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Capítulo 15 – Valor Inalcançável?

Uma Onda do Desespero.

Bruno já tinha ouvido falar sobre essas criaturas, mas sempre em sussurros cheios de ou raiva ou tristeza ou pena, às vezes uma mistura entre os três, raramente os três ao mesmo tempo.

Infelizmente, ele sabia muito pouco acerca desses seres, o pouco que conseguiu entender sobre, é o fato que o que quer que a criatura tenha sido antes, não importa mais, Ondas sempre são monstros únicos, apenas comparáveis com maldições.

O Besouro não fala mais nada sobre, e Bruno decide não continuar a conversa, não querendo revelar, o quão pouco ele sabe sobre suas atuais circunstâncias, tendo caído de cabeça na tempestade destrutiva, que é estar perto da Bruxa.

— SR. Bruno…

— Bruno. me chama de Bruno. Cacete você levou a sério quando eu pedi pra me chamar de SR.

Besouro pisca algumas vezes, confuso antes de responder:

— Por que eu não levaria seus desejos a sério?

Bruno apesar de não demonstrar fisicamente, fica perplexo.

— Você literalmente me dedurou para a bela adormecida aqui! — Bruno aponta para Bruxa, movendo o braço como uma marionete.

— Não computei que fosse causar atrito, já que você abertamente a informou que era um. Ondas do Desespero perdem boa parte das antigas memórias ao passar pela transcendência, não seria produtivo ela ficar próximo de um sem saber o que são. Não?

— Mas hum… humm… — sem argumentos, Bruno desiste de ser combativo — Certo. O que você queria perguntar?

— Ótimo, agora que deixamos esse desentendimento de lado, você deseja morrer?

Mais uma vez Bruno passa alguns segundos perplexo.

— Como!?

— É bem simples na verdade. Meu drone pode facilmente arrancar a sua cabeça e então os outros cinco…

— Não Porra, eu quis dizer… Como assim? Tu ta mó de boa falando “não sei o que, eu respeito teus desejos, não sei o que lá” e do nada me ameaça?

— Isso não foi uma ameaça.

— Como não?

— Amálgamas são ladrões de corpos, logo sempre que o seu receptáculo morre, você pode simplesmente sair e procurar outro. Algumas pesquisas dizem que vocês são capazes de viajar pelo espaço, sem problemas, na forma incorpórea. Já que saímos de uma área de Mofo, computei que você faria algo similar aos protocolos de renascimento dos humanos de mekanar, devido ao seu estado, quis ajudar nisso.

— CLARO QUE NÃO SEU BESOURO IMBECIL! Morrer ainda dói, se eu puder evitar melhor.

Contudo Bruno não admitiria abertamente, mas existem duas partes adicionais para a motivação de manter-se no corpo do cadáver.

A primeira é a sua teimosia. Desistir daquele corpo seria como aceitar uma derrota. Um erro.

A segunda, e a mais importante, é a Bruxa. Uma das figuras mais intrigantes que Bruno já conhecera, mas acima disso, ela havia o salvado duas vezes, uma indiretamente, na floresta e a mais recente contra o Mofo. Essa última é a que mais quebra a cabeça dele, porquê não havia sentido lógico para o que ela fez.

“O Besouro falou sobre a Bruxa ter algum plano, e possivelmente eu ter alguma coisa haver com ele, quando ela me puxou do armazém, mas ainda assim, no meu estado atual eu sou mais um peso morto do que qualquer coisa. Principalmente quando o Mofo apareceu, me pergunto porquê ela não me largou durante a perseguição, eu poderia ter sido uma distração, e liberaria uma das mãos dela.”

— Perdoe-me pela confusão — O Besouro anuncia depois de alguns segundos de silêncio desconfortável — Então poderia questionar o que você irá fazer agora? Se meu banco de dados estiver certo, você é um caçador de alto renome e veio aqui caçar a falsa recompensa pela Bruxa, certo?

— Falsa? — Bruno acaba interrompendo a trilha de pensamento sobre os motivos da Bruxa ter o salvado.

— Falsa. Você realmente acha que quase um bilhão de Influx é sequer alcançável?

— Ehhh a hanza botou lá né, eles meio que conseguem fazer o impossível… Quando se trata de mexer com a Matriz Central. Sobre a sua primeira pergunta… Eu não sei, não estou em um estado para caçar e…

Bruno hesita um pouco antes de dizer:

— Ela salvou a minha vida lá embaixo. Do Mofo! De todos os horrores em Nuldin, o Mofo tá provavelmente no topo da minha lista. Que eu encontrei claro! Uma morte definitiva é algo difícil de imaginar, e ela me salvou de experienciar de fato uma. Juntando tudo isso, não sei se consigo caçar ela sem me sentir mais babaca do que o habitual.

— Isso significa que você está disposto a aceitar outra oferta?

Linhas roxas brilhantes saem de Besouro, formando um círculo acima do mesmo. Dentro do círculo, linhas espirais juntam-se e separam-se…

Infinitamente.

Uma infinitude de espirais faz Bruno perder o controle da aura, que parece soltar-se nos seus olhos, fazendo-os brilhar com ganância.

— Ha.. ha.. Um bilhão é inalcançável né?


Piscando com força a Bruxa acorda. Seu sono não foi interrompido de forma lenta, mas agonizantemente rápido. A dor de cabeça ficou mais forte que o cansaço, que havia a botado em inconsciência, sua mente está em chamas.

Essas mesmas chamas consomem toda e qualquer energia psiônica gerada pelo seu cérebro. Até mesmo seu corpo parece mais fraco como consequência.

“Sejam psikotécnicas passivas ou ativas, passar perto de um engasgo e sobreviver, vai anular elas por algumas horas. Seu limite é entre 8 e 12, não esqueça! Fique abaixo de 8, por segurança, já que morrer não é uma opção para você.” O pensamento invasivo some tão rápido quanto apareceu.

— Finalmente acordou, Bruxinha!

A Bruxa pula em posição de combate, olhando para Bruno que está de pé na sua frente, ainda parecendo um cadáver, o que só complementa o quão sinistro é o fato de ele estar de pé. Em volta de ambas as pernas, fios vermelhos de aura são bastante visíveis.

— OW! Calma Bruxinha, você tá muito hostil com — com dificuldade levanta o queixo e abre os braços se exibindo — seu novo guarda-costas!

A Bruxa fica em choque por alguns segundos, vendo que os braços de Bruno foram movidos com a ajuda de dois drones besouros nas suas palmas. Os outros três também encontram-se espalhados pelo corpo do amálgama, ajudando-o a se mover.

Com essa cena ridícula a Bruxa relaxa e começa a rir silenciosamente, botando uma mão sobre o espaço que seria a sua boca e apontando na direção do seu guarda-costas.

— Sim, sim, é muito engraçado, agora vamos, o Besouro tá esperando a gente.

A Bruxa olha ao redor procurando pelo Besouro e observando a sala onde acordou.

A sala é grande e retangular, estando em um dos lados da sala, ela vê uma plataforma metálica enferrujada que se estende até o lado oposto, onde uma porta enorme circular está entreaberta. Do lado de onde a Bruxa acordou, uma mesa cheia de botões e telas está desligada, sem energia para cumprir seu propósito.

Ali é a saída da instalação, com uma porta digna de um bunker militar, capaz de manter os mais terríveis horrores fora dali. No entanto, sem a energia e recursos necessários, aquilo é apenas uma massa de metal que facilmente foi aberta por dentro, pela força sobrenatural do amálgama, ação que demorou várias horas devido a sua falta de controle total sobre seu corpo.

Sem encontrar o Besouro, ela olha de forma inquisitiva para Bruno.

— Quer saber onde ele tá? — O amálgama fala com diversão na voz, ao ver a Bruxa afirmar com um aceno.

— O Besouro tá só observando o Cemitério Sideral, sem ficar maluco, nada demais!

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Olá, eu sou Mulo!

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