Os dois corpos foram colocados com cuidado em cada túmulo. Mason continuava com um olhar inexpressivo, mas dava para ver o vazio sem vida neles.
Drake passou a pá para ele e permaneceu ao seu lado, assistindo. Isabella também estava presente, olhando.
Então, Mason começou a cobrir o primeiro túmulo. O tempo passou e ele estava suando profusamente, mas ele não se importou.
Drake percebeu que Isabella estava deprimida, pois ela nasceu sendo uma escrava e se não fosse por sua ajuda, ela também estaria morta ou em pior situação.
— Vai ficar tudo bem, disse ele com um sorriso no rosto.
Os minutos se passaram e os dois túmulos, que estavam a um metro de distância um do outro, foram completamente selados.
Drake avançou e aproximou-se de Mason, que ainda mantinha uma postura firme.
Ele ergueu a mão esquelética, tocou suavemente nas costas de Mason. Dizendo: — Você não precisa ser forte diante de mim.
Ouvindo essas palavras, Mason caiu de joelhos, lacrimejando. Lágrimas caíam no chão repetidamente, como se fossem gotas de chuva.
O coração de Isabella se estremeceu de dor ao ver Mason naquela situação, e seus olhos começaram a lacrimejar.
A brisa leve do entardecer acariciou os capins-verdes do campo, o sol se escondia no horizonte e deixou o céu com um tom avermelhado.
Após o sepultamento, os três voltaram para a vila a bordo da carroça. Durante todo o percurso, o silêncio reinou, até Isabella, que nunca ficava calada, pela primeira vez não disse uma única palavra em minutos.
As horas se passaram e a lua já estava surgindo no horizonte. Ao chegar à vila, Drake mandou Isabella descansar e foi para a reunião que sempre acontecia naquela hora…
Eles se viram forçados a deixar a vila, pois era inviável manter uma conversa no interior. As vozes das pessoas que conversavam ressoavam até o exterior, o que era bastante raro.
— Precisamos construir uma sala de reuniões, disse Drake.
— Verdade, este lugar é muito deprimente, concordou Thaddeus, olhando para todos os lados.
— Fique calmo, eu já tenho alguns projetos em mente, disse Sebastian com um tom de orgulho na voz.
Os quatro olhando para ele, surpresos. Como ele poderia ter feito o projeto antes da líder ter firmado o acordo com Drake?
— Mas este projeto está em fase de teste ou ainda faltam algumas coisas? Perguntou Mason.
— Sinceramente, eu não estava esperando isso. Você gastou quantos dias pensando nesses projetos? Perguntou Beatrice.
Com orgulho, ele respondeu: — Duas semanas, talvez mais. Desde que o Senhor Drake chegou aqui. Respondendo à pergunta do senhor Mason, já está quase finalizado, mas ideias de terceiros são sempre bem-vindas.
“Quase finalizado? Esse cara é algum prodígio?” Todos pensaram, inclusive Beatrice, que o conhecia desde criança.
— Quero ver esse projeto depois, disse Beatrice.
Eles se perderam em várias conversas paralelas. Alguns minutos se passaram até voltarem ao assunto principal.
— Quero dois liches sempre vigiando as seis carroças que estão com todo o ouro, pessoas são sempre desonestas, disse Drake.
Todos acenaram com a cabeça porque sabiam que ele estava certo.
— Como há muitos mortos-vivos, vou designá-los para separar os itens das carroças. E veremos tudo quando amanhecer, disse a líder, com um olhar calmo, mas uma ansiedade preenchia seu coração.
— Precisamos de novas ferramentas e armas. Quando eu estava cortando troncos, o cabo do machado quebrou no meio, disse Thaddeus, coçando a cabeça.
— Onde estão localizados outros reinos por aqui? Perguntou Mason, percebendo que todos olharam para ele. Então continuou: — Eu não sou deste lugar.
O país em que Mason estava se chamava Jaezia. Era um país subdesenvolvido.
Ao norte, o antigo reino de Lasco controlava todas as planícies e vilas.
Mais ao norte, havia o reino sagrado que combatia uma guerra contra a floresta dos monstros. Eles detestavam todo tipo de monstro.
Atravessando a floresta e rumando para o sul por cerca de um mês, você chegará ao reino do imperador solar.
A leste, no topo das sete colossais montanhas, habitam os anões. Já se passaram duzentos anos e nenhum humano jamais os avistou.
Eles são como contos de fadas.
O imenso bosque onde o goblletooth morava era conhecido como floresta dos monstros. Se colocássemos dois reinos de Lasco dentro dele, não ocupariam nem dois por cento de sua extensão.
Diversas tribos de monstros habitavam a floresta, além de bandidos que arriscavam suas vidas para encontrar espécimes, raras de monstros.
— Entendo, então no meio dessas planícies existem vilas semelhantes a esta? A propósito, qual é o nome desta vila? Perguntou Mason, curioso. Drake e Thaddeus também não sabiam.
Beatrice bateu na testa com a palma da mão e disse: — Esta vila se chama Esmeralda.
Após trocarem informações, Sebastian perguntou sobre a invasão ao Reino de Lasco. Drake detalhou todos os acontecimentos, inclusive mencionou até o título que Mason havia ganhado.
Ele ficou envergonhado, mas logo superou isso. Beatrice ouviu tudo em silêncio. As horas passaram e todos foram dormir.
Sozinho com seus pensamentos, Drake percebeu que destruir o Reino de Lasco não apagou sua raiva pelo mundo, pois algo em seu interior crescia a cada dia.
“Eu já conhecia todas as consequências, agora só posso criar um lugar onde Isabella possa ser feliz”, pensou ele.
Mas logo ele voltou à realidade, lembrando-se de uma pessoa especial.
— É hora de mostrar o inferno para aquele gordo filho da puta.
Ele caminhou até chegar a uma casa. Todas as luminárias estavam apagadas, indicando que os moradores estavam dormindo.
Mas Drake não se importou e bateu na porta mesmo assim.
Após alguns minutos, a porta foi aberta revelando Gladys, ela que estava um tanto sonolenta, mas ao ver quem era, um sorriso se formou em seu rosto.
— Entre, Senhor Drake, fique à vontade, disse ela.
— Eu só vim buscar alguém, disse ele com um sorriso.
Entrando na casa e caminhando até a sala, ele encontrou Snoopey deitado no sofá, dormindo.
Drake o agarrou pelos pés, o fazendo acordar assustado. Ele se levantou de um salto e viu o próprio demônio olhando para ele com um sorriso perverso no rosto.
— O-oi, mal conseguindo falar, cheio de medo.
— Hahahahaha! Eu disse que você conheceria o inferno antes de morrer, disse Drake, rindo alto.
Ele não conseguia conter a alegria de estar fazendo aquilo. Drake parou de gargalhar apenas quando Gladys o censurou.
— Desculpe, bem, eu já vou. Vamos, Snoopey.
Snoopey estava pálido igual a um fantasma. Ele olhou para Gladys em busca de ajuda, mas não encontrou.
Drake caminhou em silêncio enquanto Snoopey o seguia. Eles chegaram ao portão principal.
O gordo não compreendeu a princípio até que avistou três mortos-vivos, os quais seguravam empunhaduras de cabos de machados de madeira, mas não tinham a lâmina, porém o terceiro trazia dois deles.
Suas pernas tremiam só de ver aquela cena. Ele saiu de seus pensamentos quando ouviu Drake fazer uma pergunta.
— Você é um traficante de escravos. Podemos dizer que você é uma pessoa inteligente, não é mesmo?.
— S-sim, eu sou, respondeu rapidamente à pergunta de Drake.
O portão principal foi aberto por um morto-vivo, e eles saíram em silêncio. Caminharam até ficarem a uns cinquenta metros da vila.
Nesse meio tempo, drake pegou o cabo da mão do terceiro morto-vivo
— Já que você é uma pessoa de bastante sabedoria, responda minha pergunta. Se sua resposta for verdadeira, você ganhará sua liberdade, disse Drake.
Snoopey abriu um sorriso e disse: — Ok. Ele estava confiante, mas esse sorriso sumiu assim que ouviu Drake falar.
— Vamos supor que você tenha escravizado uma criança hoje. Quais seriam os procedimentos?.
Snoopey não sabia o que dizer e ficou novamente perdido em seus pensamentos.
“Eu não sei qual é a resposta que ele que…
Até que ele sentiu uma dor lancinante em seu antebraço. Essa dor se espalhou por todo o seu corpo, como um fogo ardente.
Drake e os três mortos-vivos começaram a golpeá-lo. Ele telepaticamente ordenou que eles batessem apenas em seu corpo.
Snoopey gritava de dor, de repente um morto-vivo o chutou, fazendo-o cair no chão.
Alguns minutos se passaram, e Drake e os mortos-vivos pararam de bater nele.
Drake olhou para ele, que estava tremendo no chão. Lágrimas escorriam, saliva saía de sua boca.
— Me diga logo, disse ele. Não esperando a resposta do gordo e desferindo golpes novamente.
Todo tipo de fluido começou a sair do corpo dele, enquanto ele se perdia em sua mente.
Amanheceu, e Snoopey levou mais uma surra antes de Drake terminar. Ele gemia de dor, mal conseguindo mexer um dedo.
— É melhor você ter uma resposta. Isso foi apenas o começo… Arrastem-no, ordenou Drake.