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Capítulo 46.2 ❃ O Alvorecer de um Novo Eu.

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A hipótese da figura que se assemelha a Balmor, começa a sobrevoar a sua mente inúmeras vezes, pois tudo que ele falara até o momento, não deixou nenhuma brecha que ela pudesse refutar. Pelo contrário, a cada fala e explicação que ele faz a transborda ainda mais sobre dúvidas de si mesma.

”Mais de uma alma? Como assim? Tudo que eu lembro é que quando eu acordei nesse corpo foi estranhar esse mundo e as diferenças que ele tem com o meu jogo. Na verdade, o que me chamou mais atenção foi aquele aviso de “upload de memórias”. Depois que eu aceitei aquilo me senti estranho desde então, porém aquilo foi meio que um escape que eu usei para me misturar naquela vila…”

”Foi graças a essas memórias que eu consegui imitar as ações que a antiga dona desse corpo fazia. Tudo que fiz foi atuar, porém não foi só as memórias que vieram, mas sim seus… sentimentos, modos de falar, crenças e seus medos. Eu recebi todas essas coisas, tudo que ela fez e refez. Graças a isso, eu consegui me misturar entre eles sem chamar muita a atenção, pois fingir que perdi a memória não me levaria a lugar algum… ”

”Mas além de tudo isso, eu sempre me senti com algo em meu ser, algo que nunca me fez me sentir sozinho. Até o momento eu nunca me senti sozinho para falar a real. Enquanto ao que ele disse sobre esses descontroles… Tudo o que ele disse parece estar completamente certo… Esses medos, raivas, ansiedade, todas essas coisas, é claro que eu já sentia, mas em excesso é muito relativo. Foi por isso que eu sempre tentei ao máximo suprimir isso, porém às vezes fugia do meu controle… A sensação era tão forte… ”

”E se realmente ele estiver certo, e se eu realmente tiver uma segunda alma que manda nas minhas ações e emoções? Será que tudo que fiz até agora, foi realmente o que eu quis fazer ou foi essa outra alma que me incentivou? E se a dona desse corpo ainda não sumiu? Como posso prosseguir? ”

Evangeline começa a questionar tudo que fizera até agora. Sua revolta, vingança e até mesmo o objetivo de entrar na masmorra, começa a percorrer a sua mente. “E se essa não for a minha verdadeira vontade?”, “Será que realmente eu estou no controle?”

Uma imensa incerteza percorre todo o ser de Evangeline. O fato de ter realmente feito tudo que fez sem vontade própria a deixa em um empasse. Colocando as suas mão na cabeça afasta-se mais e mais de sua posição. Ela não queria acreditar, não, Shirogane não queria acreditar.

— Questionação: Você se arrepende? Se arrepende de ter feito tudo isso?

Após ouvir o questionamento dele, ela lembra-se de todas as coisas que fez quando chegou nesse mundo. Vivenciou a alegria e um orgulho que uma irmã pode dar, ajudou alguém a se encontrar e abandonar suas inseguranças, desbloqueando de vez o seu verdadeiro atributo.

Se tornou mestra de uma pessoa e ensinou o processo de sua magia. Ajudou sua amiga Teldra com seu empecilho. Conheceu o desejo inocente de uma jovem que a fez se tornar mais independente, e além de tudo isso, ganhou o apoio de todos para o seu objetivo.

Todas essas lembranças retomam para si, e seu medo de antes se extingue. A sua presença insegura se firma, suas mãos que estão em sua cabeça abaixam e uma aura confiante surge diante dela. Fechando os seus punhos, levanta vagarosamente sua face e nele revela a firmeza que seus olhos cor rubi ressaltam.

É os mesmo olhos determinação que cruzou o caminho de muitos. Os olhos que não fraquejaram em nenhum momento. Os olhos que amedrontaram os seus ameaçadores, os olhos que iluminaram os fracos. 

E são esses olhos que mostram para ele a força do seu propósito.

A questão de “Balmor” que ainda refresca em sua mente, toma sua atenção, e, com um tom de voz calmo similar as ondas que batem na margem do grande lago, sem muitos alardes, o responde: 

— Não, eu não me arrependo de nada. Talvez você tenha razão e eu possa realmente ter duas almas, mas tudo o que fiz até agora prova que eu não estava errada. Isso mostra que eu não estava sozinha em minhas escolhas.

— Existe alguém dentro de mim que me guia e me encoraja. Desistir de tudo só por saber de sua existência é desvalorizar todos que colocaram suas forças em mim. Anastácia, Isabel, Lukas, Trevor, e todos do vilarejo. Eles estão contando comigo para recuperar as forças de minha irmã.

— Ivan, Amice, Áurea, se não fosse por eles, eu já teria sucumbindo com as minhas angústias e preocupações. Talvez eu até me descontrolaria com todos da cidade, mas graças a ajuda deles eu pude me fortalecer e achar o controle ideal para o meu poder, e, até mesmo, Karenn. Todos eles contam comigo, e eu não vou decepcioná-los em relação a isso…

— Não me entenda mal, eu não sou nenhuma heroína de contos de fadas ou coisa do tipo, mas abandonar todas essas pessoas me tornaria alguém bem pior que os agressores que fizeram essa brutalidade com Karenn.

”Não serei mais alguém que não liga para os outros. A partir de agora o velho Shirogane que não liga para nada, morre aqui… ”

Após expor sua determinação, o homem esboça um sorriso em sua face.

— Declaração: Entendo, se é isso que você pensa, e se já decidiu, a única coisa que eu lhe desejo é a sorte. A neutralidade é a minha natureza, não sou eu que ajudo os maliciosos ou os bondosos, se eles querem o meu poder e tem força para conseguir, eu os entrego, assim você fez. Então, eu aceito sua determinação, e finalizo aqui o seu desafio.

— …

— Isso que dizer que eu…

— Resposta: Correto, você passou. Realmente, Áurea tinha razão sobre você.

— Co-Como você… Ah, verdade, você conhece todos e sabe de tudo…

— Indagação: Foi sarcasmo que saiu da ponta de sua língua?

— Em relação a isso…

— Espera, agora que eu passei, me responde uma coisa. Essa técnica de absorção de mana, ela necessita que eu sempre volte para esse local, certo?

— Resposta: Sim.

Por breves minutos Evangeline fecha seus olhos e inspira intensamente, logo após solta todo o ar de seus pulmões, porém algo se mostra indiferente em sua expressão, que a faz o questionar uma vez mais:

— Então… É… Sabe… Como que eu saio daqui? Eu tô tentando mas nada me faz acordar…

— Declaração: Entendo, então você tentou efetuar a saída da mesma forma que entrou… Temo em lhe dizer que, não é desse modo que se retira de meu plano.

— Não?

— Explicação: Para sair, siga ao caminho oposto ao do lago, bem ali…

Com o seu dedo indicador esticado, a figura que se assemelha a Balmor, aponta a direção para a jovem.

— … Siga por aquele caminho nas árvores. No final encontrará o limite dimensional. Ele assemelha-se a uma extensa parede gelatinosa. Para sair, coloque a sua mana sobre a parede, a reação irá abrir uma passagem. Apenas siga por ela e você sairá.

Após a sua explicação, Evangeline começa a repetir todo o percurso para si, com o proposito de se lembrar de cada passo a ser realizado:

— Caminho entre as árvores… limite dimensional… parede gelatinosa… mana e abertura de passagem… Certo, entendi. Então, eu já vou me retirando.

A meio-elfa começa a seguir o caminho, porém, algo chama a sua atenção, ao lembrar da coisa mais importante que esqueceu de fazer quando encontrou seu desafiante. Então, com um único giro, retoma a sua visão para o homem e realiza uma pergunta:

— Ah… É… mais uma coisa… Qual é o seu nome mesmo?

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