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Nosso jovem despertava com uma sensação de leveza e paz. Deitado na selva macia da floresta, sentindo o sol aquecer a sua pele. Entre as copas das árvores, raios dourados iluminavam o cenário.

Mas, não estava sozinho naquele lugar. Algo macio e quente pressionava o seu peito, e a brisa de respiração suave chegava aos seus ouvidos. Abrindo os olhos devagar, foi possível vislumbrar o rosto de Sophia, adormecida sobre ele. Seus cabelos ruivos caíam sobre os seus ombros, e seus lábios rosados estavam entreabertos. Ao abrir levemente os olhos o fez perceber a situação que estava, fazendo o seu coração acelerar e suas bochechas corarem, deixando explícito como o jovem não sabia como reagir naquela situação.

Antes de reagir, lembrou-se da noite anterior, quando eles escaparam da masmorra carregando Sophia, logo quando finalmente acharam um local para descansar apenas se deitou de cansaço junto a ela ainda desmaiada.

Talvez o cansaço ou a tensão do momento não o fizesse lembrar de ter adormecido com Sophia em seus braços, mas agora ele estava ali, preso sob ela.

Ao acordar totalmente sua vontade era de se mexer, mas teve medo de acordá-la. O jovem não queria estragar aquele momento mágico, nem deixá-la constrangida. Também não queria admitir para si mesmo que estava gostando daquela proximidade. Houve tentativas falhas de se desvencilhar com cuidado, mas a cada movimento era possível sentir o calor do seu corpo, o cheiro do seu cabelo, a maciez da sua pele.

Enquanto o jovem se esforçava para sair daquela posição delicada, pensava no que fazer em seguida. Seria melhor deixá-la dormir um pouco mais ou acordá-la com delicadeza? E se ela acordasse no meio do caminho e ficasse chateada com ele? Lukky não queria arruinar a sua amizade por causa de um mal-entendido.

Mas antes que pudesse decidir, uma risada ecoou pela floresta, assustando-o. Viu a cabeça rapidamente e viu Kraus saindo das sombras, rindo sem parar.

— Cara, você está hilário — zombava, com um sorriso malicioso no rosto. — Quem diria que o valente Lukky ficaria tão sem jeito com a bela Sophia?

O garoto sentiu uma onda de vergonha e irritação. Logo resmungou, tentando manter a calma.

— Não tem graça nenhuma, é melhor você parar de rir e me ajudar a sair daqui.

Após dar mais algumas gargalhadas o seu colega ajudou a se liberta da posição desconfortável, sem acordar a garota. O jovem suspirou aliviado, mas logo percebeu o sorriso divertido nos lábios do seu amigo.

— Não ouse dizer uma palavra disso para ela — advertiu apontando um dedo ameaçador para seu amigo.

Kraus ergueu as mãos em sinal de rendição, mas ainda ria baixinho. — Está bem, está bem, seu segredo está a salvo comigo. Mas você não pode negar quão foi hilário. Quem diria que você ficaria preso por uma princesinha?

Sentindo novamente seu rosto corar, desviava o olhar para não admitir ter gostado da proximidade. Ao recuperar a compostura observou e local é mudou o assunto rapidamente.

— Onde estamos?

Ambos observaram a floresta densa e verdejante, com árvores altas e frondosas. O sol brilhava entre as folhas, criando um jogo de luz e sombra no chão coberto de musgo. O ar era fresco e úmido, era possível ouvir o canto dos pássaros e o murmúrio de um riacho próximo.

Kraus olhou ao redor e deu de ombros. — Não faço ideia. Estávamos tão focados em escapar da masmorra que nem prestamos atenção para onde estávamos indo. Mas, não se preocupe, vamos descobrir. Precisamos encontrar um lugar seguro e buscar suprimentos.

Lukky aminou cuidadosamente as feridas expostas de seu colega se preocupando. Estavam vermelhas e inchadas.

— Seus ferimentos são mais graves do que eu imaginava… É melhor você ficar aqui com Sophia enquanto eu procuro suprimentos.

— Você acha que algumas feridas vão me deixar incapaz de ajudar? Não subestime minha determinação! — Protestava franzindo a testa.

Em resposta, seu colega tocou levemente uma das feridas, fazendo o outro soltar um gemido de dor.

— Viu só? Você precisa descansar e se recuperar.

— Deixe-me ir sozinho, enquanto você cuida de Sophia. Ah! Antes de sair, veja aquela pedra ali — apontava para uma rocha próxima.

— Será que você consegue transformá-la em uma panela ou algo parecido com a sua benção? Será útil mais tarde.

Kraus olhou para a pedra com interesse e acenou com a cabeça.

— Tudo bem, eu vou tentar fazer isso. Adiante e vá embora! Eu já estou cansado de ver sua cara mesmo.

Após apertarem as mãos, continuaram se zombando até se afastarem completamente…

Enquanto caminhava por uma suposta trilha na floresta, O jovem percebeu um suave som de água corrente e o seguiu, encontrando um riacho cercado por flores silvestres e plantas exuberantes. O riacho parecia limpo e fresco, era perfeito para a situação atual.

Era visível algumas ervas próximos ao rio, as mesmas eram conhecidas pelo jovem por conta do tempo em que estudou com sua tia, que serviriam para tratar a ferida de seu amigo

Ignorando as plantas por um momento, o jovem foi até o riacho para beber água. Momentos depois, notou um brilho suave vindo de uma abertura próxima entre as árvores. Curioso, se aproximou e descobriu ser uma pequena clareira onde o sol refletia nas pedras e no capim, criando um lugar sereno e bonito. Havia até mesmo uma pequena cascata que caía em uma piscina rasa.

O jovem sorriu satisfeito e voltou correndo para contar a descoberta a seus amigos. Ele tinha a sensação de que aquele lugar seria um refúgio perfeito, pelo menos temporariamente.

Quando retornou à clareira, encontrou seus amigos conversando animadamente. Sophia sorria enquanto ouvia as histórias de Kraus, ambos pareciam estar se dando muito bem.

O garoto ficou feliz em ver que sua colega estava bem, e sentiu uma pontada de ciúmes simultaneamente. Ao se aproximar com um sorriso no rosto, contou sobre o riacho e as ervas que encontrou. Imediatamente Kraus mostrou a tigela rústica que criou com a sua benção usando a rocha de antes.

Tempos depois, feridas foram tratadas, e os dias passaram até que os colegas exploraram a floresta ao redor da clareira, buscando por recursos e avaliando possíveis perigos. Pareciam estar em um lugar tranquilo, longe das ameaças do reino.

E assim, o tempo passou naquela floresta misteriosa, onde o futuro era incerto, mas onde a amizade e a esperança os mantinham unidos.

[Continua…]

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