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Capítulo 56.1 ❃ Interlúdio.

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Após longas cinco horas de pura corridas e pausas pelo caminho, — para recompor a mana gasta durante o percurso, o dia mostra-se quase no seu fim. O céu revela uma tarde altamente agradável com um tom alaranjado e com o sol descendo ao norte. 

Chegando nos arredores do vilarejo, Evangeline finalmente avista a pequena muralha de troncos de madeira, além da entrada da região. 

Em uma distância equivalente a quinhentos metros, a jovem avista um pequeno grupo de pessoas próximos a uma carruagem, — que comporta dois cavalos e um cocheiro logo acima.

Percebendo que pode assustar as pessoas com a sua velocidade um tanto rápida, ela decide começar a andar normalmente, — ao desativar por completo a habilidade e caminhar tranquilamente até a entrada do vilarejo.

Um pouco mais próxima do local, Evangeline olha fixamente para o grupo que está presente na entrada. Uma forte insegurança a preenche, porém este sentimento não pertence a Shirogane, — que o faz estranhar o que está acontecendo.

”Que estranho. De repente sinto uma hesitação em entrar no vilarejo, mas por quê? Não era para eu voltar aqui e me reencontrar com todos? Então, por que este sentimento esta me cobrindo? Será que este corpo se sente culpado por alguma coisa? Será que a minha segunda alma teme algo que possa dar algo errado?”

Tais sentimentos penduram por alguns minutos até avistar por completo o cocheiro em cima da locomotiva. 

Enquanto observa o homem, Evangeline lembra do primeiro momento que decidira ir procurar Karenn em Nakkie, logo, constatando de quem se trata o cocheiro, — o mesmo que decidira levá-la até a cidade e, que durante o seu péssimo e demorado percusso, a insultara tanto que a fez se descontrolar com próprio poder mágico, — destruindo a carruagem e matando os cavalos por acidente. 

Após relembrar do ocorrido, a jovem simula uma expressão zangada no semblante. Aquele momento de que algo poderia ter acontecido com Karenn fora muito estressante, porém, mesmo assim, o cocheiro fizera questão de insultá-la sem mais e nem menos, tudo por causa do parentesco que ela possui com os inimigos do continente, — os majins.

Mesmo com um bom motivo para não gostar da raça que prejudicara muito os humanos e anões, não é cabível que todos sejam da mesma forma, ainda mais os jovens como Evangeline, — que não teve participação nenhuma durante a terceira grande guerra.

Ainda bastante zangada com as ações passados do cocheiro, a meio-elfa tenta suprimir tais emoções e, olhando para baixo, decide não virar a atenção para ele, pois se fizer, não conseguirá controlar a raiva e o atacará.

”Mesmo sendo um escroto e um babaca, o cara ainda é um cocheiro e o seu trabalho é transportar as pessoas para fora do vilarejo. Arrumar briga com um transportador não é algo meramente importante pra mim, mas pode prejudicar a locomoção de algumas pessoas que moram na região, mesmo que esse otário cobre uma taxa acima do normal.”

Com a jovem quase próxima do vilarejo, o cocheiro vira o olhar de relance para avistar quem está chegando. 

De primeiro momento, o homem apenas observa uma silhueta feminina e volta a atenção para a senhora que lhe paga a passagem, porém uma inquietação desce em forma de lâmina por suas costas ao relembrar brevemente de quem pode ser a jovem que aproxima-se.

Virando rapidamente a cabeça para ela outra vez, constata em fim de quem é a silhueta, a majin que, não só destruiu sua carruagem e matou seus cavalos, como o deixou debilitado por longos três dias, — prejudicando em muito o seu trabalho.

Após se recompor dos ferimentos e gastar uma extrema quantidade de dinheiro que pegou emprestado com um grupo de aposta, o homem conseguiu recompor a carruagem e os cavalos, com a promessa que pagaria tudo de volta ao grupo após realizar inúmeras viagens, — com um preço acima do normal.

Enquanto observa a meio-elfa, a causadora de suas dívidas e prejuízos ficar cada vez mais perto dele, um extremo pavor o preenche. Antes mesmo dela se despedir dele e dirigir-se para Nakkie, ela anunciou que quando o visse de novo o mataria e, ao vê-la vir em sua direção, imagina que a jovem se aproxima para finalizar o que havia começado.

A expressão da jovem está totalmente séria e focada e, por estar completamente irritada com as ações passados do cocheiro, libera sem saber uma aura ameaçadora, — a aura que faz o homem a temer ainda mais e concluir que ela está ali para realmente matá-lo, — algo que não é verdade.


Temor.

Totalmente apavorizado do que pode acontecer a ele e a seus cavalos de novo, o homem ignora por completo a senhora que adentra na sua carruagem com uma criança, — atiçando rapidamente os cavalos para fugir do vilarejo o mais rápido possível.

Como resposta a forte agitação e movimento da locomotiva, a moça de idade elevada, desprende-se da carruagem, caindo em seguida no chão arenoso do local, — a machucando com a queda. 

No meio deste processo, a criança que a acompanha, — o neto dela, tenta segurá-la para não cair, porém por causa do seu corpo infantil, falha em realizar esta tarefa, o aborrecendo em muito por não ter tido força o suficiente para segurar a sua avó.

Ignorando completamente a situação provocada pela paranoia em sua cabeça, o cocheiro finalmente cruza em alta velocidade a meio-elfa. 

A velocidade da locomotiva é tanta que faz Evangeline estranhar, dado a forte pressão do vento que faz seus longos cabelos voarem como resposta ao impacto.

Chegando no portão do vilarejo, Evangeline vislumbra as expressões de raiva de cada aldeão presente no local. Por um curto espaço de tempo, ela pensa que aquela revolta nos rostos deles é guiado para si. Contudo, ao ver a senhora com uma expressão triste no chão, com um garoto ao lado, ela descobre que aquilo não é para ela, mas para algo que aconteceu ali antes de sua chegada.

Movendo-se apressadamente para perto da senhora, após constatar que ela está ferida, Evangeline guia para a palma da mão uma pequena quantidade de mana espiritual. Em volta de sua mão, pequenas partículas de água começam a se formar, — ativando, em fim, a sua magia de cura.

Guiando a palma para a mão da senhora, as águas por si só começam a percorrer o corpo dela. Uma forte sensação de frescor preenche a mulher, porém, mesmo sendo uma magia de cura baseada no atributo de água, tal feitiço não molha nenhum pouco as roupas dela, — as ignorando por completo até chegar na região ferida.

Neste pequeno tempo em que as águas finalmente chegam na região, guiam o entendimento para a meio-elfa, de que o ferimento é uma espécie de hematoma, que ficara roxo após alguns segundos. 

Atiçando o feitiço para realizar a cura, as águas começam a circular a região ferida, — curando subitamente o machucado dela.

Após a cura ser realizada, uma expressão de alívio é feito pela senhora. 

O grupo de pessoas, ao verem que uma pessoa no vilarejo possui magia de cura, ficam completamente surpresos. Visto que, para caso alguém fique machucado naquela região, o jeito seria guiar a pessoa para a cidade mais próxima, já que somente em cidades possuem magos curadores e, ao verem que uma das aldeãs do local pode curar também, uma segurança maior, os preenchem.

Logo após consentir com a expressão da senhora, Evangeline pergunta como ela estar no momento, para tentar descobrir se ainda possui outro ferimento no corpo.

— Como a senhora estar? Possui outro ferimento? Se sim, por favor diga. Curar ferimentos como este não é um problema para mim.

Um sorriso gentil se forma no semblante da moça de idade elevada, que responde em seguida com uma voz mansa e confortante.

— Não, minha querida. Já estou bem melhor agora, graças a você. Obrigada por ter me ajudado.

Após o agradecimento, a senhora revela um semblante altamente agradecido, enchendo a jovem de satisfação ao conseguir finalmente curar uma pessoa além dela mesma, com o conhecimento dado por Ivan e Áurea nas aulas que teve.

Ajudando a mulher levantar do chão arenoso da entrada, a meio-elfa, — confusa com o que aconteceu com ela, questiona o que fez ela se machucar assim.

— Já que a senhora aparenta estar bem, pode me dizer o que aconteceu? Eu vi a senhora de longe caída e vim o mais rápido possível para ajudá-la, mas não sei o que aconteceu aqui.

— Ah, minha querida, não se preocupe. Você já fez o suficiente, não há razão de enchê-la com os meus problemas.

Mesmo dizendo isto, o neto dela decide revelar.

— Aquele moço mal!

O menino aponta para carruagem em alta velocidade.

— Aquele moço mal roubou o dinheiro da vovó e fez dodói nela!

O jovem garoto expõe uma expressão enraivecida com um beiço avantajado.

Olhando em direção para aonde o garoto aponta, Evangeline conclui o que pode ter acontecido.

”Aparentemente nessa semana que tive fora, este cara nem sequer mudou de postura. Agora, além de não fazer seu trabalho direito, acha um jeito de roubar e machucar os próprios clientes. Imperdoável.”

Voltando o olhar para o garoto, constata nele uma expressão totalmente aborrecida.

Ele está altamente com raiva do cocheiro por machucar sua avó e, isto chama a atenção de Shirogane, ao relembrar do passado que teve com seus pais do seu mundo.

”Nossa… ele está realmente chateado com aquele cara… Isto até me faz lembrar da vez que um ciclista acabou derrubando minha mãe no chão. Eu era muito novo, acho que tinha a mesma idade desse garoto. Estávamos passeando no parque. Consigo lembrar que estava completamente irritado com o ciclista e, ele, totalmente arrependido por fazer aquilo e mesmo assim eu ansiava em bater nele… Aquela situação provocada pelo acidente acabou gerando uma ótima risada para minha mãe, mesmo que ela tenha sido machucada por aquilo, ela disse que minha cara de zangado era muito engraçada. E, o pior é que eu nem lembro que expressão eu fiz… ”

Ajoelhando para próximo do jovem garoto, Evangeline, — ao realizar um cafuné, esfrega os cabelos castanhos dele e, com um olhar convicto e um sorriso gentil no rosto, expõe sua promessa para ele.

— Pode deixar pequeno, eu vou trazer o dinheiro da sua vovó de volta. Não se preocupe.

Todavia, a senhora tenta impedi-la.

— Não, minha querida, você não precisa fazer uma coisa dessas. Você já me ajudou curando meu machucado. Seria grosseria minha deixar que você também assuma meus problemas. Está tudo bem, não precisa ir lá, em breve enviarei uma carta para meu filho e ele trará mais dinheiro para partimos.

Chacoalhando a cabeça em negação, a jovem rejeita o pedido da senhora com bastante respeito e, ao dirigir uma expressão séria para ela, complementa com uma declaração.

— Minha senhora, com todo o respeito, mas terei que rejeitar a sua proposta. Sem nem ao menos eu conseguir fazer isto, não terei capacidade de realizar com a cabeça erguida o que me espera mais a frente no meu objetivo.

Após a declaração um tanto confusa por parte senhora, a velha moça esboça um sorriso e, abaixando vagarosamente o semblante, assente com a cabeça.

— Muito bem, eu vou lá. Não demorará nada.

Agachando sob o solo e realizando uma pose de corredor olímpico, a meio-elfa ativa sua habilidade 《Mana Flash》, correndo no segundo seguinte em direção a carruagem.

O forte impacto provocado pela pressão de ar dos pés dela, levanta uma leve poeira ao ar, impressionando todos em volta com a tamanha velocidade.


Um vulto vermelho cruza a locomotiva em alta velocidade. 

O cocheiro em questão olha para o lado para averiguar a coisa passou, algo que o faz desviar por alguns segundos da estrada a frente, — uma ação que o faz se arrepender de ter feito.

Imbuindo os braços com uma poderosa mana, Evangeline fortifica sua força física na região, logo, o estende, — aguardando que a carruagem passe para assim ela agarrá-la.

Ao olhar para a estrada novamente, o cocheiro percebe lá a majin que ela acabara de passar. 

Altamente confuso com a aparição dela, ele tenta acelerar a locomotiva, porém não consegue.

Com grande força, a meio-elfa agarra a locomotiva, freado-a abruptamente e, fazendo com que o homem seja arremessado para frente, — caindo de cara no chão.

— Nossa, vocês deveriam inventar um tipo de cinto de segurança, viu?

Após a declaração um tão brincalhona de Evangeline, o cocheiro levanta vagarosamente do chão com uma expressão dolorida.

Seu rosto está completamente ralado, além de mãos e pernas, — após cair em grande velocidade no solo empedrado.

— Vo-você… sua majin miserável! O que você quer comigo de…

O homem…

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