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Capítulo 54.4 ❃ Fuga.

Logo


Finalizando os seus traços, Evangeline finalmente termina de desenhar a invenção, — largando em seguida a pena com tinta, ao expor aos mentores a ideia que pensara.

Esticando bem o papel sobre a mesa, ela revela exatamente o que é, enquanto passa o dedo indicador sobre a esquemática da invenção, — explicando brevemente a funcionalidade do objeto.

— Vejam bem, com esta criação poderei burlar o empecilho apontado pela mestra Áurea, referente a falta de um atributo presente no freezer. A funcionalidade é bem simples. Ele consegue preparar e esquentar os alimentos, deixando de lado a rotina cansativa de ir buscar o combustível e pôr na chaminé do fogão a lenha.

Após a breve apresentação da nova invenção, Ivan, impressiona-se com tamanha genialidade da sua aluna.

Bem próximo do diagrama, ele desliza o dedo indicador por cima das linhas, como se analisasse cada traçado, — algo que realmente ele está fazendo, visto que ele precisa entender ao máximo para poder explicar para Moira e os soldados.

Logo após alguns minutos, o homem dirige-se a meio-elfa, com fascínio perante o desenho:

— Oooh! Isso é incrível, Evangeline! Como você consegue criar coisas assim tão facilmente? Tal tecnologia demandaria muitos anos e planejamentos, passando de etapas positivas como negativas, mas você o desenhou sabendo sua funcionalidade precisamente. Por acaso você é de outro mundo?

A indagação do homem a faz ficar estática. 

Por um instante ela lembra que não está vivendo em um jogo, mas em um mundo real, com ações e pessoas de verdade. Neste processo uma gota de suor gordurosa escorre do canto da face dela, pois tal suposição faz com que Evangeline pondere mais na sua linha de “invenções”

Criar coisas inovadores uma atrás da outra pode ser até benéfico a seu nome, porém neste mundo pode ser mais perigoso do que algo bom, — isto referente na situação que ela se encontra. 

A sua ideia de inventar um hipotético amigo, — do seu professor, que além de ser desconhecido é um inventor exímio, pode casar com a descoberta dela mesma, — caso o plano falhe.

Se todos dessa cidade, — ou até mesmo de outras, descobrirem de sua invenções super tecnológicas, poderá gerar mais complicações que o planejado, — para ela e para os envolvidos no plano.

”Droga… preciso maneirar nessas invenções, coisas desse tipo chamam muita a atenção. De primeiro relance não liguei muito, pois só mostrei para a Anastácia e depois ao senhor Ivan, mas com este plano de exibição pode gerar problemas, e dos grandes. Agradeço por ele ter me dito isso. Eu realmente esqueci que isso é um mundo real… e, se eu ficar criando estas coisas uma atrás da outra, acabarei chamando muita atenção, atenção que eu não quero para cima de mim neste momento.”

Enquanto a meio-elfa pondera sobre uma possível causa que pode arruinar tudo, Ivan a observa analisadoramente, notando nela uma expressão curiosa,  — que enruga demasiadamente as sobrancelhas, algo altamente não belo para uma garota. 

No entanto, está ação o faz questionar algo, dado que isso acontecera logo após a sua pergunta brincalhona. Então, para não tornar as coisas estranhas, — como antes de conhecê-la, Ivan muda de assunto, desculpando-se no processo, pois em sua cabeça, pensara que dissera algo desconfortável para ela.

— Hey… não precisa fazer essa expressão, Evangeline, foi só uma brincadeira, está bem? Então, desculpo-me adiantadamente se isso acabou abalando você de algum modo…

Em ato não muito rápido, Evangeline é removida de sua linha de questionamento, ao ouvir as desculpas que o curandeiro desfere para ela. 

Agora, desperta na realidade, observa a expressão cabisbaixa do homem e, para evitar um mal-entendido, o retruca apressadamente, — a fim de retirar a confusão provocada.

— Huh? Não, não, senhor Ivan. O que o senhor disse não me chateou em nada. Só fiquei um pouco curiosa com um possível cenário imaginado, nada além disso. Então, não precisa desculpa-se com uma coisa dessas, okay?

Um forte alívio preenche o homem, que descobre que não fora suas palavras que a chatearam.

— Arh… bem… que bom! Eu pensei que…

Em uma fração de segundos, um poderoso cascudo é guiado para a cabeça de Ivan, assustando não só ele no processo como também Evangeline, — com a alta velocidade.

Fora Áurea, que durante a conversa dos dois, — perante o mal-entendido, estava o chamando, porém, fora ignorada fortemente, — algo que a irritou muito.

— Ai, ai, ai, Áurea… o que foi? O que eu fiz?

Com uma expressão completamente estressada no rosto, Áurea o retruca afiadamente:

— “O que foi? O que você fez?”, volte para a realidade, seu velho! Isso não é tempo para suas brincadeiras! Eles estão lá fora, prestes a entrar na casa. E, não sei quanto tempo a Amice pode aguentar tudo isto… Então, pare com estas palhaçadas e foque em me dar logo a sua mana!

Tal bronca da pequena fada impressiona Ivan e Evangeline. Mesmo que a situação seja altamente complicada, eles haviam esquecido por um breve momento isso, — voltando em seguida, com as falas repreendedoras de Áurea.

Ainda impressionado, — e com a cabeça dolorida, Ivan assente com a advertência do seu espírito, concordando em seguida em depositar sua mana na fada.

— Cer-certo…

De repente, uma extensa fita de cor azul brilhante é emanada do pulso do homem, entrando em contado com o pulso de Áurea. Tal cena chama a atenção de Evangeline, que assiste tudo com um olhar estupefato.

”Espera… o que é isso? Is-Isso é lindo… Mesmo que tenha passado um breve tempo neste mundo, as magias sempre me impressionam. Não é igual ao Sephyra, que são apenas arquivos e computação gráfica. Aqui, eu consigo sentir a pressão e a ressonância da mana. E, isso me abala um pouco…”

Levantando o braço direito, — o mesmo membro que está conectado com a fita de mana, Áurea conjura uma espécie de varinha de pura energia laranja, — o objeto que ela usa para criar os objetos.

— Muito bem, deste jeito será mais rápido na criação dos itens.

Enquanto observa o processo de criação, — realizada rapidamente por seus mentores, Evangeline questiona-se em pensamento sobre a veracidade do plano:

”Agora está seguindo corretamente… espero que isto funcione. Se alguém me dissesse que um descontrole de mana é referente a um mal uso de uma tecnologia mágica, certamente eu riria da cara da pessoa, porém espero que isso não aconteça comigo… Empurrar a culpa do meu descontrole para uma tecnologia nova ainda é impreciso. Além de eu não ter certeza que isso pode funcionar… mas espero que falha do freezer seja tampado com este for…”

Antes de terminar sua linha de pensamentos questionadores, Áurea, — na frente dela, a exclama com uma voz alta, ao chamar sua atenção para poder averiguar a peça recém-criada.

— Hey! Evangeline! Dê uma olhada nisto. O objeto possui uma deformidade aqui, segui conforme o desenho, então, me responde. É para ser desta forma, não é?

Os objetos recém-criados, — são duas chapas de metal, uma delas possuindo três deformidades no topo da chapa, enquanto a outra não possui.

Assentido em seguida com a cabeça, com a dúvida da fada, a meio-elfa confirma o formato do objeto, — algo que faz com que Áurea demonstre um pouco de alívio, dado a quantidade mana gasta para criar coisas que ela nunca vira na vida.

Retornando para os seus pensamentos, Evangeline, — agora com os braços cruzados, ressaltando despreocupadamente os seios, — chamando um pouco da atenção de Ivan, que leva outro cascudo da fada, declara novamente, ao voltar para o que questionava-se antes.

”O que eu estava dizendo? Bem… espero que eles não estranhem demais essa desculpa. Ainda é um pouco incerto deles apenas rirem de tudo e me prenderem, mas dada a nova tecnologia, algo que não existe ainda para as convicções deles, tudo pode ser possível, até mesmo um descontrole mágico. Então, espero que esta falha do freezer seja tapada com o uso do forn…”

— Evangeline!

Outro grito barra sua linha de pensamentos.

Ao ser interrompida novamente por Áurea com gritos imprevisíveis e rápidos, — para averiguar outro formado de um novo objeto, Evangeline, aproximando-se vagarosamente, — agacha-se e, analisa tal objeto, com uma expressão um tanto enraivecida.

— Então, Evangeline, este aqui também possui outras daquelas deformidades. Diferente desses dois que são apenas barras de aço e, àqueles também, que só são três botões de látex. Logo fico em dúvida, este também é pra ser desta forma?

A jovem olha para onde a fada apontara, observando quatro barras de aço negro, próximo das chapas de aço, além dos três botões de látex marrom, que ainda está na mesa de criação.

— Sim, mestra Áurea, está altamente correto…

O olhar cheio de curiosidade da fada se extingue, ao ser assentida novamente pela meio-elfa, algo que a deixa mais relaxada para criar o resto dos objetos. Todavia, Evangeline sente o completo oposto, dado as chamadas consecutivas e imprevisíveis, que afrontam sua linha de questionamento.

Logo após confirmar a criação da fada, Evangeline levanta-se do chão.

Ela olha para o portal aberto a sua direita, — lembrando em seguida de Amice, e das palavras de Áurea que demonstraram preocupação.

”Amice… a mestre Áurea pareceu está bastante preocupada com ela… o que será que aconteceu lá fora? Espero que não tenha acontecido nada com ela, nada que tenha a machucado. Ela é muito frágil e não sei se ela conseguiria se defender de algum ataque dos soldados. Me preocupo também com a Karenn, ela nem consegue se mexer… O plano precisa funcionar… meu envolvimento nesse lugar prejudicou muito a situação de Ivan, foi isso que senti na minha segunda alma… ”

Olhando para o piso azeviche com um semblante preocupado, Evangeline reza que não exista nenhuma desconfiança quando colocarem em prática a apresentação da tecnologia. Isto para não só afetar a sua fuga, como também sua amiga e irmã.

”Espero que ela fiquem bem… espero que Karenn fique bem com a Amice…”

De repente, sua atenção em seus pensamentos é cortada novamente.

— Evangeline!

A jovem ressalta uma veia em sua têmpora esquerda, enquanto o seu olho direito pisca freneticamente. Por estar entupida de estresse, pela situação da Karenn, por descobrir da sua segunda alma, por ser considerada um demônio só por ser de uma raça mestiça, Evangeline explode.

”Não é possível! Eu tenho certeza que desenhei tudo corretamente. Não vejo nenhuma complexidade no desenho dos objetos e, mesmo assim, ela continua me chamando pra perguntar como são e por que são!?”

— Ah, qual é! Está desenhado corretamente ali!

Ivan e Áurea ficam atordoados com a explosão repentina da jovem, dado ao temperamento calmo que ela apresentara a poucos minutos.

— É… e-e… si-sim… nos sabemos… É que… terminamos…

— …


Vergonha. A  mais pura vergonha é o que ela sente neste momento. Por um breve momento ela se imagina sendo uma avestruz pondo sua cabeça dentro de um buraco no chão, mas ela não tem um buraco para pôr a cabeça, e nem mesmo é uma avestruz.

Inteiramente envermelhada como um tomate por estar sentindo muita vergonha, Evangeline olha para os pés, — tentando desviar dos olhos confusos e atônitos dos seus mentores, que a fuzilam sem dó e piedade.

Enquanto os olhares confusos deles a encaram, — tentando entender o que ocorreu para ela dar um berro desses do nada, Evangeline, — com as mãos tapando o rosto, fica sem escolhas. Ela precisa se desculpar por isso, é isso que ela pensa durante este período desconfortante.

— E… e-e… de-de-desculpe… por isso…

Ao receberem o pedido de desculpas da meio-elfa, ambos ficam ainda mais embaralhados. Visto que, até o momento, Evangeline estava inteiramente calma, explicando e concordando com as dúvidas deles, então, do nada, ela explode ao ser avisada sobre a finalização da criação.

Após alguns segundos, Ivan, conclui que a sua aluna, — mesmo demonstrando uma postura altamente calma com a situação presente, possui um redomoinho de insegurança no seu interior, dado as informações precoces que veio recebendo uma atrás da outra. Algo que, na concepção dele, explica a elevação de voz dela.

Porém este não é o caso.

Ainda com a fita de mana presente entre Áurea e ele, Ivan, aproxima-se dela, — colocando sua mão direita no ombro da meio-elfa e, com a outra, levanta o seu semblante. Com os olhares ondulados de Evangeline fixados nos seus, o homem declara com uma voz mansa e compassiva.

— Não precisa se desculpar por isso, Evangeline. Quem deve se desculpar somos nós, pois não notamos… quero dizer, eu não notei que você estava tão instável deste jeito. A todo momento em que falamos com você, aparentava estar muito calma com tudo. Deveria ter imaginado que estava apenas suprimindo tudo, dado a esta situação ninguém conseguiria aguentar ficar calado. Então, quem deve pedir desculpas sou eu…

Olhando para Ivan, com uma expressão mais confusa do que seus mentores a minutos atrás, Evangeline estranha completamente a declaração dele, que acaba concluindo novamente a situação de forma errada.

”Huh!? O quê!? Do que ele ta falando?? Droga… ele ta olhando para mim com aquela cara de novo… e ta achando que eu me estressei por causa dessa situação… E, agora, como falarei que eu só me irritei com as chamadas da Áurea? Ai, ai, ai… não acredito nisso! É melhor eu concordar, para não ficar mais estranho…”

”Certo… vamos lá…”

Dirigindo sua mão para a do homem, — em seu ombro, Evangeline finge estar mais tranquila, após as falas do curandeiro, visto que, se negasse novamente as deduções dele, certamente o homem ficaria com mais vergonha do que ela sente neste momento, — atrasando ainda mais a produção do objeto. 

A cena engana perfeitamente ele, dado a interpretação que a meio-elfa expõe na face.

— Nã-não… se-senhor Ivan… Não precisa disso… eu já estou bem agora… graças ao senhor…

— Que bom…

Enquanto observa àquela cena um tanto estranha, de uma aluna para com um professor, Áurea revela uma expressão um tanto depravada, complementando com uma fala altamente revoltada.

— Já acabaram?

— Ah… ah, si-sim, desculpe por isso.

O curandeiro fica envergonhado, ao perceber que agiu por extinto novamente, enquanto Evangeline fica completamente aliviada, dada a situação que estava ficando mais estranha do que a situação anterior.

”Ufa… ainda bem que a mestra Áurea falou alguma coisa. Já estava bem estranho isso. Se isso não fosse interrompido, eu o empurraria para longe e fingiria que minha visão escureceu…”

Ignorando ambos que ficam envergonhados, Áurea expõe uma expressão repulsiva.

Após esse momento, ela segue em direção as chapas de aço, com o intuito de colocá-las na mesa perto da parede.

Algo que ela não consegue fazer sozinha, dado a força que ela não tem.

Guiando-se até uma delas, ela tenta levantar com bastante força, porém o objeto não levanta, — nem mesmo um único centímetro. Tal ação chama a atenção de Evangeline, que sai precocemente de perto de Ivan, para ajudar sua mestra.

Pegando cada grupo de peça individualmente, a jovem as posiciona em cima da mesa, — colocando-as separada e organizadamente, uma do lado do outra.


Um pequeno período se passa e todas as peças são colocadas e, organizadas corretamente em cima da mesa, — do menor para o maior, o modo que aprendera a organizar suas coisas.

Elevando a mão para o rosto, Evangeline posiciona ela em seu queixo, averiguando precisamente cada peça, para ver se não faltara nenhuma sequer, — tudo para não haver complicações no momento da montagem.

Então, com um tom de voz não muito baixo, constata cada uma.

— Vamos ver… Duas chapas de aço, confere; Botões de pressão de látex, também confere; Painéis de vidro temperado… está bem ali; Quatro barras de aço, oláá!; Pitões de pressão… hmmm, parece que esses não foram perfurados… mas eles possuem os anéis, então não vejo problema e eu acertar isso na montagem.  Por último e não menos importante, 5 gemas de mana.

Enquanto observam a meio-elfa confirmar para si mesma quais peças estão presentes, Áurea, — curiosa com que ela está prestes a fazer, aproxima-se dela, perguntado o que realmente vai montar, dado a pouca informação que recebera, além de não ter um total entendimento apenas pelo desenho.

— Então… Evangeline. Você disse que essa invenção irá resolver o problema na falta de atributo no “Frezy”. E, olhando para estas pedras de mana, ainda me pergunto. Como realmente isso funcionará?

Logo após escutar a dúvida da fada, — flutuando ao seu lado, Evangeline libera um leve sorriso, olhando em seguida para a posição de Áurea. Logo após, ao voltar a se focar nas peças, começa as unir, uma para perto da outra, — juntando e encaixando nas deformidades apontas anteriormente.

Tal cena impressiona Ivan e Áurea, ao verem a facilidade que ela monta o objeto.

Para eles é como se um mestre em quebra-cabeça estivesse montando pela milésima vez seu jogo preferido. Contudo, por Shirogane ter feito parte da aula de automanutenção mecânica, montar este simples objeto é mais uma ação comum como qualquer outra.

Durante o processo de junção das partes, — além de correções de erros de outras, Evangeline responde à dúvida do espírito sem demorar muito:

— Bem, o Freezer foi projetado para preservar os alimentos em uma temperatura que não estregasse, caso ficasse muito tempo sem usá-los, além de também usar de escape para guardar comidas já preparada, algo que eu não aconselharia fazer, dado a falta de regulação nele. No entanto, isto aqui possibilitará preparar e esquentar estes alimentos.

— Enquanto eu via a Amice preparar o almoço, observei que ela demorava muito para acender a chaminé do forno a lenha e, depois de um longo período assoprando as brasas, para espalhar sobre todas as madeiras, imaginei como seria se não precisasse fazer tal coisa.

— Logo conclui que, e se tivesse um jeito de acelerar este processo? Algo que apenas precisaria de uma única ação, simples e rápida. Um objeto especializado neste tipo de coisa, que polparia um enorme tempo de preparo. Com isto em mente, eu rou… quero dizer, inventei isto.

No mesmo momento da finalização de sua fala, Evangeline termina sua montagem, — liberando em seguida a visão para ambos presenciarem a nova tecnologia, a tecnologia que tanto aguardavam ver, a que nunca viram ou pensaram que talvez um dia existiria, — os apresentando imediatamente como se chama.

— Observem, este eu chamo de Forno-mágico! Sua capacidade de preparar esquentar alimentos vai muito além de um forno ou fogão a lenha. Devido ao seu vidro altamente reforçado por mana, sua pressão interna não deixa que o calor saia, deixando assim o preparo muito mais rápido do que é normalmente. 

Uma grande emoção preenche os corpos do curandeiro e sua fada. Ivan, por outro lado, fica muito mais impressionado com tamanha magnitude e peculiaridade do novo utensílio doméstico. 

O homem aparenta estar muito mais animado do que quando vira o desenho no papel, — dado o brilho peculiar que ele emana dos seus olhos.

Após uma análise estupefata do objeto, ele aproxima-se do Forno-Mágico, para ver de mais perto.

O homem fica completamente admirado, parecia que ele havia encontrado a amada dos seus sonhos, pois o brilho em seus olhos aumenta a cada passo que se aproxima do forno, — assustando um pouco Áurea e Evangeline, com tamanha bizarrice do homem.

Agora, mais próximo do forno, Ivan começa a vislumbrar a invenção em sua vista. Ele fica completamente admirado, — começando a alisar o objeto de cima para baixo, passando os dedos em cima dos potões de látex, como se ansiasse o momento certo para pressioná-los, — tudo para saciar sua curiosidade de como funciona.

Observando o comportamento incomum do homem perto de si, Evangeline afastá-se dele, — levando consigo sua invenção, com inúmeras marcas de dedos. Algo que chama a atenção dele no processo, consertando a postura em seguida, — envergonhando-se por fazer aquilo na frente das garotas.

Agora com as emoções mais estáveis, Ivan, ainda admirado com a nova tecnologia, endireita as costas ao liberar uma pequena tosse, — ligeiramente falsa, para tentar mudar a figura anterior. 

Logo após, dirigindo a mão direita para o queixo, questiona como realmente funciona o forno, dado que, com as informações que ela acabara de dizer, faz parecer que é um grande salto, — de um simples forno a lenha, para algo movido a magia.

— Arhm! Perdoe-me por verem… este… meu lado… Contudo, Evangeline, como esta invenção fascinante funciona de verdade? A senhorita disse que ele não precisa de lenha como combustível, além de ser algo que prepara os alimentos muito mais rápido devido à pressão interna, não é? Então, como realmente isto pode adiantar um processo tão demorado?

Liberando outra tosse, demostrando um pouco de desconforto por perguntar demais, ele explica.

— Coff! Perdoe-me por isto também, é que eu preciso saber de todos os detalhes, para apresentar para Moira…

Evangeline libera um sorriso de descontração, seguida de sua declaração:

— Está tudo bem, senhor Ivan, eu entendo, então não há problema em perguntar o que quiser sobre o forno-mágico. Só não… faça aquilo de novo… okay?

O homem desvia o olhar da meio-elfa ao sentir tamanha vergonha, concordando em seguida em guardar para si aquela versão peculiar:

— Cer-certo… não farei aquilo de novo…

Com outro sorriso na face, Evangeline libera uma leve risada com as ações do homem. Por outro prisma, Áurea, ainda flutuando do lado dela, a encara, ao reforçar também a sua dúvida para com a funcionalidade do forno.

Empolgada em apresentar a invenção para os mentores, Evangeline começa a explicar tudo em uma única declaração:

— Vejamos…

Olhando para o teto com os braços cruzados, ela pondera por onde começar a explicar. Concluindo em seguida de como poderá realizar o funcionamento do forno. 

Observando em volta da grande sala espiritual, ela visualiza um pequeno prato de biscoitos, constando que eles, — por estarem muito tempo parados sob o ar, ficaram muxos.

Prontamente, ao se dirigir para eles, os pega, — levando e pondo as guloseimas no forno.

Com os biscoitos muxos no forno, Evangeline fecha-o, tapando a entrada com a chapa de vidro temperado.

Na parte superior da portinhola, encontra-se três botões, — que estão conectados diretamente nos pistões que tapam precisamente o calor gerado pelas gemas de mana, que possui feitiço de chamas gravado.

Movendo o seu dedo indicador para o botão, — o gira em sentido horário.

A ação desencadeia a desocupação da barra de metal presa no pistão, — liberando assim uma das três gemas de mana. Após alguns segundos, o calor gerado pela gema começa a emanar por todo interior. 

Em seguida, movendo a mão para o botão ao lado, — o aperta, soltando assim, duas pedras de mana, com feitiços de redemoinho.

O movimento do redemoinho, combinado com as chamas fracas de gema de mana no interior encaixotado do forno, faz com que as chamas circulem e aqueçam, — assando novamente os biscoitos no processo.

Ao notar a peculiaridade daquela coisa em sua frente, Áurea, declara com um tom de clareza ao constatar a funcionalidade das gemas de mana, — que são bem semelhantes as que ela viu na invenção anterior.

— Impressionante… então, as gemas de mana com o feitiço de chamas e redemoinho de vento eram para isto. Me impressiono ainda mais com a funcionalidade daquelas válvulas de pressão, que ligam diretamente com aqueles pistões. Parece tudo muito planejado e adequado para situação de ligamento e, presumo, que a cada giro que der naquele botão, um das gemas de gemas será liberada, aumentando no processo a força e calor provocado pelo feitiço.

Do mesmo modo que Áurea alguns segundos, Evangeline fica estupefata com a forma que Áurea conclui a funcionalidade do forno, algo que ela não esperava sair da boca da fada, mas sim de seu professor.

— Exatamente, mestra. Me impressiona você ter concluído isto apenas olhando eu montar e ligar o forno. Esperava que isso saísse da boca do senhor Ivan, não da sua…

Após ouvir a declaração presunçosa de sua aprendiz, Áurea nota que realmente era Ivan que deveria ter dito isto, — ou, em sua concepção, ter dito primeiro. 

Com isto em mente, Áurea e Evangeline param para observar o homem que ficara em silêncio por algum motivo desconhecido por elas. Ao olharem para ele, notam uma expressão eufórica em sua face, emanando uma densa respiração calorosa das narinas.

O homem, durante todo o momento de exibição, lutou consigo mesmo para que seu eu interior, — o fissurado em aprender coisas novas, não saísse e arruiná-se a explicação de sua aluna. Então, para que não descontrola-se novamente, ele ficou estático, forçando si mesmo não liberar nenhuma palavra.

— Se-senhor… Ivan?

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Olá, eu sou HOWL!

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Dada os eventos que ocorreram recentemente com minha vida, eu acabei reduzindo o limite de caps por semana para apenas 1, porém isso não irar pendurar pra sempre, apenas em relação a este e o começo do outro.

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