O Kyapen espanta o time Girudo!
Tulbs, o menos ferido do trio que enfrentava Kosuta, olha para o chimara e se espanta, vendo que ele estava sem o pé de apoio. Ele se ajeita, e vê que a foice continua cravada nas costas de Rioth, que tentava se levantar.
— Esse desgraçado é louco! — exclama o mosqueteiro.
— Como… Como ele descobriu a abertura da técnica? — diz Rioth, com dificuldade.
— Primeiramente, louco não. Digamos… determinado. — diz Kosuta, esboçando um sorriso maligno — Segundo, percebi que vocês estavam tão sincronizados, que possuíam o mesmo ponto de apoio, facilitando assim suas mobilidades. Com isso em mente, resolvi que deveria atacar os três farrapos de uma vez, mas para isso — ele fala, olhando para a sua parte amputada — eu tinha que me mover, de alguma forma. Lamento por terem que ver isso antes do torneio.
Enquanto Wierd começava a acordar, Portz dirigia a palavra a Renāto.
— Bem, acho que essa luta acabou. Nenhum dos dois lados possuem a capacidade de continuar lutando. Vamos ajudá-los, capitão.
Quando o mosqueteiro se dirigia para ajudar seus companheiros, Renāto o deteve.
— Ainda não acabou, Portz.
— Mas senhor… Kosuta está sem o seu pé restante, e os nossos mal conseguem se mover!
— Kosuta é muito rancoroso para se sacrificar assim por nada. O mesmo vale para seus companheiros. Acha mesmo que eles vão perder a oportunidade de darem o melhor de si? Ainda confio que ambas as partes possuem uma carta na manga.
Eles consentem, e encostam novamente na parede da gaiola, aguardando o resultado do confronto.
Wierd se junta à Tulbs e Rioth. Os três possuem a aura reduzida, perdendo assim a sincronia que tiveram durante a batalha.
— Alguém tem alguma outra ideia? — pergunta Wierd — Esse cara não bate bem da cabeça.
— Meio difícil pensar em algo, com uma foice fincada nas costas — diz Rioth, retirando a arma do chimara de suas costas, e a jogando no chão — Que tal a formação Cata-Vento? Ele não vai a lugar algum desse jeito.
— Ela exige muita aura, mas é tudo ou nada agora. Vale a pena tentar. — diz Tulbs, aceitando a ideia.
— Os farrapos já acabaram com a reuniãozinha? Isso aqui não é Rouba-bandeira não — diz o chimara, de forma irônica — Se vocês não vão fazer nada, então é hora de acabar com isso!
Kosuta faz uma pose com a sua mão, como se tivesse querendo pegar algo do ar, e de repente, a sua foice começa a ir em sua direção. Mas antes de chegar ao seu dono, os três mosqueteiros gritam:
— AGORA!
Então, os três juntam as suas rapieiras em um ponto, que fica totalmente azul, apontam para o chimara, e atiram com seus mosquetes nesse ponto ao mesmo tempo, fazendo com que uma faísca vermelha envolva a aura azul, produzindo um feixe de luz que rapidamente parte em direção ao kyapen.
— Kaza Nishiki!
— Droga, a foice não vai chegar a tempo!
Sem muitas escolhas, Kosuta decide usar sua outra habilidade. De repente, sua perna amputada, que possui um tampão azul em sua base, começa a ficar vermelha, até formar uma perna completa de pura energia escarlate.
— Kororadosuwāru!
Ele se impulsiona na gaiola, e vai em direção ao feixe, vendo que não conseguiria desviar a tempo, e o chuta com sua perna feita de pura aura, causando uma grande explosão no teto da gaiola, resultando em ferro de espadas retorcidas e madeira totalmente queimada, revelando o céu de Dō no Mori.
Após o ataque, Wierd, Tulbs e Rioth desmaiam de puro cansaço. Já do outro lado da arena, Kosuta encontrava-se de pé, também esgotado, mas com um detalhe surpreendente: seu pé antes amputado havia se regenerado totalmente. Ele caminhava em direção aos três desacordados, de maneira lenta e assustadora, com a sua foice na mão e com uma perna ainda coberta por uma aura vermelha, porém mais fraca dessa vez.
— Kosuta! — grita Renāto ao chimara, quebrando o silêncio da arena.
Kosuta o encara, com uma feição monstruosa e irreconhecível, como se ele estivesse em transe. Mas pouco tempo depois, seu rosto volta ao normal, e sua perna recolhe toda a aura vermelha, fazendo com que ela voltasse a parecer como uma perna amputada.
— Está bem, Renāto. Admito: usei minha perna amputada. Perdi. — diz o chimara, largado sua foice e a fincando no chão.
Então, Portz e Renāto vão em direção aos mosqueteiros caídos, para prestarem ajuda a eles. A arena se transforma no salão antes visto por eles, e Kosuta senta em seu trono de farrapos de uniformes.
— Confesso que esses três me deram mais trabalho nessa luta do que você nos últimos 25 Kisetsu, Renāto. Quando você resolvia lutar, claro.
— Trato é trato, Kosuta. Quero que me ajude a resolver essa questão de uma vez por todas e…
— Sim, claro. Não precisa ficar repetindo, “capitão”. Deixa eu me recuperar do que esses farrapos de grande valor fizeram comigo. Agora vão.
O time Girudo se dirige para fora da caverna, que agora parece ter a metade do caminho percorrido de antes. Renāto fica para trás.
— Kosuta… — diz o mosqueteiro, com preocupação.
— O que foi agora? Vaza! Ta parecendo minha prometida.
— Vi que sua foice diminuiu de tamanho, após a luta. Então quer dizer que…
— Não comece com preocupações agora. — diz Kosuta, de forma séria, pela primeira vez — É tarde demais para isso.
— Certo. Te vejo lá fora.
Enquanto Renāto saía da caverna, Kosuta olha para a sua foice, e pensa em voz alta.
— Temos isso em comum, lenda: somos controlados pela própria arma.
O final do conflito em Araukaria se aproxima!