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5º dia do mês, Grande Inverno. Vilarejo [Sem Nome] – 11:30 AM.

Após algumas horas de preparação, a caravana finalmente está pronta para partir em direção a Nakkie. Marta, saindo da reunião, inicia a busca por mulas de carga para acompanhar o grupo, enquanto Balmor e sua esposa recuperam algumas carroças robustas para acomodar os suprimentos. As carroças são cuidadosamente construídas com bases de madeira refinada e cercadas por toras de árvores cortadas, proporcionando uma proteção adequada à carga.

Enquanto isso, os funcionários da plantação trabalham incansavelmente, levando caixotes selados de madeira e depositando-os nas carroças. 

Cada caixote possui cerca de um metro quadrado de diâmetro e contém uma abundância de alimentos essenciais. Eles são meticulosamente organizados, com 50 frutas médias, 50 legumes médios, 250 quilos de grãos e 250 quilos de ervas e temperos em cada um.

Ao todo, são cinco carroças, cada uma transportando vinte caixotes selados. Um total impressionante de cem caixotes de suprimentos, abastecidos com uma variedade de alimentos frescos e essenciais para a jornada. O peso e a quantidade de carga revelam a importância dessa expedição, já que o grupo precisará se sustentar durante todo o trajeto até Nakkie.

Com os suprimentos devidamente acomodados e seguros nas carroças, a caravana está pronta para enfrentar os desafios que aguardam no caminho. Balmor e Marta se aproximam das carroças, verificando novamente se tudo está em ordem, — verificando se tudo está pronto para partir em direção Nakkie.

Enquanto os caixotes são cuidadosamente carregados nas carroças, Isabel, juntamente com sua mãe e Kamila, prepara um almoço coletivo para todos os trabalhadores que se dedicaram arduamente à colheita e ao carregamento dos suprimentos. 

Um aroma irresistível e bem temperado se espalha pelo ar, — envolvendo não apenas os envolvidos no trabalho, mas também os aldeões próximos.

A comida exala um cheiro agridoce que desperta os sentidos de todos na região. 

Em uma mesa improvisada, um grande caldeirão fervilha com um ensopado rico em carnes, legumes e ervas, criando um aroma único que aguça o paladar de todos ao redor.

— Nossa, chefe interina, não sabia que sabia cozinhar tão bem… O cheiro está me dando água na boca… — Anastácia, impressionada com o aroma liberado de dentro do caldeirão, fica admirada com a habilidade de Kamila ao preparar um ensopado tão chamativo.

— Não diga isso, senhorita Anastácia… eu não cozinho tão bem assim… Você devia ter provado os ensopados de meu avô antes dele partir. Era um manjá divino, completamente glorioso!

Kamila por um certo momento se imagina provando novamente um dos ensopados de Bezel em sua infância. Ela rapidamente alisa a bochecha com os olhos fechados, tentando recuperar o belíssimo gosto que provara antes.

— Chefe interina, trouxe mais batatas e cenouras! Tem algumas peças de inhames também aqui no cesto… O cheiro está maravilhoso, está de parabéns…

— Aiaiai… Você também, Isabel? Bom, se vocês acham que meu ensopado está tão cheiroso assim, devo aceitar o elogio… afinal de contas é a receita de meu avô…

Devido à partida da caravana antes do horário do almoço, decidiram realizar uma refeição coletiva às 11h30. Kamila, consciente do esforço de todos, quer expressar sua gratidão pelo árduo trabalho realizado.

O trajeto até Nakkie, — situada próxima à costa marítima, normalmente levaria cerca de dez horas em uma viagem rápida. No entanto, devido ao peso excessivo das carroças, a caravana terá que fazer várias paradas ao longo do caminho, o que pode dobrar ou até triplicar o tempo necessário para chegar à cidade.

— Está pronto pessoal! Vamos atacar! — Isabel grita em voz alta para que todos em volta.

Tilintadas de panelas e colheres ecoam pela região anunciando que o preparo do almoço foi finalmente terminado. Os ajudantes, juntamente com os aldeões pouco a pouco chegam próximo do local, sentando-se em uma grande mesa improvisada com muitos bancos em cada lado.  Tigelas, pratos e talheres são perfeitamente posicionados na grande mesa, para cada aldeão aproveitar aquele almoço incrível.

Enquanto todos saboreiam o almoço delicioso, as conversas se misturam com risadas e agradecimentos. A energia renovada e a barriga cheia preparam a equipe para enfrentar os desafios da jornada. Sabem que, apesar das dificuldades e do tempo prolongado, cada passo é necessário para levar os preciosos suprimentos até Nakkie e cumprir seu objetivo.

Com os preparativos concluídos e os estômagos satisfeitos, a caravana está pronta para seguir sua jornada.


Após o término do almoço coletivo e a organização dos preparativos, o grupo se aproxima das carroças. Lukas, responsável pela proteção da caravana, está pronto para agir caso o perigo se torne iminente. Balmor, ao seu lado, está preparado para auxiliá-lo caso a situação se torne especialmente desafiadora.

Kamila, assumindo o papel de condutora, posiciona-se à frente das mulas, pronta para guiar a caravana até a cidade. Ela observa as carroças, que estão completamente carregadas de caixotes, cuidadosamente dispostos e cobertos por uma lona que oculta quase por completo seu conteúdo. A lona é firmemente amarrada com cordas resistentes, garantindo a segurança dos suprimentos.

Kamila não consegue conter sua surpresa ao constatar que, mesmo com as cinco carroças totalmente carregadas, ainda há funcionários colocando mais sacas provenientes da plantação, agora dentro da casa do patriarca.

Enquanto Kamila se concentra nas carroças, Isabel se aproxima dela, carregando nas costas uma mochila média de couro. 

A mochila é meticulosamente confeccionada por Anastácia, com seus diversos bolsos e costura impecável. Nela, Isabel leva suprimentos básicos, como comida, água e uma barraca de acampamento.

Ao lado de Isabel, Lukas também carrega uma bolsa semelhante, porém de diâmetro maior. Ele acomoda uma em cada ombro, garantindo que tenha os recursos necessários para enfrentar os desafios que possam surgir ao longo do caminho.

”Wow…! O professor Lukas é realmente muito forte mesmo… Ele consegue levar não uma, mas duas bolsas cheias de suprimentos em cada braço! Creio que até o professor Trevor teria… Espera… isso em volta do seu corpo é… Pele de Mana?! Hmph! Quase me enganou, professor Lukas! Se eu não tivesse mais forte agora, quase elogiaria o senhor… heheh…”

Isabel fica impressionada com a força demonstrada por seu professor, mas logo percebe que há uma camada quase invisível de mana envolvendo seu corpo. Ela compreende que essa aura é usada para ampliar as habilidades de um mago, e sente um misto de admiração por finalmente notar isso nele e uma pontada de decepção por quase ser enganada.

Curiosa, Isabel direciona sua atenção para as palmas das mãos e percebe uma corrente de mana percorrendo todo o seu corpo. É como se a energia vital fluísse livremente dentro dela. 

Após remover o selo de seu ventre, o fluxo de mana voltou ao seu estado natural, e ela sente que possui quase o mesmo poder que tinha antes de realizar a revitalização do solo na plantação.

”Mesmo não possuindo aquela forma de antes, sinto que meu poder está quase próximo do que demonstrei na revitalização… Será que agora, a mestre Evangeline irá me reconhecer e me levar junto a ela…? Não! Minha mãe está certa, ela já me reconheceu! Preciso usar essa jornada para lapidar meu conhecimento sobre os monstros pelo caminho até a cidade, só assim poderei ir junto a minha mestra!”

Essa sensação de força renovada enche Isabel de resiliência. Ela agora busca aprimorar seu intelecto para estar à altura das expectativas de sua mestra quando ela retornar. Isabel deseja ser parabenizada por sua evolução e anseia mostrar a todos o seu potencial.

Decidida a se tornar uma aventureira ainda mais habilidosa, Isabel promete a si mesma dedicar-se aos estudos e ao treinamento, explorando cada vez mais os limites de suas capacidades. Ela sabe que a jornada será desafiadora, mas está disposta a enfrentar cada obstáculo que surgir em seu caminho.

Com o coração cheio de determinação, Isabel se une ao grupo, pronta para enfrentar todas as provações que a aguardam. Ela sabe que seu crescimento não se limitará apenas à força física, mas também ao desenvolvimento de sua mente e habilidades mágicas.


5º dia do mês, Grande Inverno. Vilarejo [Sem Nome] – 12:00 PM.

O tempo parece voar, e ao meio-dia em ponto, Kamila, Lukas, Balmor e Isabel partem em direção a Nakkie. Os aldeões, reunidos à beira da estrada, observam a caravana se afastar, — acenando em despedida e desejando uma viagem tranquila, longe de problemas:

— Tenham uma boa viagem!

— Voltem bem!

— Se encontrarem algum monstro no caminho, acabem com ele!

— Obrigado a todos! Voltaremos em breve! — O grupo retribui os acenos, sentindo-se reconfortados pelas palavras de encorajamento.

Balmor e Lukas montam em seus cavalos, seguindo atrás da locomotiva para vigiar e proteger o grupo de possíveis ataques de monstros ou pessoas suspeitas. Apesar de ser um fazendeiro, Balmor lembra-se claramente dos tempos em que teve que proteger sua família durante a guerra, e agora emprega suas habilidades para garantir a segurança de seus amigos nessa jornada.

‘’Faz muito tempo que não luto com nada além da minha dor nas costas. Espero que o trajeto até Nakkie seja completamente seguro… mesmo que o rapaz aqui seja um mago forte… ele não passa um ar muito… de alguém desse porte…’’ Em sua mente Balmor imagina Lukas sendo levado por uma pequena brisa, deixando o grupo a mercê dos monstros e bandidos na estrada.

Enquanto isso, Lukas varre a área ao redor com seus sentidos aguçados, impregnados de mana, estendendo seu alcance por vários metros em todas as direções para detectar qualquer presença hostil.

‘’Por enquanto não sinto nada de anormal se aproximando da locomotiva. Espero que continue assim até chegarmos em Nakkie. A periferia da Grande Floresta de Arrow não é algo tão seguro quanto Evangeline fez imaginar… Mesmo que ela tenha feito um trajeto de ida e volta, a floresta está infestado de bestas mágicas e monstros desconhecidos. Novamente… espero que continue calmo assim até Nakkie… não quero usar aquilo…’’ Sua mente está focada em identificar qualquer sinal de perigo iminente, pronto para agir e proteger seus companheiros.

À frente, Kamila e Isabel lideram a locomotiva, guiando as mulas com habilidade e conversando animadamente. 

As duas trocam histórias, compartilham sonhos e expressam sua excitação pela jornada que estão prestes a enfrentar. Kamila aproveita para transmitir seu conhecimento e experiência a Isabel, encorajando-a a aprender e crescer durante a viagem, enquanto Isabel, ensina algumas coisas sobre magias que aprendeu lendo alguns livros da escolinha:

— Já ouviu falar do método de Telecinesia Mágica?

— Não muito, sei que é feito por magos experientes, que conseguem mover objetos com o mana, mas não sei exatamente como funciona…

— Na verdade, não se trata de experiência, e sim um controle do mana do mago. Veja se entende. Para eu mover um caixote desses com minha força atual, é quase impossível, porém, se eu reforçar meu corpo com a Pele de Mana é capaz de carregar, pois estarei unindo minha força atual com o reforçamento do mana. Contudo, a Telecinesia Mágica, é o controle puro do mana no objeto, para isso você precisa de um controle muito aprofundado no mana, para conseguir carregar algo muito pesado.

Kamila revela um semblante de fascínio com a explicação sobre a técnica, e junto a isso, uma ponta de curiosidade a toma, ao revelar uma questão para garota prodígio, sobre a técnica de telecinesia.

— E se não for algo pesado, talvez algo pequeno? Precisa também de um controle aprofundado?

— Não muito. Se um mago consegue acessar seu atributo com o Mana, ele já consegue usar Telecinese de Mana em objetos pequenos. Bem desse jeito. — Em um instante, Isabel ergue as mãos e, mirando em sua mochila de couro, a ergue com a Telecinesia Mágica, impressionando não só Kamila como Lukas que observou tudo de trás da locomotiva.

”Impressionante, Isabel já tem o domínio básico da Telecinesia Mágica… Me questiono quantas técnicas ela estudou e dominou, visto que o Acumulo de Mana era a mais difícil dos livros que ela leu…” Impressionado com o potencial da garota de olhos safira, Lukas se pergunta o quão forte ela está, mesmo sem todo aquele poder de antes.


5º dia do mês, Grande Inverno. Grande Floresta de Arrow [Periferia Leste] – 20:00 PM.

Após várias horas de jornada, com paradas para descanso ao longo do caminho, a noite finalmente se estende sobre o céu. As luas Turquesa e Vermelha surgem em sua nova fase, iluminando o horizonte com seu brilho misterioso. 

O céu noturno é um espetáculo deslumbrante, repleto de infinitos pontos de estrelas cintilantes e uma cauda de galáxia que cobre o firmamento com uma tonalidade púrpura radiante.

A caravana para pela quinta vez no dia, encontrando-se agora no meio do caminho rumo a Nakkie. Localizados nas proximidades da periferia da Grande Floresta de Arrow, na parte leste, Lukas, Balmor e Kamila iniciam os preparativos para montar o acampamento onde passarão a noite. 

À medida que as luas se elevam no céu estrelado, lobos começam a uivar ao longe, ecoando através das árvores. 

Uma brisa gélida sopra entre os galhos, fazendo com que as folhas tremulem intensamente, acrescentando uma atmosfera tensa e sombria ao local.

Apesar da preocupação com possíveis feras selvagens ou bandidos à espreita, Lukas utiliza seus sentidos aguçados para varrer o ambiente em busca de ameaças. Isabel, com sentidos um pouco menos apurados que os dele, auxilia-o na busca por qualquer sinal de perigo iminente. 

— Parece não haver nada hostil por aqui… Professor Lukas, encontrou alguma coisa?

— Nada… mas essa calmaria está muito estranha… Normalmente animais se aproximam de acampamentos, ainda mais nesse inverno, em busca de um pouco de calor ou comidas fáceis…

— Mas… de qualquer modo, não há nada por aqui. Não há o que se preocupar, Isabel. Avisarei quando encontrar alguma coisa hostil vindo.

— Certo!

Após uma busca minuciosa, não encontram nenhuma presença hostil e concluem que estão em um local relativamente seguro.

Com o acampamento finalmente erguido, o grupo pode desfrutar de um breve momento de descanso e alívio. Eles se reúnem ao redor da fogueira, cujas chamas dançam com um brilho acolhedor, e compartilham histórias e risadas para dissipar a tensão do dia. Apesar das incertezas que o futuro reserva, a camaradagem entre eles fortalece seus espíritos e os mantém unidos.

— Está ficando tarde, pessoal. Melhor nos prepararmos para dormir. Precisamos acordar cedo amanhã para continuar nosso trajeto até Nakkie.

— Uuuaaahh…! Vo–você… está certa, chefe interina. Eu vou ir primeiro… Esse dia foi muito cansativo… — Balmor com olheiras aparentes, se encaminha para uma das barracas para finalmente ter um momento de descanso.

— Eu vou ir também! Vamos, chefe interina!

— Certo, Isabel. Lukas, e você?

— Eu também vou deitar, ainda não encontrei nada anormal, então acho que posso dá o luxo de dormir um pouco… heheh…

‘’Mesmo calmo… por que será… por que será que eu não me sinto bem com isso…?’’

— Certo… — Observando o semblante preocupado de Lukas, Kamila tenta confiar no rapaz, ao se encaminhar com Isabel para a barraca. A garota de olhos safiras percebe algo em Lukas também, e antes de adentrar na barraca, o encara fixamente.

Enquanto a noite avança, eles se preparam para descansar, cientes de que amanhã continuarão sua jornada em direção a Nakkie. Sob o céu estrelado e as luas exóticas, eles se entregam ao sono, confiando na guarda vigilante de Lukas e na determinação do grupo para superar qualquer desafio que possa surgir em seu caminho.


 

6º dia do mês, Grande Inverno. Grande Floresta de Arrow [Periferia Leste] – 01:40 AM.

Enquanto a madrugada avança, corujas emitem seus chamados distintivos, ecoando pela escuridão noturna. Morcegos soltam seus gritos agudos, utilizando-os como um guia através da densa escuridão.

O ruído pesado de galhos quebrando e passos pesados ressoa pela periferia da floresta. 

Lukas, despertando de seu sono, ergue rapidamente os olhos e, sem permitir que o cansaço se manifeste em seu semblante, ativa seus sentidos mágicos para examinar a área circundante.

Com agilidade e precisão, ele percebe a aproximação de algumas presenças de porte médio movendo-se em direção ao acampamento. 

‘’Monstros?! Agora? Merda… todos estão dormindo… essa com certeza é a pior hora para isso acontecer! Preciso acordar o senhor Balmor e…’’ Ele olha para o lado e vê Balmor dormindo tranquilamente. Uma dúvida surge em sua mente se deve acordar o homem, mas Lukas compreende que Balmor trabalhou incansavelmente ao longo do dia e merece um momento de descanso.

‘’Melhor não… Mesmo sendo um grupo pequeno, eu acho que consigo dar conta de tudo, sem que ninguém acorde… Senhor Balmor já fez muito, acordá-lo para me ajudar é o mesmo que eu assumir que eu disse lá traz não passa de mentira…’’

Lukas veste suas botas apressadamente, demonstrando sua prontidão e determinação. Ele sai da barraca em que estava alojado, preparando-se para enfrentar qualquer desafio que possa se apresentar.

Ao sair da barraca, Lukas se depara com Isabel, que também está acordada e do lado de fora, vestindo apenas uma camisola branca simples, como pijama. Internamente, ele questiona se Isabel também percebeu a aproximação das presenças ameaçadoras e pondera se seria prudente pedir a ela que retornasse para a segurança das barracas. Afinal, Isabel ainda é inexperiente quando se trata de enfrentar monstros.

— Isabel… você precisa…

— Shhhii! Eles chegaram…

Antes mesmo que Lukas consiga expressar sua preocupação, um uivo poderoso irrompe de dentro da floresta, ecoando pela noite. 

Ooowwwooo!

Olhos carmesim brilham entre as folhagens, revelando a presença sinistra que se aproxima. 

Gnarrff! Grrrrgh!

Um conjunto de rosnados e latidos agudos misturados enche o ar, — aumentando a tensão que paira sobre o local.

A aura sombria que emana dessas criaturas é palpável, envolvendo o acampamento em uma atmosfera opressora. Lukas sente um arrepio percorrer sua espinha ao perceber a verdadeira natureza da ameaça que se aproxima. A coragem e a determinação que o caracterizam não vacilam diante dessa nova adversidade. 

Com punhos cerrados, ele encara Isabel e a pede para retornar para a barraca junto a Kamila.

— Esses uivos… Merda! São Lobos da Noite! Será que tem uma toca deles nessa área? Isabel, isso é muito perigoso para você, é melhor retornar para as barracas.

— Não…

— Não!?

— Desculpe, professor Lukas, mas não me entenda errado. Não vai adiantar muito voltar para a barraca agora. Se eu deixar o senhor aqui, e porventura morrer para eles, os próximos alvos dos Lobos da Noite serei eu, Kamila e o avô Balmor. — Com uma voz calma enquanto fixa os olhos na floresta a frente, Isabel explica a Lukas sua razão.

Observando a expressão forte no rosto de Isabel, Lukas reconhece o brilho de coragem em seus olhos. Ele compreende que, apesar da falta de experiência, ela não é alguém que se acovarda diante do perigo. Há uma força intrínseca nela, uma vontade de enfrentar qualquer desafio que se apresente.

”Então essa é a garota que quer se tornar uma Aventureira? Seus olhos transbordam sua coragem… parecem com os olhos de Evangeline… Droga…! Por que será que eu estou cercado de malucos que querem se provar o tempo todo? Que se dane, não tenho tempo pra ficar pensando nisso!”

Em silêncio, Lukas se prepara para o confronto iminente. Seu corpo se enche de energia mágica, pronta para ser liberada em um instante. Ele troca um olhar significativo com Isabel, transmitindo confiança e determinação. 

Embora saibam que estão prestes a enfrentar uma ameaça desconhecida e perigosa, eles compartilham uma convicção inabalável de que superarão essa provação juntos.

Enquanto a tensão aumenta e os rosnados se aproximam, Lukas e Isabel permanecem firmes, prontos para defender seu acampamento e seus companheiros. A escuridão da noite é desafiada pela determinação brilhante em seus corações, e a batalha iminente se torna um teste de sua coragem e habilidade.

Sem perder tempo, silhuetas de criaturas caninas emergem das sombras, aproximando-se da luminosidade das chamas do acampamento. Seus uivos ressoam como lamentos perturbadores, enchendo o ar de uma atmosfera assombrosa. 

— É um grupo… estão se aproximando… Fique em alerta, Isabel!

— Certo!

Lukas e Isabel se preparam rapidamente, envolvendo seus corpos com a Pele de Mana, uma aura protetora que aumenta sua força e resistência. A determinação em seus olhos revela a confiança que sentem em suas habilidades, mas a principal prioridade é manter-se vigilante diante dos inimigos que se aproximam.

De repente, a figura imponente de um lobo negro surge das sombras, revelando sua face através dos arbustos, iluminada pelas luzes fortes dos luares. Os olhos do animal brilham com um brilho vermelho sinistro, enquanto ele examina seus adversários com uma expressão faminta. Suas presas afiadas e músculos poderosos demonstram sua formidável capacidade de caça.

Lukas mantém seu olhar fixo no lobo, avaliando suas ações e antecipando seus movimentos. Ele sabe que precisa agir com rapidez e precisão para enfrentar essa criatura feroz. Ao mesmo tempo, Isabel, embora nervosa, mantém-se firme ao lado de Lukas, pronta para apoiá-lo em qualquer circunstância.

”Preciso ficar alerta, esse Lobo da Noite parece diferente… ele parece mais forte que um comum… será um Alfa? Droga… Esses monstros são muito rápidos, será que Isabel conseguirá acompanhar eles? Preciso pegar a dianteira e enfrentá-los de frente!”

— Isabel, fique atrás de mim. Você será meu suporte!

— Cer-certo! — Rapidamente Isabel dá alguns passos para trás, ficando poucos metros de distância de Lukas.

O ar ao redor fica pesado, carregado com a energia da batalha iminente. 

As sombras dançam em torno do lobo, conferindo-lhe uma aparência ainda mais ameaçadora. Lukas aperta os punhos, pronto para desencadear sua magia e enfrentar o desafio que se apresenta. A tensão aumenta a cada segundo, preparando o terreno para um confronto épico entre a força do homem e a ferocidade da besta.

Com uma agilidade impressionante, o Lobo da Noite salta sobre os arbustos, aterrissando graciosamente diante de Lukas e Isabel, que observam com apreensão a imponente criatura conhecida como Lobo da Noite. Agora, completamente iluminado pela brilhante luz dos luares, todos os detalhes aterrorizantes do lobo são revelados aos olhos dos dois.

O Lobo da Noite possui por volta de seus dois metros de altura, seu corpo negro se contorce em uma silhueta sombria e ameaçadora, envolto em um denso manto de pelo negro como a própria escuridão. Cada fio de pelo ergue-se como lâminas afiadas, prontas para rasgar a carne daqueles imprudentes o suficiente para se aproximarem. Cada toque em sua pelagem é uma provocação para a dor, um lembrete constante de sua natureza predatória.

Ao redor de seu pescoço, uma pelagem especial se ergue como uma juba de um rei demoníaco. É densa e imponente, — adicionando uma dimensão ainda mais selvagem à sua figura assustadora. Parece um adorno macabro, um símbolo de sua autoridade sobre a escuridão que o cerca.

O focinho do lobo abriga uma mandíbula temível, repleta de dentes afiados como navalhas cintilantes. No entanto, são suas presas, — duas monstruosidades ameaçadoras, que chamam a atenção. Elas lembram os dentes de sabre de criaturas extintas há muito tempo, capazes de perfurar carne e ossos com facilidade. Cada presa é uma arma mortífera, — um lembrete constante de que a morte está sempre à espreita.

Os olhos do lobo exibem um vermelho intenso, que brilha com um fulgor vil e sobrenatural. Eles parecem ser portais para um abismo sombrio, revelando uma malícia profunda e inescrutável. O brilho demoníaco que arde em seu olhar penetra nas almas dos incautos, capturando-os no que parece ser um transe hipnótico. É como se cada chama do inferno estivesse contida dentro daqueles olhos, um aviso terrível do perigo que se aproxima.

O latido do lobo negro é uma cacofonia de horrores, um som estridente que corta o ar como um grito profano. É uma mistura sinistra entre um choro lastimoso e um rosnado feroz, um eco que ressoa pelas sombras da Grande Floresta de Arrow. Lukas e Isabel, após ouvir esse som, são invadidos por um calafrio de terror, pois o latido sussurra em seus ouvidos como uma sentença de morte. É um chamado do desconhecido, uma advertência sombria para qualquer um que se atreva a desafiar sua presença maligna.

A tensão permeia o ambiente, à medida que o Lobo encara Isabel e Lukas, pronto para lançar seu ataque. 

Será que eles serão capazes de enfrentar essa ameaça iminente? Suas coragens são postas à prova, enquanto as forças internas se elevam ao máximo, preparando-se para a batalha que está prestes a se desenrolar.

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