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Conversa entre gerações!

— Imaginei que você falaria deles. A mensagem que aqueles dois jovens me entregaram foi bem clara quanto a isso. Aliás, eles possuem um espírito e tanto, só precisam treinar mais.

O mosqueteiro anda inquieto, de um lado para o outro, pela sala do comandante. O Shirei-Kan o acompanha com os olhos, como se estivesse esperando alguma reação anormal do kyapen.

— É bom que isso seja levado muito a sério, Renāto. A união de Araukaria ficou em jogo depois do seu acidente com Kosuta. Você precisa entender que: Ou resolvemos isso de uma vez por todas, ou essa região se dividirá em dois territórios enfraquecidos. Não posso deixar isso acontecer.

— Bem apaziguador, como sua mãe era. Você fala como se eu quisesse a guerra. Vim aqui exatamente para te ajudar com isso, comandante.

— Eu não disse isso. Você está aqui por necessidade mútuo, devido a sua luta com…

Renāto interrompe o comandante, dando um soco na mesa. O soco reflete mais o emocional do que a força do kyapen.

— O senhor sabe mais do que ninguém o que houve naquela luta!

Seus olhos brilham instantaneamente, mas logo Renāto percebe sua exaltação e se acalma.

— Sinto muito por isso. Mas parece que tudo se resume a um erro, e não é verdade.

— Então o que foi? — questiona Gurenāru.

— Um descuido. Quando estava no ápice, não vi que o controle tinha invertido de posição.

O Shirei Kan calmamente vira seu olhar para a grande arma enfaixada de Renāto.

— Sim, eu lembro exatamente o que aconteceu. E mesmo assim, você ainda a carrega consigo. Posso examiná-la?

Então, Renāto desenfaixa a grande espada, e é revelado uma espada branca, azul e de haste preta. Em sua lateral, há dentes afiados, como serrotes. No canto da ponta da espada, é visto uma parte afiada curvilínea, como a de uma espada cimitarra. E sua base se mostra muito espessa, como se tivesse mais funções além de ser uma simples base. Renāto coloca a espada na mesa de Gurenāru II, que reveza seu olhar entre a espada e os olhos do mosqueteiro.

— Tão brilhante como naquele dia. Está conseguindo controlá-la? Sei que é muito para absorver, depois de tanto tempo.

— Sempre que eu acho que estou, me veem lembranças de meus companheiros, e de Kosuta. Essas lembranças me fazem perder o controle de meus movimentos e volto a estaca zero. Por isso treino todos os dias, tanto meu físico como meu psicológico, para não deixar a Hamburupi influenciar minha Dentō novamente.

— E esse fardo vale a pena, mosqueteiro?

— Minha maior desvantagem também pode ser minha maior vantagem, senhor. Não importe quanto tempo eu fique isolado para conseguir isso.

— Bem, terá que fazer isso muito antes do esperado. Quero que vá para Dō no Mori com seu Kai, resolver essa questão com os chimaras. E quero que inclua Kosuta nisso, pois a influência dele pode ser essencial para a paz acontecer.

— O senhor não pode estar falando sério… — diz Renāto, fazendo uma cara sarcástica.

— Mais do que imagina. Diga a eles a verdadeira história, a mesma que me contou. Promova a paz de alguma forma. Nenhuma outra pessoa poderia fazer isso a não ser você, velho amigo.

— Você quer que eu perca o controle de novo? — exclama Renāto, com um tom um pouco mais alto que o normal — É como mandar um cordeiro para o abatedouro, só que o cordeiro tem a chance de virar um lobo.

— E que você quer, Renāto? Quer uma Araukaria unida, assim como meu pai e minha mãe sempre desejaram? Seu juramento pode estar em cheque devido ao isolamento, mas respeite a vontade deles!

Renāto permanece em silêncio, como um gesto de respeito e consentimento.

— Foi o que pensei — complementa o Shirei Kan — você sairá amanhã pela manhã. Descanse sua mente, vai precisar.

Renāto pega a espada, a enfaixa novamente, e a guarda em suas costas

— Como quiser, senhor. Meu Kai já está reunido?

— Sim, eles o aguardam no quartel-general. Dizem que possuem uma técnica que vai desbancar o seu papel de kyapen — diz Gurenāru, quebrando o gelo.

— Isso é o que veremos. Também tenho alguns truques novos na manga. Até mais.

Quando Renāto estava para sair da sala, Gurenāru o chama.

— Ah, e uma última coisa.

— Senhor?

— Não a deixe te controlar novamente. Isso é uma ordem. 

— A Hamburupi é a única coisa que restou de meus companheiros, senhor. Dou minha palavra que aquilo nunca acontecerá novamente. Afinal… Sempre seremos todos por um!

Renāto sai da sala, com a responsabilidade pesando em seus ombros, consciente do desafio que o aguarda. Ele sabe, que a dedicação e treino que teve durante o seu isolamento, irá trazer resultados no leste de Araukária!

Próxima parada: Dō no Mori!

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Olá, eu sou Silas Santos!

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