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Renier e Aura avançavam pela densa vegetação da Floresta Perdida, mergulhando na escuridão sombria entre as árvores. Por horas, uma sensação constante de serem observados os acompanhava, enquanto ruídos sussurrantes e vislumbres fugazes mantinham seus sentidos alertas.

Com suas espadas sempre em mãos, Renier e Aura protegiam um ao outro, recusando-se a investigar os sons perturbadores que ecoavam ao redor deles.

“Este lugar é assustador. Fico surpreso pela Aura, tenha atravessado essa floresta sozinha apenas para me encontrar”, ponderou Renier, seu olhar desviando-se para as costas dela com uma mistura de preocupação e admiração.

— Aura, você já encontrou algum Pesadelo antes? — perguntou Renier, curioso sobre a natureza dessas temíveis criaturas.

— Eles podem assumir diversas formas, desde abominações grotescas até seres que se assemelham a humanos normais, tudo para iludir suas vítimas — respondeu ela, seus olhos varrendo os arredores em constante vigilância. — Mantenho-me oculta o máximo possível. Uma pessoa sozinha seria um alvo fácil para essas criaturas —  acrescentou, lançando um olhar furtivo para Renier para garantir que suas costas estivessem protegidas.

— Então, assumindo qualquer forma… Isso significa que podem se passar por humanos, até mesmo por pessoas que conhecemos? — perguntou Renier, sua expressão carregada de preocupação.

— Dizem que os Pesadelos ganham esse nome devido ao nosso próprio subconsciente. Eles exploram nossos medos mais profundos, nossos traumas, criando ilusões para despedaçar mentalmente suas vítimas — explicou Aura sombriamente.

Renier sentiu um calafrio percorrer sua espinha, percebendo que estava em um território perigoso e hostil, onde criaturas capazes de causar sua morte se escondiam nas sombras.

Os Pesadelos eram seres misteriosos que emergiram de universos desconhecidos, não de origem demoníaca nem criados por deuses, mas sim entidades que buscavam apenas semear o caos e a angústia humana de maneiras incompreensíveis e aterradoras.

Uma explosão ecoou ao longe, fazendo com que ambos olhassem na direção norte da floresta, onde um clarão vermelho se destacava entre as árvores em chamas.

— Alguém está incendiando a floresta, pelo que parece — comentou Renier, sua curiosidade despertada ao considerar se estavam realmente sozinhos naquele lugar sombrio.

— Seria ingênuo pensar que estão sozinhos aqui. Se fosse fácil usar fogo na floresta, este lugar já teria sido reduzido a cinzas há muito tempo — respondeu Aura, sua voz carregada de sabedoria sombria enquanto ambos permaneceram vigilantes, cientes de que não estavam sozinhos na escuridão da Floresta Perdida.

Segurando firmemente a mão de Aura, Renier sentiu uma vibração sob seus pés enquanto avançavam pela densa vegetação, levando-os a se abrigarem rapidamente atrás de uma grande árvore.

— O que foi? — sussurrou Aura, percebendo a tensão em Renier.

O som se intensificou, ecoando na escuridão entre as árvores, anunciando a chegada de uma criatura grotesca. Com dois chifres de galhos entrelaçados emergindo de uma pelagem feita de folhas mortas, seus membros se estendiam até o chão, garras ensanguentadas e uma cabeça ausente, substituída por um par de olhos vermelhos brilhantes em um rosto escuro.

Renier observava cautelosamente os movimentos da criatura, atento para evitar qualquer movimento brusco que pudesse denunciá-los.

— A-Ajuda… Ajuda… — murmurou a criatura em uma voz distorcida e macabra, ecoando como um lamento agonizante em meio à escuridão.

“Ele está tentando atrair alguém?” pensou Renier, desconfiado das intenções da criatura ao fingir comunicação.

Com a mão sobre a katana, Aura observava a cena com uma mistura de preocupação e determinação. Para eles, enfrentar um dos Pesadelos mencionados anteriormente não era uma opção simples; eles precisavam ser cuidadosos, conscientes de que essa criatura poderia possuir habilidades ou influências desconhecidas neste território sombrio e hostil.

Enquanto mantinha um olho vigilante na criatura diante deles, Aura elaborava uma estratégia, preocupada com a segurança de ambos. — Ele provavelmente está aqui por causa da pessoa que provocou o incêndio na floresta à frente. É possível que outros Pesadelos tenham tido a mesma ideia — ponderou ela, apertando com firmeza o cabo de sua espada.

— Então, a melhor opção é avançar diretamente para a área do incêndio o mais rápido possível. Quem quer que tenha provocado as chamas pode ser um aliado valioso — explicou Aura, sua voz firme enquanto finaliza sua estratégia, enquanto sussurrava para Renier sua ideia, que apenas acenou com a cabeça concordando.

No momento em que se preparavam para correr, um evento inesperado interrompeu seus planos. Renier sentiu uma dor lancinante perfurar seu corpo quando algo o atravessou por trás da árvore, fazendo-o cuspir sangue instantaneamente.

— Renier!? — gritou Aura, chocada ao ver seu companheiro com o abdômen transpassado.

Apesar da agonia, Renier conseguiu se afastar rapidamente, segurando sua barriga ferida. — Isso doeu pra caramba! — exclamou ele, limpando a boca com o uniforme escolar.

Enquanto Renier e Aura voltavam sua atenção para o Pesadelo observando-os à distância, ouviram estalos de galhos quebrando acima deles. Uma aranha colossal, com crânios humanos empalados em suas múltiplas patas, emergiu das sombras das árvores, uma das pernas manchada de sangue após atravessar Renier.

Acima deles, vários casulos humanos pendiam das copas das árvores, revelando um cenário de horror macabro diante de seus olhos atônitos.

— Sei que é tarde para reclamar, Aura, mas não poderia ter me trazido para um lugar melhor neste mundo? — brincou Renier, embora sua incredulidade estivesse evidente em sua expressão.

Aura soltou uma risada nervosa, concordando com ele. — De fato, também me pergunto o mesmo — afirmou, empunhando sua katana com determinação diante dos dois Pesadelos. Renier preparou-se para enfrentar uma situação que, sem dúvida, seria extremamente desafiadora.

— Corra!!! — O grito ensurdecedor da estranha criatura à frente deles ecoou pela floresta, seu avanço sobrenatural fazendo o chão tremer a cada passo. A criatura continuava a gritar incessantemente, na esperança de semear o medo e a confusão em Renier e Aura.

Mas Renier não hesitou. Num rápido movimento, ele sacou sua espada da bainha e, aproveitando o vento e a magia a seu favor, desferiu um corte vertical que cortou várias árvores à distância, atrasando tanto a aranha quanto o outro Pesadelo por um momento crucial.

— Vamos! — afirmou Renier, agarrando a mão de Aura e começando a correr na direção de um brilho vermelho que emanava de um ponto distante da floresta, misturado ao forte odor de madeira queimada e fumaça que se espalhava pelo ar.

A medida que corriam freneticamente pela floresta, Renier não deixou de notar, que o golpe em seu estômago havia se curado, e não estava mais doendo, mesmo pensando que era estranho algo do tipo acontecer, não pode de deixar de agradecer por não se preocupar com seu ferimento.

♤—————♤

Enquanto Renier e Aura enfrentam seus desafios, outro problema se desenrolava na direção para a qual Sapphire se encontrava, deixando para trás a garota bizarra com a boca costurada. Risadas infantis ecoavam ao seu redor, cada vez mais altas e sinistras.

A garota avançava lentamente, seus passos silenciosos sobre as folhas esmagadas. — Vamos brincar… — repetia ela, sua voz uma constante e perturbadora insistência. — Nós queremos brincar…

Sapphire, alimentada pelo medo crescente, gerava esferas de fogo e as lançava em rápida sucessão contra a garota, mantendo uma distância segura entre elas.

— Eu não gosto desse tipo de brincadeira!  — gritou Sapphire, agoniada com a situação, enquanto usava o fogo como uma barreira entre ela e a criança, buscando proteção contra o desconhecido.

Sapphire, decidida a escapar da ameaça da criatura em forma de garota, começou a correr na direção oposta, mas quando virou as costas, outra aberração emergiu da escuridão.

— Por todos os céus! Que droga de floresta é essa!? — gritou Sapphire, sua voz transbordando de desespero diante da terrível situação.

Esta segunda criatura era colossal, seu tamanho ultrapassava em muito as árvores ao redor. Com três pés que se estendiam até a cintura de seu tronco triplo, pareciam ser três seres distintos compartilhando o mesmo corpo bizarro.

Cada uma das três partes tinha dois braços e uma cabeça, com os olhos brilhando em branco, iluminando a escuridão junto ao vermelho do fogo ao redor, enquanto a cabeça central fixava um sorriso sinistro em Sapphire, sinalizando sua intenção malévola.

Enquanto o Pesadelo se aproximava, correndo na direção de Sapphire e gritando em uma língua desconhecida, a tensão no ar atingia níveis quase palpáveis.

Entretanto, por trás da criatura, surgiram Renier e Aura, correndo em sua direção enquanto a aranha e outro Pesadelo bizarro os perseguia implacavelmente.

— Garota, desvie rápido! —  gritou Renier, sua voz ecoando pela floresta enquanto ele se preparava para o ataque.

O Pesadelo de três faces virou-se, seus três rostos focando na voz de Renier, preparando-se para retaliar. Mas antes que pudesse reagir, Aura desapareceu em alta velocidade, desferindo uma série de golpes precisos e rápidos contra o Pesadelo. O monstro grunhiu em agonia enquanto tentava se equilibrar após os ataques devastadores de Aura.

Aproveitando a oportunidade, Renier avançou, sua lâmina pronta para perfurar o rosto central do Pesadelo. Com um golpe certeiro, ele cravou a espada no crânio da criatura, fazendo com que ela caísse com um estrondo ensurdecedor, levantando nuvens de poeira ao redor de seu corpo inerte.

Sapphire desviou habilmente, surpresa com a chegada dos dois desconhecidos que acabara de eliminar a ameaça. Observando-os com interesse e admiração, ela sentiu um alívio profundo por ter sido salva.

“Quem são eles?” pensou ela, seus olhos seguindo os movimentos dos recém-chegados com curiosidade.

Enquanto os ouvia conversar de maneira descontraída em meio a uma floresta como essa, enquanto ela esperava obter respostas novos possíveis aliados em uma floresta onde o escuro é o seu inimigo.

Continua…

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