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Às três crianças estavam adormecidas naquela floresta. De certa forma, não era seguro, mas também não era perigoso.

Nosso jovem por sinal, parecia não estar tão bem quanto os outros… digo, mentalmente.

Em seu sonho, se encontrava em uma pequena casa, deitado aos prantos em sua cama confortável. O aroma familiar do café fresco invadia o quarto, envolvendo-o em uma onda de nostalgia. Podia-se ouvir a voz suave de sua tia, chamando-o para se juntar a ela na cozinha.

No entanto, algo parecia fora do lugar. Enquanto abria os olhos sonolentos, percebia que a luz do sol brilhava de maneira estranha, como se passasse através de uma névoa irreal. Os objetos ao seu redor pareciam distorcidos e indefinidos, como se tivessem sido criados por uma imaginação caótica.

Ao se levantar da cama, seus pés pareciam flutuar acima do chão, como se a gravidade não o afetasse mais. A casa ao seu redor começou a se transformar, suas paredes se contorcendo e os móveis se fundindo em formas bizarras. O mundo à sua volta oscilava entre a claridade deslumbrante e as sombras inquietantes, uma dualidade que parecia refletir seu próprio estado de espírito.

Enquanto caminhava pelos corredores da casa, o som de vozes sussurrantes ecoava em seus ouvidos, murmurando palavras ininteligíveis.

A sensação de que algo estava errado intensificava-se dentro de do garoto, uma mistura de ansiedade e fascinação diante desse mundo estranho. De certo modo ele sabia que aquilo não era a real, mas sim, um reflexo distorcido de sua mente e de suas emoções.

Enquanto se aproximava da cozinha, a porta se abria silenciosamente, revelando um cenário surreal. A mesa estava coberta por um banquete extravagante, com iguarias exóticas e cores vibrantes. Mas à medida que ele se aproximava, os alimentos se transformavam em criaturas grotescas e viscosas, rastejando e se contorcendo.

A tia, com um sorriso enigmático nos lábios, estendia a mão em sua direção. Seus olhos brilhavam com um fogo interior, transmitindo uma mensagem silenciosa de perigo iminente.

Ela se aproximava cada vez mais, até finalmente encostar…

Lukky acordou de repente na floresta onde dormia com seus amigos. Ofegou e sentiu seu coração disparar. O calor do sonho dissipou-se rapidamente, substituído pela frieza da realidade.

Logo se deparou com a escuridão das árvores, deitado aos arbustos. O silêncio da noite envolvia-o. Enquanto seus sentidos se ajustavam à realidade. A sensação de inquietação persistia em seu peito, como um resquício do caos de seu sonho.

A visão de sua tia o chamado para o café da manhã e a distorção da casa ainda ecoavam em sua mente, deixando-o questionar sobre a fronteira entre o sonho e a realidade.

Assustado, porém intrigado, ele finalmente entendeu…

— Minha tia! Ela pode estar em perigo!

Os outros acordaram com o grito.

Antes que a garota dissesse algo, Kraus se adiantou: — Lukky!? O que foi!?

Nervosismo e ansiedade percorriam pelo corpo do pequeno garoto.

Uma maré de sentimentos negativos estava atacando diretamente sua mente. E, ao mesmo tempo, ele começou a se sentir culpado, mas pelo quê?

— Nossas famílias… podem estar em perigo…

Essas palavras levaram a coesão mútua e tiveram mais consciência sobre a situação.

— Para sequestrar tantas crianças… aqueles sendo plebeus… se suas famílias fossem questionar, elas seriam mortas?! — pensaram igualmente

— Aquela academia não tinha uma fama ruim… Sendo assim… será quê?…

Lukky rapidamente se levantou, cerrou seus punhos em ódio.

— Temos que voltar! Nossas famílias estão em perigo!

Kraus se levantou juntamente, mas entristecido olhou para o chão.

— Não podemos, pense comigo, até mesmo Sophia que é de uma família burguesa foi sequestrada… talvez eles não tenham feito nada a nossas famílias, mas se aparecermos… não será garantida nossa segurança, nem a deles…

— Então, o que vamos fazer? Porra, quer virar índio morando nessa floresta agora?

— Vocês dois! Tenham calma, olhem as palavras! — Sophia disse, mais tensa que ambos.

— Não, Sophia… Ele está certo, podemos morrer facilmente aqui, e nem sabemos onde está a cidade mais próxima. — Kraus admitiu, com um tom desanimado.

— Mas… — a garota respirou fundo, pensando no que dizer — apenas tentem manter a calma, o dia mal começou…

Juntos, olharam para o céu, vislumbrando o sol iluminar e esquentar pouco a pouco aquele lugar. Essa paisagem restabeleceram seus sentidos, é foram tomar um gole d’agua para se sentirem melhor.

— Então chega de intriga, temos 2 objetivos hoje para serem completos!

1° Precisamos de equipamentos, mal temos as roupas do corpo, que estão rasgadas, além de que não temos armas.

2° Precisamos de segurança, por mais que a floresta seja “confortável”, diversos perigos como plantas venenosas, insetos e bestas podem acabar matando-os

Com isso em mente, buscaram suprimentos para sua pequena aventura que estava prestes a começar.

Com alguns bastões das árvores, tentaram fazer uma espécie de lança. Kraus usou sua benção “Toque de Geomita” em algumas pedras pelo lago para produzir uma espécie de lâmina afiada. Os outros pegaram alguns cipós e usaram como corda para amarrar a lâmina junto ao bastão, fazendo então duas lanças que os dois garotos usariam.

Sophia não tinha qualidades físicas o suficiente para usar algo assim, e também os garantiu que usando sua magia já seria de grande ajuda.

Feito isso, ambos deram um último gole de água e começaram sua aventura…

— Fala sério! Agora estamos mesmo parecendo índios! — Lukky falou com seu tom brincalhão.

— Cala a boca, idiota! Se está reclamando tanto, tente lutar de mãos vazias. — Kraus retrucou.

— Vocês dois! Não é hora de brincadeiras!

Os jovens, descontraídos pela emoção, caminharam pela floresta, desvendando aquele local desconhecido.

Passando pelas árvores, na tentativa de não se perder, marcavam as mesmas com riscos, indicando a sua passagem.

Os dois garotos comandavam a frente, enquanto a garota ficava na retaguarda. O som dos animais era frequente, pássaros cantarolavam, enquanto pequenos roedores passavam despercebidos.

Em sua inspeção, enxergaram algumas bestas semelhantes a javalis, coelhos e até mesmo goblins, mas em pequenas quantidades. A intenção das crianças era passar despercebidas, com isso, sempre se escondiam pelas árvores e arbustos. E assim o dia continuou, até começar a anoitecer.

— Eu não aguento mais andar… — Kraus disse com um tom cansado — Por que você não me carrega, Lukky?

— Sai fora, não é como se tivéssemos andado tanto.

O garoto, liderando a frente, olhou para trás e viu seus dois amigos cansados e desgastados pelo longo dia.

— Nossa, vocês estão acabados, hein?

— Você é o único que está acostumado a andar assim, Lukky! — Sophia reclamou, ofegante.

Ambos, cansados, olharam adiante e viram algo como uma cabana.

— Ei! Espera, aquilo é uma casa? — Sophia perguntou, surpresa.

O nosso jovem se virou e confirmou, sorrindo em alegria.

— É uma casa, sim! Vamos lá, pode ser que tenha alguém que possa nos ajudar! — gritava enquanto corria em direção ao lugar.

— Espera! Não seja tão impulsivo, pode ser perigoso! — Kraus gritou, preocupado.

Os dois seguiram Lukky, tentando alcançá-lo. Diferente dele, estavam cautelosos e desconfiados, temendo encontrar alguma armadilha ou inimigo na cabana.

Ao chegar à porta da cabana, que estava entreaberta. O garoto empurrou a porta com força, e entrou na cabana. Olhou ao redor, e viu um cenário de abandono e decadência.

A casa era pequena e simples, com apenas um cômodo. No canto, havia uma cama de madeira, ao lado de um baú de couro. No centro, havia uma mesa redonda, rodeada por três cadeiras simples. Em frente, havia uma lareira de pedra, onde as brasas já estavam apagadas a tempos. Nas paredes, havia algumas prateleiras de madeira, onde tinha poucos livros. Tudo estava coberto de poeira e teias de aranha, indicando que ninguém morava ali há muito tempo.

O jovem ficou um pouco decepcionado, e também intrigado. Quem teria construído aquela cabana, e por que teria abandonado ela? O que teria acontecido com o dono da cabana, e onde ele estaria agora?

— Lukky, você está bem? — Sophia perguntou, entrando na cabana com Kraus.

Olharam ao redor, e viram a mesma cena de desolação. Também ficaram curiosos, e também preocupados.

— Eu estou bem, mas não tem ninguém aqui. Essa cabana parece estar vazia há muito tempo. — respondeu, com um tom de frustração e de mistério.

— Que estranho… Por que alguém construiria uma cabana no meio da floresta, e depois a deixaria assim? — Kraus perguntou, com um tom de especulação e de medo.

— Não sei, mas talvez possamos encontrar alguma pista ou alguma coisa útil aqui. Vamos dar uma olhada, mas com cuidado. Pode haver alguma coisa perigosa ou escondida aqui

Ambos concordaram, e estavam decididos a vasculhar aquela cabana em busca de respostas…

[Continua…]

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