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Diversos elfos e cidadãos por perto estavam próximos da entrada do refúgio nesse momento, e bem em frente aos portões que conectavam ao interior da montanha, Círdan parecia conversar com um majestoso cavaleiro coberto da cabeça aos pés de uma armadura preta pesada.

Tal cavaleiro de armadura preta persistia em manter uma expressão fechada em seu rosto, com um semblante sério, enquanto respondia a Círdan casualmente.

— O que eles estão fazendo aqui? — indagou Kazuki, e olhou diretamente para eles de longe. 

— Como assim? Não era para estarem aqui…? — perguntou Rei, com sua atenção voltada em seguida para o homem-fera.

— É, bem… não. Eles não deveriam estar aqui. Não faz sentido o reino humano estar no território dos homens feras. Não consigo entender o motivo por trás disso. E pelo que vejo, eles ainda estão os auxiliando, não importa o quanto tente pensar nessa situação. — Mesmo que estivesse curioso, o homem manteve o tom de sua voz casual enquanto fazia os questionamentos.

Após soltar essas palavras, Kazuki imergiu em pensamentos profundos nessa hora, tentando achar alguma justificativa para aquele comportamento sem sentido. 

Embora existissem humanos no reino dos Homem-fera, havia uma grandes desconfiança entre as duas raças por conta do passado.

Normalmente, quando o continente de Artys, onde estava localizado as raças dos Orcs, Demônios e Trolls atacavam o continente de Erderon, todos os 4 reinos eram simultaneamente alvos de sua retaliação consecutiva: Os Elfos, os Humanos, os Anões e os Homens feras. 

Os reinos defendiam-se individualmente quando isso ocorria, dependendo assim apenas de suas próprias forças e exércitos que possuíam. 

Entretanto, existiam algumas exceções. Como era para a de um dos casos de quando o líder das respectivas raças do continente aliado solicitavam reforços para outros reino, em busca de auxílio. 

Este foi o caso de outrora do reino dos anões, que na época perdeu ⅓ de seu território pelas investidas massivas da raça dos Trolls, em uma tempo em que estavam prosperando e conseguindo ganhar recursos para expandir seu território.

Kazuki, melhor do que ninguém, sabia sobre essas questões diplomáticas e políticas, pois fazia parte da história desse mundo e era um conhecimento comum para todos os cuidados.

Ver os humanos em território estrangeiro apenas fez ele se lembrar do tratado consolidado pelas quatro raças do continente de Erderon, chamado de Juniper, que foi firmado puramente por fins de resistência em conjunto.

E, caso algum reino solicitasse ajuda exterior de outros reinos, então, certamente, esse reino teria futuramente de passar por um temporada de escassez e miséria. 

Por que disso?

Bem, o motivo era simples.  

Embora o propósito do trato fosse um reino auxiliar o outro, haviam absurdas demandas impostas para o reino que solicitou o tratado.

O reino que auxiliava, cobrava recursos e materiais para ajudar a raça aliada que estava a passar por uma situação decadente e desesperadora em meio a guerra.

Para o reino que solicitava o tratado, um soldado a menos ou a mais faria muita diferença em uma guerra, podendo até mesmo ser considerado um fator decisivo; Como por exemplo um mago avançado. Ele tinha poder o suficiente para matar mais de 1000 tropas, aniquilando assim um esquadrão inteiro inimigo.

Qual seria o reino que ajudaria seu aliado próximo, sabendo que poderia perder territórios ou suprimentos vitais caso houvesse uma investida inimiga surpresa? 

E quanto ao tratado Juniper? Ele na realidade era meramente uma fachada e lar de mentes astutas, políticos mais considerados como cobras, com mentalidades poluídas e corruptas que visavam acima de tudo, territórios e riquezas dos aliados que tanto invejavam.

Por um lado, a população estava cega, e pensavam que o reino aliado estava a auxiliar e socorrer de boa fé o aliado, mas por trás das cortinas, era uma facada nas costas por conta dos impostos.

No final, eram três guerras sendo travadas ao mesmo tempo. 

Tanto política, territorialista, e cívil.

O preço pago pela raça dos anões foi a maior parte de seu armamento militar, e ⅕ de toda safra anual de vinho produzida pela região, entre outras demandas requeridas que foram ridículas. 

Esse foi o preço pago por eles para que ocorresse a tão bondoso atitude de boa fé que a maioria da população acreditava.

‘O reino humano é incrível! Ajudou os anões a se reerguer novamente.’

‘Os humanos são sempre altruístas.’ 

Diziam os plebeus, apenas repetindo os rumores que circulavam pelo povo.

Por consequência, no final da história, os anões tiveram que desenvolver rodovias, cidades e plantações subterrâneas. 

Mesmo com auxílio de outro reino, eles tiveram ⅓ de seu território destruído, não restando-lhes muitas opções a serem planejadas. Tendo assim que optar por desenvolver e melhorar a área da mineração, em cavar túneis subterrâneos e desenvolver a engenharia em um nível avançado.

Enquanto pensava nessas questões e observava os humanos de longe, Kazuki pensou em duas possíveis soluções para os humanos estarem agora no território dos Homem-fera. 

A primeira solução era de que, o autoproclamado imperador concordou com as altas demandas do reino humano, o que provavelmente acarretaria em escassez e fome durante alguns anos por toda a região. 

Caso fosse verdade, fazendeiros, agricultores e pessoas desafortunadas seriam as primeiras a serem alvejadas por essa avalanche de miséria. 

A segunda solução era de que, talvez a situação fosse extremamente instável, e, provavelmente, o exército do continente de Artys não tivesse atacado simultaneamente outros reinos, e sim, focado exclusivamente em uma investida em grande escala no reino dos homens fera. 

Era bem provável que a segunda alternativa estivesse correta, pois isso explicaria a destruição das cidades costeiras e a maioria das vilas que foram destruídas no percurso.

Enquanto o homem-fera emergia nesses pequenos pensamentos, e esperava firmemente que o imperador não tivesse aceito as ridículas condições de auxílio do tratado de Juniper, o homem de armadura preta próximo a Círdan mudou a expressão no rosto e recuou subitamente. 

Círdan deu alguns passos para trás e assim que disse algumas palavras finais, a expressão em seu rosto tornou-se indiferente. 

O que chegava a ser um pouco incomum, visto que o elfo sempre estavam sorrindo, mesmo que a circunstância fosse caótica ou extrema. 

Acompanhado com o restante dos elfos e alguns indivíduos próximos, Círdan virou-se e adentrou o refúgio sem dizer mais nada.

O cavaleiro de preto então subiu em seu cavalo preto, que era um puro-sangue inglês, um dos melhores cavalos do mundo, que também estava revestido de uma armadura preta por todo o corpo.

Em seguida, ele marchou até a cavalaria que estava inteiramente organizada em fileiras de cinco. Havia cerca de 80 a 92 soldados ao total que estavam alocados nesta região, posicionados na horizontal.

Se alguém visse essa visão do céu, certamente diria que eles mais pareciam como um exército de brinquedo.

O cavaleiro com o tom de sua voz um pouco mais elevado que o normal então começou a pronunciar algumas palavras em direção às tropas.

Por conta disto, o olhar deles fixou-se em sua figura e eles responderam imediatamente e colocaram as mãos na testa, como se fosse um comando, igual aos tenentes de exército para os seus subordinados. 

Quando acabou de declarar em voz alta algumas coisas que foram incapazes de serem ouvidas por Rei, que observava toda a cena de longe, a cavalaria prontamente saiu de sua posição, formando uma nova posição organizada. 

Eles marcharam em uma fileira única horizontal, seguindo em direção para o leste. 

O cavaleiro de preto que ainda estava parado, e observava o exército desaparecer lentamente de sua vista, de repente dirigiu sua visão para a lateral. Seu olhar direcionou-se para o local em que Rei.

Nesse instante, o garoto sentiu que seus olhares se cruzaram, e permaneceu com eles por um longo tempo, quase como se o tempo em si tivesse parado. 

E, por alguma razão, o soldado também o permaneceu olhando com interesse. Após alguns segundos assim, o cavaleiro colocou as suas duas mãos na cabeça, tirando o elmo que o cobria.

O homem inclinou a cabeça, e os seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso suave, lançando um olhar sobre Rei. 

De longe, o garoto o observou surpreso com a visão… Eram olhos rubis que fixaram a sua atenção. 

Rei prendeu a respiração por alguns segundos, enquanto observava ainda de longe o vestígio de um sorriso malicioso que parecia se formar de um rosto sereno.

Continua…

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