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Rei fechou seus olhos por um momento, e tomou uma profunda e purificante respiração, e foi quando sentiu uma ligeira sensação de frio percorrer todo o seu corpo, a mesma sensação que tivera ao subir o caminho íngreme da estrada para o vilarejo de Tyrant.

O frio percorreu suas costas, e uma leve lembrança surgiu em sua mente, juntamente com uma estranha sensação de inquietação e recordação. 

“Calma… como? Aquele não é o cara que eu conversei a poucos dias atrás?”

“Nah, acho que estou pensando demais.”

Disse em pensamentos, ainda com o olhar fixado em sua direção, sem conseguir desviar a sua atenção inicial.

Enquanto o examinava de certa distância e analisava de longe tudo que estava acontecendo, muitos pensamentos começaram a se formar em sua mente. 

“Ah, cara. Sério. Quer dizer que ele era alguém da cavalaria? Mas, então, por que estava em Svishtar antes? Ele parecia perdido e abalado com algo.” 

O homem, que o estava observando de longe, logo percebeu que o garoto apesar de olhá-lo fixamente, estava desligado e perdido em pensamentos. 

Ele colocou seu elmo novamente na parte superior da cabeça, e partiu em direção aos seus companheiros, a tropa que havia liderado. 

Como uma brisa de vento, ele partiu. 

E deixou para trás um sentimento de recordação, juntamente com inúmeras dúvidas e um sorriso em seu rosto que parecia queimar como fogo.

— Reiji? — perguntou Kazuki, fixando seu olhar no garoto, pegando sua mão.

— E-Er… S-sim? — respondeu o garoto, que havia sido cortado de seus pensamentos pela voz firme do homem-fera.

— Você conhece aquele cara? 

Rei, que até poucos segundos atrás estava pensando consigo mesmo, e não havia percebido o cavaleiro tinha saído, com uma expressão confusa, respondeu Kazuki com sinceridade. 

— Conheci ele alguns dias atrás. Estava no corredor perto dos quartos junto com outros refugiados. Esse cara, ele parecia bem deprimido…

— … Havia me pedido alguns conselhos e talzs, foi algo bem estranho, mas eu acabei respondendo, parecia que ele estava passando por um momento difícil — acrescentou.

— Mas eu não fazia ideia de que ele era um cavaleiro do reino humano, não me disse nada sobre isso, na realidade, não teve tempo. Espero que ele tenha encontrado a resposta que desejava. — Finalizou a discussão com um ligeiro sorriso no rosto, para que não se preocupasse com mais nada.

A todo o momento em que o garoto falava, seu tom de voz transparecia alívio e um ligeiro tom de felicidade, o que deixou Kazuki um pouco irritado.

Mesmo que Kazuki não fosse do tipo ciumento, assim que o garoto terminou sua conversa, o homem colocou seu braço em torno de seu ombro. 

Seu subconsciente chamuscou de ansiedade, e uma parte dele parecia alertado, e mesmo que fosse uma ideia absurda, uma leve impressão acendeu em seu coração. 

Kazuki, voltou-se para o garoto e disse de forma deliberada enquanto tomava fôlego e baixava o tom de sua voz: 

— Rei, a próxima vez que você sair de noite, me chame. Vai ser divertido. 

Quando o homem aproximou-se o suficiente para colocar seu braço em seu entorno, Rei, por sua vez, que sentiu o toque quente de seus músculos e a voz suave de Kazuki, o respondeu depressa, envergonhado: 

– C-Claro. Podemos comer e ver a lua juntos — declarou nervoso, e com o tom de voz um pouco falho. 

Era a primeira vez para Rei que Kazuki dizia seu nome de forma tão relaxada e estranha, por conta disso os batimentos cardíacos de Rei aceleraram momentaneamente, e suas bochechas aqueceram um pouco. 

O garoto levantou seus olhos até Kazuki, e percebeu que os olhos azuis do homem estavam acesos de curiosidade, embora fossem gentis; Os seus olhos eram enervantes, o garoto tentou até mesmo desviar o olhar, mas ele ficou preso pelo momento, encantado com aquele oceano no interior de seus globos oculares. 

“O que ele estou pensando?”

Nesse momento, Kazuki que olhou para frente, trazia a sua outra mão para perto da boca, e colocava seus dedos em sua entrada… Como se estivesse pensando profundamente sobre algo, sua expressão estava estranhamente concentrada em torno de suas dúvidas internas

Sua boca era tão dispersiva, e bonita.

Gulp! 

Rei engoliu em seco. 

Gulp!

Pela primeira vez, em seus dezessete anos de vida, ele queria tanto o beijar. Sentir a sua boca na dele, embora não fosse o momento certo, mas ele não se importava.

Seu coração começou a bater cada vez mais rápido, enquanto seu olhar estava fixo na direção de Kazuki. Que parecia um modelo em uma pose para alguma brilhante revista top de linha. 

Um sentimento recorrente correu em suas veias, e cada pedaço de seu corpo desejava sentir o toque áspero de suas mãos sobre o seu corpo. 

E, pensando agora, o que significava o comentário de Kazuki?

‘Vai ser divertido’

Talvez fosse um convite implícito?

A adrenalina correu por seus sentidos, da proximidade inebriante de Kazuki, que o fez corar e sentir-se fraco apenas com essa ideia em mente. 

E, certamente, se não fosse pela presença de Rina e Tyrant, o estudante já teria agido de forma impulsiva. 

As meninas que estavam atrás não haviam percebido como o garoto estava naquele instante, apenas olhavam para o cenário à frente, murmurando uma com a outra. 

Tudo havia acontecido tão rápido, que em menos de um minuto o estudante estava pensando a fundo sobre o cavaleiro com olhos de rubis, e no próximo, estava sendo revestido pelo braço possessivo de Kazuki.

Rei, abaixou a sua cabeça para esconder seu recorrente rubor. E, naquele momento, a voz de Rina cortou todo o silêncio e inquietações internas que existiam em Rei.

— O pessoal já saiu da entrada, por que não entramos logo em Svishtar…? 

— Sim, é melhor irmos antes que algo mais possa acontecer — disse Tyrant.

Kazuki deu um suspiro e respondeu:

— Parece que não tem nenhum problema, vamos. Não vai adiantar nada ficarmos aqui parados. 

— A propósito, você está bem, Rei? — dirigiu seu olhar para o garoto, que estava com a cabeça baixa. 

O garoto o respondeu, tentando manter o tom de sua voz casual. Extremamente envergonhado. 

— S-sim, não precisa se preocupar… Vamos indo — disse de forma indiferente, e tentou duramente soar normal, mas era pouco convincente. 

Kazuki, Mia e Tyrant se entreolharam e estranharam seu comportamento.

— Se você não estiver bem, podemos ficar aqui por mais tempo — disse Rina, preocupada. 

— Quer que eu te carregue? — indagou Kazuki. 

— Se quiser posso te abanar, talvez isso alivie — declarou Tyrant.

Os olhares dos três deixou o estudante um pouco inquieto com toda aquela preocupação desnecessária. 

— Ah, vocês… Eu já disse que estou bem! Não se preocupem comigo. Vamos indo rápido! — respondeu envergonhado, na mesma medida que avançava sem olhar para trás.

A única coisa que Kazuki podia ver antes era a expressão de Rei antes de avançar sem ligar para ele… E, por deus. 

Parecia estar transbordando de emoção seu rosto, e seus olhos âmbares estavam carregados de absoluta incerteza, mas chegava a ser intenso. 

Ele corou por um momento, apenas vendo as costas do estudante, que andava com total confiança.

— Cof ~ Cof. 

— E-ele parece bem, por que não vamos indo? — declarou rapidamente Kazuki, e desviou seu olhar apressadamente do rosto de Rei. 

Por um breve momento, Kazuki pensou que talvez Rei estivesse no cio… Mas logo excluiu a ideia.

Bem, provavelmente… provavelmente, ele só estivesse mal, mas não queria admitir.

Por fim, Kazuki, Tyrant e Rina seguiram Rei logo atrás, ignorando os olhares indesejados de pessoas que estavam no caminho, até finalmente adentrar a sua porta. 

Continua…

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