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Capítulo 30 ❃ Uma Majin procurada.

— Es-Espera um momento, você tem certeza disso, madame Moira? — pergunta, ao se aproximar ainda mais da mulher, enquanto puxa a sua cadeira para mais próximo da mesma.

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— Mas é claro, Ivan! Como eu disse, meu irmão, o prefeito, estava lá com a sua filha quando tudo aconteceu, e disse que já colocou os guardas para procurarem a criminosa, não é atoa que a cidade está cheia de soldados, como a sua criada mencionou — revela.

Uma grande inquietação invade o coração do homem, e ele percebe que Evangeline, a sua aluna, que ainda está presa na sala espiritual de Áurea, está sendo procurada por toda a cidade. A frustração de encontrem a jovem em sua casa, e estragarem o plano de salvarem a garota em coma o deixam pálido.

”Como eu havia imaginado, ela realmente está sendo procurada por toda Nakkie! Ela teve a má sorte de encontrar a sua irmã em uma situação péssima, e agora teve o azar de ter arranjado briga diretamente com o prefeito da cidade. Isso com certeza pode acarretar num grande problema se descobrirem que ela está em minha casa… ”

— Me conte mais madame, o que essa Majin fez na estalagem? — questiona.

— O meu irmão, Algusth, me contou que ela surgiu do nada, e, como uma centelha de raio que rasga o céu, a majin adentrou na estalagem. Com grande temor e uma aura intimidadora ameaçou todos no local — conta, de modo a continuar a pequena história.

— Minha sobrinha Violety no dia ficou aterrorizada com a aparição daquela coisa, que chegou do nada querendo que as pessoas a entregassem todo o dinheiro do local. Quando o meu irmão viu uma brecha, avançou contra ela numa grande velocidade, que fez com que as luzes das estalagem apagassem.

— Porém, por ser muito forte, o venceu em combate. Em seguida, frustrada por não conseguir o que queria, sequestrou uma humana humilde do local e a levou consigo para fora, e por fim sumiu — finaliza, ao concluir o relato falso que o seu irmão prefeito deu, e reparar que o homem realiza uma expressão de angústia em sua face.

Com o intuito de retirar as suspeitas sobre o assunto de cima de si, ele responde momentos depois: — Be-Bem… espero que encontrem e prendam essa “majin” o mais rápido possível — declara, a fim de retirar os olhares de desconfiança da mulher

Duas horas se passam, e após Moira tratar sobre as despesas das aulas do seu filho com o mago curandeiro, retira-se da residência, ao se dirigir até a sua carruagem do lado de fora, que a aguarda bem próxima casa do homem.

É um veículo da cor vermelha carmesim, com inúmeros detalhes de vinhas e folhas douradas no seu exterior. As molduras de suas portas são da cor brancas feitas com peças de quartzo. Suas rodas são brancas e seus aros também são dourados, e no centro em que se ligam há um emblema do formato de uma Serpente Marinha.

A bela carruagem é guiada por duas espécies de cavalos com chifres de cervos que chamam a atenção das pessoas na rua, pois se trata de um raro veículo que não costuma circular na cidade. 

Por fim, o cocheiro, trajando um smoking preto, sai de dentro e estende a sua mão, de jeito a guiar a mulher para dentro da locomotiva, que começa a se mover após o seu comando.

Após a partida de Moira, Ivan, agora preocupado, põe as suas mãos na cabeça ao descobrir que Evangeline está sendo procurada em todos os cantos da cidade, e, não por qualquer pessoa, mas sim, por Algusth Phesto, o prefeito de toda a Nakkie.

— Pelos deuses! O que eu farei agora que Evangeline está sendo realmente procurada por toda a cidade? Como ela vai conseguir sair sem chamar atenção agora… Espera! Ela ainda está na sala espiritual da Áurea! — exclama, ao lembrar que esqueceu de reabrir a passagem para a sala.

Ivan posiciona-se em sua sala novamente, concentrando-se em reabrir mais uma vez o portal espiritual, com o intuito de avisar a sua aluna sobre as consequências de permanecer por muito tempo no plano espacial.

Após a abertura da passagem, Ivan, adentra o local. Momentos depois, depara-se com Evangeline a poucos metros de distância sendo circulada por duas luzes de espíritos elementais inferiores: Uma da cor ciano e outra vermelho carmesim.

Ao notar que os espíritos da jovem estão fora do seu núcleo, se impressiona, pois como Áurea havia afirmado anteriormente, espíritos inferiores se fundem ao corpo do mago, porém os de Evangeline por estarem voando em volta dela, agem como espíritos normais.

— Evangeline! Seus espíritos estão… — Antes de revelar sua descoberta à jovem, as pequenas luzes adentram novamente no núcleo da meio elfa.

Assim que Evangeline vira para trás, em direção à voz, ela indaga: Ah! Senhor Ivan, você retornou. Então, o que o senhor quer? 

Ligeiramente surpreso com o que acaba de presenciar, o curandeiro contata Áurea em seus pensamentos: ”Áurea! Você também viu aquilo? Os espíritos inferiores estavam fora do corpo dela… ” pergunta.

Em resposta, o espirito logo em seguida responde igualmente em surpresa: ”Sim… é bem estranho de ver, mas significa que ela conseguiu se conectar a mana espiritual deles e aprender a magia de cura. Porém o que me surpreende é a velocidade em que ela aprendeu isso, só se passaram 9 horas… ” responde.

Confusa com a demora da resposta do curandeiro, a meio elfa levanta e caminha até ele, que está com uma expressão em branco enquanto conversa mentalmente com Áurea. — Senhor Ivan! Está tudo bem! — grita, de modo a assustar o homem, e focar nela novamente.

— Opa! Perdão, eu estava conversando com Áurea mentalmente, e parece que você concluiu seu contato com a magia espiritual, e provavelmente agora pode usar a magia de cura — anuncia.

— E-Espera! Isso é serio?! Nossa! Mas eu não senti diferença nenhuma no meu corpo — declara.

”Espera! Ela não sentiu diferença no corpo? Naturalmente percebe-se uma diferença na mana interior, algo como uma sensação de uma esfera em cima do umbigo… Se ela não sentiu diferença, significa que… ” declara em pensamentos.

— Espera! Então só há um jeito de saber — diz Evangeline, com certa animação.

— Sim, sim… Para usar a magia de cura, você deve… Espera! O que você está fazendo?! — pergunta Ivan, assustado ao presenciar a jovem com um dos seus pinceis em sua mão.

Com o pincel em mãos, a meio elfa gira para a sua parte pontuda. Em seguida, golpeia a sua mão rapidamente, ocasionando em um ferimento profundo. O sangue começa a escorrer e jorrar pelo chão.

— E-Evangeline!? O-O quê você fez! Você é maluca por acaso? — espanta-se, ao ver o grande ferimento na mão da jovem que continua jorrando sangue sem cessar.

— Ai, aiaiai! Tá doendo de verdade… Na minha cabeça isso fazia mais sentido… Aiai — ressalta, em dor.

— O que você está pensando! Vamos, venha para cá, deixe eu curar você — chama, a fim de ajudar sua aluna a se curar.

— Não! — solta um pequeno grito. — Di-Digo… E-Eu preciso aprender sozinha senhor Ivan. Esse ferimento é a prova da minha determinação, necessito sentir isso, pois eu não sei o que me aguarda pela frente — esclarece, de modo a motivar o homem, que se aproxima ainda mais.

Ivan, nota que sua aluna demonstra inquietação e peso em suas falas. A missão de ajudar sua irmã a recuperar as forças estava desgastando pouco a pouco a sua mente. Culpado por não ter notado isso antes, apenas fala:  — Ce-Certo, eu entendi… Se aproxime, vou te mostrar como fazer.

— Se concentre na sua ferida, na sensação, no batimento cardíaco que pulsa na sua mão que faz o sangue sair. Imagine que a sua mão está coberta da mana espiritual, e que ela começa e penetrar e entrar no seu ferimento. Visualize mentalmente que ela está fechando camada por camada, nervos, veias, músculos e pele — explica calmamente, auxiliando sua aluna em conseguir absorver o novo conhecimento.

— Certo, vou tentar. 

Momentos depois, a jovem começa a se concentrar. Ela fecha seus olhos e centraliza a sensação na dor, nos pulsares e no sangue que escorre do seu ferimento. Projeta uma imagem onde a mana espiritual é como uma enorme piscina preenchida e revestida por água profunda, enquanto mergulha parte de sua mão em sua superfície, fazendo com que a mana dos espíritos a cerquem. O que torna o seu ferimento coberto.

Com a mana espiritual, que agora cobre totalmente a sua mão, imagina todo o procedimento de cura, nervos, veias, músculo, carne e por fim a pele, todos se unindo, um após o outro.

A mana liberada na cura ressalta uma coloração vermelha azulada, bem próxima do lilás. A concentração e a dedicação que a meio elfa faz para aprender tal técnica, impressiona o homem quanto o seu espírito que flutua ao seu lado.

Enquanto observa a sua aluna aplicando a magia de cura na palma da mão, Ivan e Áurea, conversam mentalmente: ”Você está vendo isso, Áurea? Ela realmente está curando.”

”Quando você diz “está curando”, você quer dizer, “demorando”, não e? ” rebate o espirito.

”Não seja tão grossa! É a primeira vez que ela faz, e está melhor que muitos que eu já vi. Você até mesmo se impressionou com o contato que ela fez com a mana espiritual.”

”B-Bom, isso não interessa, afinal, se ela consegue ser rápida em fazer isso, deveria ser rápida em se curar também. Porém eu me pergunto, o que era aquilo de antes? Os espíritos inferiores estavam fora dela, algo assim não ocorreria, a não ser que… ”

A conversa de ambos é cortada, após a meio elfa finalizar o feitiço de cura. Agora com a mão totalmente curada, sem nenhuma cicatriz ou algo que mostre que teve algum ferimento ali, Evangeline, declara.

— Incrível! Realmente a magia de cura é um máximo! Não vejo nenhuma marca ou algo do tipo amostra. Com certeza com isso eu… com certeza eu… — finaliza, ao desmaiar inusitadamente, espantando Ivan, que corre apressadamente para segurar a jovem.

Totalmente estressada, e agora revoltada por acertar no seu aviso, Áurea, chama a atenção de seu contratante.

 — Você está vendo Ivan! Eu te avisei que isso podia acontecer. Ela ficou muito tempo no meu plano espiritual. Uma pessoa comum entraria em coma por ficar exposto por muito tempo a essa mana, agradeça por ela ser uma Majin.

— Você deveria ser um pouco empática, Áurea, não ver que ela fez tudo isso por conta de sua irmã. Coitada. Eu pude ver a pressão que ela está carregando para se fortalecer, tudo para poder entrar naquela masmorra e ajudar sua irmã…

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