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A luz da porta da cabana projetava sombras mais longas no chão, indicando que a noite se aproximava rapidamente. Trocaram olhares, conscientes de que precisavam coletar recursos antes que a escuridão total se instalasse.

Kraus apontou para a escuridão crescente.

— Precisamos encontrar algumas frutas e madeira antes que isso fique totalmente escuro. O que acha?

Sophia assentiu com determinação.

— Concordo. Não quero passar a noite de qualquer jeito.

Enquanto ambos discutiam sobre a busca por frutas e madeira, Lukky se sentiu fixo naquele grimório.

— Galera, eu acho melhor eu ficar aqui e estudar um pouco mais esse Grimório. Quem sabe descobrimos algo útil?

Os outros dois trocaram olhares, parecendo concordar com a ideia de ficar na cabana.

— Tudo bem, mas fique de olho na porta. Se algo estranho acontecer, nos chame imediatamente — alertou Kraus.

O garoto assentiu enquanto os dois se afastavam na busca por recursos, deixando-o sozinho na cabana.

Tocando em sua capa novamente, sentisse a textura semelhante a escamas avermelhadas que eram quentes, o título parecia brilhar em ressonância. Folheando a primeira página, as escrituras diziam o seguinte…

“Dentre todos os elementos, o mais comum e frequentemente subestimado é o fogo. Isso ocorre porque a maioria dos elementos tem a capacidade de contê-lo de alguma forma. No entanto, nem sempre foi assim. O fogo, uma das formas mais antigas e violentas da magia, foi por muito tempo considerado apenas como símbolo de destruição iminente e desgraça em um cenário sombrio. E não, o fogo não se limita à destruição. Há sete princípios fundamentais, ou melhor, sete chamas.

As chamas a que me refiro são, na verdade, cores, sendo a primeira amarelada. O fogo nasce a partir de um processo de ignição, sendo o máximo possível 7, capazes até mesmo de queimar ‘Semi-Deuses’…

O fenômeno das ignições no controle do fogo é, na verdade, uma demonstração de sua versatilidade e manipulação. Cada ignição representa uma fase específica do processo de combustão, revelando um entendimento aprimorado do praticante sobre a natureza do fogo.

  1. Ignição Amarelada: A fase inicial, resultante do processo padrão de ignição, onde o usuário inicia o fogo.
  2. Ignição Laranja: Uma temperatura mais elevada e calor concentrado, o usuário deve conseguir concentrar a chama para aumentar sua temperatura.
  3. Ignição Vermelha: Representa a infusão de sentimentos e emoções no fogo, intensificando sua cor e poder.
  4. Ignição Azulada: A manifestação de controle refinado sobre a energia do fogo, alcançada em momentos de profunda concentração quando se controla perfeitamente suas emoções.
  5. Ignição Roxa: Rara e misteriosa, simboliza a harmonia entre destruição e transformação, demonstrando um entendimento profundo da dualidade do fogo.
  6. Ignição Branca: Indica uma habilidade excepcional de purificação, removendo impurezas do fogo, resultando em uma chama branca e luminosa.
  7. Ignição Escura: Alcançada apenas pelos mestres, esta ignição denota um domínio quase divino sobre o fogo, representando um nível supremo de controle e poder.

Todas essas ignições se sobrepõem em apenas uma chama quase colorida. Para evoluir seu estágio de Ignições, é necessário…”

— Uau! Este livro parece ser incrivelmente raro! — Seus olhos brilhavam de entusiasmo.

O garoto pegou o livro de ‘Conceitos Mágicos’, sentou-se no chão com as pernas cruzadas e abriu ambos os livros, tentando replicar o que estava escrito.

Inicialmente, tentou sentir seu núcleo mágico, posicionando suas mãos em forma de concha perto do seu core. Concentrando-se por alguns minutos, foi possível ver em sua mente uma esfera com um símbolo mágico representando o fogo em seu centro.

— É isso! Consegui, agora preciso manipulá-lo para se tornar um anel! — com os olhos fechados e um sorriso, começou a transformar seu núcleo em um anel, pouco a pouco.

Os amigos que haviam saído antes acabavam de voltar com os suprimentos. Ambos olharam para seu amigo, notando uma concentração de mana ao seu redor, algo além do normal, estava prestes a acontecer.

— Lukky!? O que você está fazendo!? — A garota exclamou com preocupação, correndo até ele.

— Seu idiota! Para ir ao segundo estágio você precisa ter uma base forte! O que você está fazendo é suicídio, PARE! — gritava, prestes a balançar o garoto.

Antes que chegasse perto para impedi-lo, o jovem quebrou esse limite imposto, formando seu núcleo e alcançando o segundo estágio, obtendo sua primeira estrela.

Kraus jogou as coisas no chão e se aproximou de ambos.

— Sophia? Lukky!? Que porra está acontecendo!?

Sophia olhava com espanto para o garoto que estava meditando, balançando-o e tocando em seus ombros.

— O que diabos você fez!? Como você conseguiu? — a garota não acreditava no que estava vendo.

A mana circulava pelo garoto, purificando seu corpo e proporcionando uma sensação de leveza. Em sua mente, olhava seu núcleo recém-formado com orgulho. Notando a presença incômoda, voltava ao mundo normal, abrindo os olhos em choque.

— O que foi, Sophia? Apenas consegui passar de estágio! — olhava com um sorriso ingênuo.

Os olhos preocupados de Sophia não mentiam; o sorriso do garoto logo foi substituído por uma expressão de dor. Colocou a mão em sua boca, sentindo uma dor avassaladora que vinha de dentro para fora, como se fosse explodir.

A garota deu ordens rápidas a Kraus para ajudá-la a levar o jovem para a cama.

— Lukky! Não morra! — gritava com os olhos começando a lacrimejar.

Seu colega, por sua vez, não tinha reação, sem entender o que estava ocorrendo. Pouco a pouco, mais sangue escapava, fazendo-o engasgar. Tentavam virá-lo para evitar o engasgamento, mas não adiantava. Pouco a pouco, ele perdia a consciência, sobrando apenas gritos de seus colegas tentando evitar o que parecia inevitável…

Ao acordar em um lugar escuro, representando sua mente, se levantou, sentindo-se pesado.

— Onde estou? — olhava em volta, notando apenas escuridão.

Ao olhar para seu corpo, percebeu estar transparente. Em alguns instantes, sentiu um toque vindo de trás em seu ombro.

Assustado, virou-se, vislumbrando uma figura incomum… Era Lukky, ou quase isso…

— Bom… Faz tempo desde a última vez que você veio aqui — o ser falava enquanto fechava e abria o punho.

— Parece que estamos mais fracos do que da última vez… Você é um gênio em nós destruir, hein?

O garoto, sem entender nada, questionava se afastando: — Quem é você!? Por que idêntico a mim!?

A figura tinha cabelos castanhos bagunçados até a orelha, olhos da mesma cor, roupas simples de plebeu, lembrando as que usava na época de quando morava com sua tia.

— Eu sou você, qual a dúvida nisso? — o ser ria se aproximando — Ou melhor, sou seu subconsciente. Já nos encontramos antes, mas você sempre se esquece quando acorda…

Em instantes, memórias dos encontros passados, que sempre aconteciam após ficar inconsciente em um momento perigoso, revisitaram.

— Ah! Isso… Eu não me lembrava…

— Óbvio, gênio, acabei de dizer isso. Mas voltando, dessa vez você ultrapassou todos os limites. Como você pode ler um livro e só se atentar nas letras grandes?

— O quê?

Uma visão de momentos quando estava lendo o livro de ‘Conceito Mágico’ revisitou, em destaque estava ao lado, uma pequena parte a qual o jovem ignorou pelo seu desejo de poder. Dizia assim como Sophia que era necessário diversos testes para passar de um estágio. É um processo perigoso que era necessário ter preparação adequada e uma base forte.

— Nossa… Isso quer dizer que eu vou morrer? — sua face espelhava tristeza e toques de desespero.

A figura se sentava no chão com a mão em seu queixo.

— Talvez, não tenho certeza. Nosso corpo não é fraco por conta das experiências passadas, e nossos amigos estão fazendo de tudo para nos salvar.

— Você falando desse jeito, como se nós fôssemos um só, é meio estranho — o garoto se sentava no chão com as pernas cruzadas frente ao ser.

— Mas nós somos um só. Eu sei, é esquisito, mas não tem o que fazer. Agora só resta esperar — apontava para o garoto.

Nesse momento, o tempo passou, e ambos se encaravam sem falar uma única palavra até que…

— E se nós cultivarmos?

— Você quer piorar o estrago que já fizemos em nosso núcleo?

Ambos se questionavam.

— Mas pode ser que dê certo, não há muita coisa a se fazer, e você só pensa em coisas negativas, outro eu.

— Não penso em coisas negativas, sou sincero. Mas podemos tentar — deu os ombros em sinal de indiferença.

Dito isso, continuaram se olhando com indiferença, se posicionando para meditar…

[Continua…]

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