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Capítulo 62 ❃ Uma grande amizade.

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Minutos depois, Evangeline nota um par de olhos gigantescos a observando, e ao se incomodar com a ação estranha de Ulagg, ela o questiona para tentar se livrar de tal coisa desconfortável.

— O que foi, hein?

— Ulagg está feliz!

— Fe-feliz?

— Sim! Ulagg nunca encontrou um oponente que esquivasse do primeiro golpe de Ulagg! Ulagg se sente feliz por ver majin fazer o que amigos de Ulagg não fazem.

— …?

Totalmente confusa e com dificuldade de assimilar tais palavras, Evangeline fica atordoada. Mesmo ela escutando cada palavra que sai da boca de Ulagg ainda demonstra uma certa dúvida.

O que significa essas palavras? Como uma esquiva no último segundo tem a ver com ser parabenizada por isso? Fez algo que os próprios gigantes que ele conhece não fizeram?

Alguns segundos se passam e Evangeline ainda encarando Ulagg em busca de tentar decifrar essa afirmação, de repente olha para Teldra, — que demonstra um semblante de culpa pelo que fez. E, para tentar retornar para como era antes desse embate, ela a questiona tudo sobre o gigante azul junto a elas.

— Então Teldra… eu sei que você já conhecia esse gigante… Por que você não me explica tudo sobre ele, que tal? Assim poderei perdoar você pelo que você me fez.

Após ouvir as palavras de sua amiga majin, um brilho poderoso pulsa nos olhos de Teldra. Essa é a chance que ela queria para se redimir pelo seu erro anterior. Então, elevando rapidamente seu semblante, encara Evangeline e a explica tudo sobre Ulagg.

— Bem, vejamos… Em resumo, ele é semelhante a você…

— Hmm…?

Levantando as sobrancelhas em dúvida, a jovem prepara-se para questionar esse fato, porém é respondida em seguida pela dríade.

— Eu sei que pode ser confuso, mas deixe-me explicar. Ulagg é um gigante de uma aldeia que fica dentro da floresta. E ele será o próximo chefe dessa aldeia, então, como uma dríade guardiã desse local, Ulagg me procurou e se provou merecedor de se tornar o “novo chefe”.

Guiando a mão até o queixo e olhar para a copa das árvores, Evangeline tenta descobrir o que ela está tentando lhe dizer.

”Primeiro, ela disse que Ulagg é igual a mim, logo após ela disse que ele se tornaria o próximo líder de da aldeia dele e, em seguida, disse que ele se mostrou merecedor de ser o ‘novo chefe’… Então, isso que dizer que… Não, espera! Ela não pode está falando sobre isso.”

Percebendo que Evangeline conseguiu juntar as peças do que ela disse, Teldra a pouco demonstra um leve sorriso de satisfação. 

Um pouco antes dela começar a explicar a situação de Ulagg, ela considerou revelar tudo de imediato, porém, sabendo da inteligência acima do normal que Evangeline tem, Teldra decidira revelar, contudo, omitindo uma coisa ou outra para que ela pudesse ver a expressão pensativa de sua amiga.

Virando o olhar diretamente para Ulagg e em seguida para Teldra, Evangeline com os olhos que quase saltam das órbitas devido à surpresa, pergunta para dríade se realmente é isso que paira sobre sua mente.

— Espera, então você tá me dizendo que ele, esse gigante aqui, ganhou sua bênção que aumenta em três vezes os atributos?!

Esperando tal pergunta vir de Evangeline, Teldra simplesmente assente com um sorriso no rosto, — espantando a jovem no processo que, logo após, encara Ulagg atônita.

Durante todo o momento das duas conversando, Ulagg observa ambas como uma criança encarando duas bonecas em uma prateleira de um mercado, pois ele não tem entendimento o suficiente para poder acompanhar um diálogo pensativo como esse. E, ao ser encarado pela majin que ele ia matar com olhares de surpresa, Ulagg mostra um belo e largo sorriso simpático em resposta.

— Nem vem… Isso é muito…

— Eu sei que pode ser um tanto difícil de assimilar, mas como eu disse na última vez que lhe dei a bênção. Eu só entrego a bênção para chefes de vilas e aldeias e raramente a heróis. Porém, o erro foi meu nessa explicação, pois eu omiti algo relevante. Os chefes de vila e aldeias não são de humanos, mas sim de demi-humanos como Ulagg e você, Evangeline.

— Okay… isso é um tanto repentino demais, mas o que importa que não sou a única com essa benção… Contudo, o que me traz a questão anterior é o fato dele dizer que eu fui a única a esquivar do ataque dele… Mesmo que isso seja parcialmente verdade, eu não tinha chance nenhuma de esquivar do próximo!

Nesse momento Teldra a encara com uma expressão surpresa, visto que ela acaba de perceber que Evangeline não está ciente de quase nada além do seu pequeno mundo. Então, aproximando-se dela, põe a mão no seu ombro e a questiona para tentar entender o limite do seu entendimento.

— Evangeline, você não conhece o modo de luta dos gigantes?

— Como assim?

Após perceber que Evangeline não compreende nada sobre os gigantes, um sorriso amargo preenche seu semblante, — sendo tampado rapidamente por sua mão que bate pesadamente no rosto. 

Tudo que passa na mente de Teldra é arrependimento. O que antes ela pensava poder ser um “teste” de habilidade e força, tornar-se-ia em um desastre e morte. Para ela, Evangeline pelo menos entendia o básico dos monstros e demi-humanos, então ela decidiu “testá-la”, contudo, ao aprender que ela não conhece nada, sente-se culpada por enviar sua única amiga para a morte.

— Me desculpe, Evangeline. Eu não pensei nisso… pensei que você sabia sobre as raças que viviam nesse mundo e te… enviei para lutar contra Ulagg… Se eu soubesse disso antes, não criaria esse teste surpresa…

Levantando rapidamente uma de suas sobrancelhas em dúvida, Evangeline a encara em busca de tentar entender o que ela está se desculpando agora. Afinal, ela já havia se desculpado por fazer o teste de quase morte, então, por que ela começou a desculpar-se novamente?

— Teldra, do que você está falando? E, por que você está se desculpando por isso de novo?

— Bom… antes de te enviar para cá, pensei que você tinha entendimento o suficiente para se virar na floresta, no entanto, eu estava errada e quase te matei por isso.

— Certo… mas, isso eu já sei. O que eu não entendo é o fato de você se desculpar de novo.

Guiando a palma da mão uma na outra, Teldra começa a colidir os seus dedos de forma infantil. 

Esta ação chama a atenção de Evangeline que faz recordar da ações de Isabel antes de pedir para segui-la na masmorra. E suspeitando de que ela está prestes revelar algo possa a pegar de surpresa, a jovem vira-se diante da dríade e prepara-se para receber seja lá o que for.

— Então… quando você perguntou sobre o elogio de Ulagg percebi que você não entende como os gigantes lutam… Os gigantes, em geral, depositam toda a força e velocidade possível em seu primeiro ataque no começo de suas lutas. Essa ação é para desencorajar de imediado qualquer oponente páreo para eles, porém, como ele disse, você foi a primeira que ele viu… se esquivar do… seu golpe.

Atônita.

Completamente surpresa com a revelação, Evangeline demonstra uma expressão totalmente embasbacada no rosto. Como assim, os gigantes usam toda a força no primeiro ataque? E como eu consegui esquivar disso?. Evangeline repete essas questões em sua mente em busca de tentar assimilar isso. Todavia, não é só essa informação que a deixa admirada, e sim o fato de Ulagg ter a benção de uma dríade que fortalece em muito seus atributos.

”Não… como isso… Eu, esquivei? Espera, isso é muito repentino! Ela disse que os gigantes usam toda a força e velocidade no primeiro golpe, porém, Ulagg não é um gigante comum, pois graças a bênção da Teldra ele tornou-se mais forte do que qualquer outro de sua raça, ‘um ser único’. Então, esse golpe é muito mais forte e mais rápido que qualquer outro golpe de gigante, e eu… esquivei…?”

Completamente incrédula com a informação repentina, Evangeline move seu olhar para Ulagg sorridente em sua frente.

Percebendo os pequenos olhares rubis lhe cercado, Ulagg propõe sua amizade para a majin, visto que, mesmo que ela seja incrivelmente mais fraca que ele, Ulagg a enxerga como alguém mais forte que qualquer outro de sua vila, — no quesito esquiva.

— Ulagg está extremamente feliz! Ulagg quer ser amigo de majin! Ulagg admira força de majin por esquivar de golpe de Ulagg!

— Eh? Amiga? Sua?

Ainda animado, o gigante assente rapidamente.

Olhando para Teldra em busca de alguma resposta que possa impedir isso, a encontra escondendo o rosto para o lado, a fim de não se entrometer no assunto de propósito.

Criando um beiço no seu belo rosto ao inflar suas bochechas com ar, em resposta a ação de Teldra de tentar impedir essa interação provocada exclusivamente por culpa dela, Evangeline cede ao pedido e aceita ser amiga do gigante.

— Argh… Tudo bem, eu serei sua amiga… Porém, como amigos, precisarei de sua ajuda quando achar alguém que eu não posso cuidar.

— Ulagg sente que pode chamar amiga majin quando precisar também.

No final de sua reconciliação, ambos dão as mãos e propõe um acordo de amizade que protegerá mutualmente em casos de perigo.


Após o pequeno desentendimento, Ulagg se despede de ambas e distanciá-se do local para retornar para sua aldeia e contar sobre sua luta. Em contrapartida, Evangeline e Teldra encaram o desastre que um simples ataque de Ulagg fez na região.

— Você diz que eu consegui esquivar do ataque mais forte dele, mas acho que se não tivesse as árvores no caminho para atrasar o golpe, certamente nem veria ele chegar… E, para falar a real, não sinto que estou forte depois disso.

Deslocando o olhar da paisagem arruinada para o semblante depressivo de Evangeline, Teldra a consola com intuito de não fazê-la se preocupar demais.

— Não se cobre demais, Evangeline. Você ainda é bem jovem. E se o que você quer é poder para proteger as pessoas que ama, certamente ganhará esse poder uma vez que se esforçar. Então retire esse olhar abalado do rosto.

— Você… tem razão…

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