estavam mortos, desmembrados por toda vila. Os guardas que deviam fazer parte da segurança estavam com seus rostos apagados.

Logo a frente havia um grupo de dez nobres presos, todos amarrados e sentados no chão enquanto um Elfo Negro os vigiava.

Sua aparência era de um homem elegante. Seus cabelos brancos eram longos e finos, parecendo seda quando eram balançados pelo vento. Seus olhos rosados, um tom único entre os Elfos Negros, eram vívidos e brilhantes, contrastando fortemente com sua pele escura.

Ele era alto e esguio, com uma aparência ágil e atlética. O Elfo vestia uma roupa elegante e discreta, com tons de preto e cinza que contrastavam com seus cabelos brancos. Seu casaco de couro era ornamentado com detalhes prateados que reluziam tanto sobre a luz da lua quanto a do sol.

— Me-Merda!

— Ei! — berrou a ruiva saindo da casa. — Dhathrarn! Tem crianças aqui dentro que precisam se acalmar, faça sua parte!

Ele fez muxoxo e caminhou até o interior da casa, passando por Yuki que estava com os braços cruzados, olhando todo aquele cenário com um sorriso de satisfação.

— E então, o que a gente faz com eles? — indagou a ruiva. — Levamos para a rainha ou matamos eles aqui?

Yuki se aproximou para perto daquele grupo nu de homens e mulheres.

— Ela vai saber o que fazer com eles, então é melhor irmos. Dhathrarn reuniu todas as crianças?

— Sim, elas estão no fim do vilarejo nos esperando.

— Sozinhas?

— Não se preocupe, elas estão seguras.

Os prisioneiros, alguns com apenas roupa íntima e a maioria nu, estava enfurecida, tremendo de frio.

— Sabem quem eu sou? — disse um deles de cabelo ralo e corpulento. — Se vocês se meterem comigo haverá retaliação! Serão caçados até o inferno! — Ele abriu um sorriso convencido. — Sua rainha já não tem problemas demais para resolver? Ela quer se meter com Brambéria também?

A ruiva caminhou até ele e ficou em cócoras.

— Me perdoe, nós não sabíamos disso.

Woosh!

Com um movimento rápido da mão direita, ela apagou o rosto daquele homem, fazendo seu corpo tombar. Uma mulher ao lado dela começou a berrar sem parar, até que a ruiva a calou com um soco do rosto.

— Calem a merda da boca! Se derem mais um pio matarei todos vocês!

Ela se ergueu.

— Minha nossa, que gente histérica.

Yuki revirou os olhos após um suspiro.

— Não precisava ter matado ele…

— Eles gostam de fazer mal a crianças, são melhores mortos do que vivos. Dhathrarn! — berrou. — Ainda não terminou aí?

As crianças saíram da casa, uma a uma segurando as mãos uma das outras. O olhar morto de algumas delas se desfez, e restou apenas um olhar de confusão e medo.

— Pronto! — disse Dhathrarn aproximando-se acompanhado de algumas crianças. — Em breve isso parecerá apenas um pesadelo para elas. Algumas vão precisar de cuidado maior, mas devem ser curadas por completo, de corpo e alma. — Ele olhou para o cocheiro que estava imóvel. — O que faremos com ele?

— Que pergunta é essa? — disse a ruiva caminhando até ele. — Vamos matá-lo!

— E-Espera! — disse o cocheiro abanando as mãos. — Po-Posso dizer quem está por trás disso se me pouparem, não é isso que querem saber?

A ruiva poiou as mãos no lábio, segurando sua gargalhada.

— Que peninha, você não tem nada para barganhar, porque a gente já sabe de tudo, mas sabe de uma coisa, a morte pode ser muito rápida para gente como vocês, deviam ser torturados! — Ela olhou para Yuki. — Posso torturá-lo?

Yuki revirou os olhos novamente.

— Faça o que quiser, Dhathrarn e eu vamos caminhar daqui até a entrada da vila com as crianças e aqueles nobres, e se demorar demais, partiremos sem você.

— Isso! — comemorou. — Vamos lá, amigo, vamos nos divertir juntos!

A ruiva o segurou pelo colarinho e entrou com ele em uma casa destruída.

Yuki e Dhathrarn caminharam com as crianças para fora daquele vilarejo. Eram quase quarenta crianças em uma marcha sincronizada. Para a maioria delas, aquilo não passava de um pesadelo lúcido, enquanto os mais novinhos não entendiam direito o que estava acontecendo.

Chegaram até a ponte e viram diversos corpos espalhados por ela. Haviam até mesmo membros decepados dependurados em cima das árvores esqueléticas, e ali estava outro grupo de crianças, os aguardando, iniciando outra marcha, deixando a ponte e encontrando as caravanas vazias com outros cocheiros mortos no chão.

— Fiquem tranquilos, a ajuda já deve estar chegando e vocês verão os seus pais.

Um garoto, o mesmo jogado no chão pelo cocheiro, puxou a borda do quimono de Yuki.

— Moço… isso não é um sonho… né?

Yuki abriu um sorriso.

— É claro que é! — Ele apontou para o fim da estrada. — Viu, a ajuda chegou!

Carruagens com os estandartes dos carniceiros chegaram, dezenas delas. Os guardas saíram lá de dentro, e antes de colocarem as crianças já dentro das carruagens, trouxeram cobertores, remédios e itens de primeiros socorros.

Uma das carruagens abriu, e Tuly desceu, acompanhado de Ayla, que trajava um vestido branco grosso e usava um gorro de pele branco. Tuly a ajudou descer e, com a mão apoiada debaixo da barriga, ela se aproximou de Yuki que permanecia com seu sorriso.

— Não pensei que viria até aqui, majestade.

— Conseguiu? — indagou Ayla. — Salvou as crianças?

Yuki assentiu. — Estão todas aí! — Apontou com o queixo para os nobres amarrados. — Fizemos como pediu, esses são os principais clientes de Franz… e… — Ele coçou a bochecha com o indicador. — Sinto muito, mas a ruiva matou um nobre importante de Brambéria…

A expressão dela permaneceu neutra.

— Isso não importa, Brambéria não vai perder seu tempo para tentar uma investida no Centro-Leste. — Ela caminhou na direção dos nobres presos, os encarando um a um até que alguém atraiu a atenção de seus olhos. — Oh… um dos funcionários de Gustav…

Um velho franzino tentava esconder seu rosto.

— Ma-Majestade… tsc… devia ter ficado fora disso!

Ayla se aproximou dele, olhando ao redor.

— Existem mais dessas por aí, não existem, dessas vilas? — Ele continuou em silêncio. — Há quanto tempo Franz faz o tráfico de crianças de Runyra? — Outro silêncio. — Não quer dizer, né? Por mim tudo bem, sua esposa e seu filho com certeza irão falar.

— Tsc… sua…

— Desembucha, ao menos ainda dá tempo de salvá-los. — Ela franziu o cenho, transmitindo um olhar mais frio que o clima que os cercava. — A menos que eles também estejam envolvidos nisso.

— Eles não estão! — disse apavorado. — Isso é só culpa minha, entendeu? Só minha! — Cerrando os dentes, ele suspirou. — Existem mais algumas… três ou quatro, não sei direito… e isso acontece desde que seu pai governava Runyra… Duque Otto sempre cuidou do tráfico de Elfas, mas quando o Rei Colin o matou, tudo ficou uma bagunça… os guardas de Otto auxiliavam no transporte por todo centro-Leste, levando também para o submundo do império do Sul, mas eles simplesmente desapareceram…

Ayla assentiu. — Então é isso… eles buscaram outros clientes… foram tão longe para buscar clientes do outro lado do continente?

— Se soubesse o monte de interessado que está atrás disso… teria que entrar em guerra contra o continente inteiro para dar um fim a isso…

Ayla o encarou com desprezo.

— Não me importo com isso se for para trazer a decência e restaurar a moralidade do meu império.

Ele abriu um sorriso.

— Seu império? Você só se aproveita dos restos do que seu pai te deixou, e pelo visto caiu no papo daquele Elfo Negro desgraçado que se casou com você, não é? Está buscando o caminho destrutivo, rainha? Você não é mais uma criança, se continuar mexendo nesse vespeiro, você encontrará sua própria ruína…

— Como se eu não soubesse que todos vocês estão planejando algo contra mim e minha família. O único problema nisso tudo, é que eu não posso ser vencida por meios convencionais, caso contrário, já teriam contratado assassinos para darem um jeito em mim. — Ela deu mais um passo, enfiando a mão no bolso do vestido e mostrando um frasco para o nobre. — Por isso resolveram usar esse método tão baixo? Veneno?

— Como você conseguiu isso?!

— Responda minha pergunta!

Ele desviou o olhar. — Não era para você, é para os humanos… isso não funciona com quem tem sangue élfico… nosso objetivo era desestabilizar você com a morte de algum daqueles pirralhos que vocês chamam de filhos.

Seu cenho se contraiu, uma chama ardente de raiva brotou de seu interior, ao perceber o quão baixos os nobres de seu próprio reino estavam dispostos a descer. Naquela altura da disputa entre a família real e os nobres, a diplomacia já havia sido completamente descartada.

Ela olhou para Tuly.

— Algum rosto conhecido entre eles? Algum de fato notório?

— Sim, a loira e o velho franzino de cabelos grisalhos são tesoureiros do País Livre de Kyros. O homem de cabelo escuro e olhos azuis, é o dono de uma produção de café de renome que abastece toda capital da rica Valéria, por fim, a velha de cabelo curto é uma sacerdotisa de Thitorea. Trabalha em cidades do interior, mas é bem conhecida pela catedral.

— Entendi, torture-os e mande suas cabeças para seus países de origem. Diga que foram pegos explorando e abusando das crianças de Runyra. Exija desculpas, e que elas venham em grossas barras de ouro, se não o fizerem, diga que haverá retaliação. Isso não foi um aviso, foi uma ameaça.

— E-Espera! — começou um burburinho entre eles. — Se é dinheiro que você quer, podemos te dar, não é, pessoal?

Desesperados, eles assentiram.

— I-isso mesmo, no-nossos países irão reconhecer sua bondade, rainha Ayla!

— Sim! Você será muito bem recompensada, eu prometo!

Ayla olhou para um e depois para o outro.

— Não faço acordos com gente como vocês, e se eu libertasse vocês por dinheiro, que tipo de recado eu estaria passando para o meu povo? Um recado de que todos os crimes em Runyra podem ser cometidos desde que você tenha dinheiro para se livrar da justiça? Sinto muito, não tenho mais nada a tratar com vocês.

Ela se virou de costas.

— Tuly, diga para os rapazes não pegarem leve. — Caminhou até Yuki. — Você e seus subordinados tem três dias para desmantelar todo esse esquema.

— Três dias? Sério? Não é um prazo curto demais? — Ayla continuou se afastando em silêncio. — Claro… pode deixar que em três dias isso estará resolvido… e é melhor que o pagamento seja bom!

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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