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Combo 36/50


As preocupações de Danitz não se concretizaram. Klein olhou para ele e foi para o quarto descansar.

Durante as cinco horas que passou no transatlântico, ele sempre esteve em um estado de grande tensão. Também ficou alarmado na noite passada e, como resultado, não dormiu bem. Neste momento, não pôde deixar de se sentir exausto.

Com um baque surdo, Klein fechou a porta do quarto.

“Ufa… Ele me assustou até a morte!” Danitz relaxou e deixou-se cair na cadeira reclinável.

A cena dele se transformando em libras de ouro surgiu em sua mente há pouco. Ele achou difícil parar de ter essas cenas aparecendo uma após a outra em sua mente.

Após um momento de silêncio, Danitz, que ficou no bar até o amanhecer, adormeceu novamente sem perceber. Ele sonhou que a capitã havia chegado para salvá-lo, mas ela não conseguiu. Em vez disso, foi pega por Gehrman Sparrow e acabou se tornando serva desse aventureiro maluco.

Assim como Danitz ficou indignado e incapaz de resistir, de repente ele viu a cena embaçada ao seu redor ficar clara quando estava prestes a acordar. A cena congelou na luxuosa suíte da Pousada do Vento Azul.

Toc! Toc! Toc! 

Danitz ouviu uma batida lenta e reconfortante na porta.

“Eu não estava sonhando?” Com essa pergunta em mente, Danitz foi até a porta e girou a maçaneta.

À medida que a fresta da porta se alargava, ele viu uma figura familiar.

Ela era uma bela mulher, com um rosto em forma de ovo de ganso, nariz alto, lábios finos e um par de olhos azuis claros que lembravam água cristalina de nascente.

Seus longos cabelos castanhos repartidos ao meio, amarrados em um nó simples, mas delicado, na parte de trás da cabeça enquanto desciam.

Ela não usava chapéu, apenas um casaco bege justo na cintura. Sua gola estava coberta com flores do tamanho da palma da mão tecidas com renda branca.

Combinando com o casaco havia uma saia de cor escura que chegava aos joelhos. As pregas da saia estavam conectadas, parecendo levemente fofas. Nos pés dela havia um par de botas de couro que compartilhavam a mesma cor de seu cabelo.

— Capitã! — Danitz gritou alarmado

Ele saiu apressadamente de seu devaneio, virou-se e encarou o quarto de Gehrman Sparrow enquanto assumia uma postura defensiva.

— Tome cuidado! Corra! Um lunático está procurando por você! Ele tem uma organização terrível apoiando-o!

À medida que o sentimento de auto-sacrifício crescia dentro dele, Danitz ouviu sua capitã dizer calmamente: — Isso é um sonho.

“Sonho… Sim, estou sonhando, o que há para ter medo…” Danitz olhou para a esquerda e para a direita, cruzou os braços, virou-se e disse: — Capitã, você simulou os poderes de um Pesadelo? Isso não pode estar certo, você estava perto da Ilha Sônia na semana passada.

A maior ilha desta região do Mar Sônia, que também deu origem ao seu nome. Era quase como um pequeno continente. Originalmente, era o único local de encontro remanescente para os elfos após o Cataclismo, mas com o passar do tempo, esta antiga raça Beyonder foi atormentada por todos os tipos de fatores e gradualmente morreu. O avistamento ocasional deles provou que eles não estavam completamente extintos.

No final da Quarta Época, o Reino Loen ocupou esta ilha, mas na Guerra dos Vinte Anos sofreu uma derrota terrível, entregando a Ilha Sônia ao Império Feysac. Isso já foi há mais de sete séculos.

A Ilha Sônia estava situada a norte-noroeste do Arquipélago Rorsted e demorou quase meio mês de navio para chegar lá. A Contra-Almirante Iceberg Edwina Edwards ainda estava nas proximidades da Ilha Sônia na semana passada, por isso era impossível chegar a Bayam dentro de uma semana. A menos que pudesse voar ou usar o mundo espiritual para viajar.

A bela mulher a quem Danitz se referiu como capitã assentiu.

— Acabamos de entrar nos mares de Rorsted, ainda a mil milhas náuticas de Bayam.

“Em outras palavras, ela vai demorar mais três a quatro dias antes de chegar? Isso é o que eu chamo de normal…” Danitz perguntou curiosamente: — Isso já deveria ter ultrapassado o alcance de um Pesadelo?

“Além disso, excede em muito…” ele acrescentou interiormente.

A Contra-Almirante Iceberg Edwina entrou na sala e caminhou em direção à mesa e cadeira.

— Não é um poder de Pesadelo, mas uma magia ritualística secreta. Ela usa um item deixado no navio para entrar no sonho de alguém muito distante…

Ao ouvir a explicação meticulosa da capitã, Danitz imediatamente sentiu como se tivesse retornado ao Sonho Dourado e estivesse começando a lição.

“Eu nunca ouvi falar de tal magia ritualística antes… Sim, a Capitã dominou muitas magias e bruxarias estranhas e raras. Ninguém pode dizer quanto conhecimento ela possui… Ela parece ter mencionado que o nome de sua Sequência é Mestre do Misticismo… Fuuu, se eu soubesse que ela tinha essa técnica secreta, então eu não teria ficado tão frustrado pensando em como fazer informá-la sobre os acontecimentos inesperados em Bayam…” Danitz interrompeu a descrição de Edwina com uma torrente de pensamentos.

— Capitã, você percebeu que há um problema com nosso ponto de contato aqui?

— Sim, esta é outra técnica secreta… — Edwina parecia inclinada a descrever o método específico em detalhes.

Vendo isso, Danitz suspirou apressadamente.

— Pobre Velho Rinn e os outros…

Edwina parou de andar e virou as costas para a janela, perguntando sucintamente: — O que aconteceu?

— Terei que começar no porto de Damir. — Danitz sentiu-se energizado, como se sua depressão duradoura finalmente tivesse valido a pena naquele momento.

Ele descreveu suas tentativas de recrutar Gehrman Sparrow, mas acabou descobrindo que era um louco e também exagerou sua situação na Ágata Branca.

De acordo com o rascunho que ele preparou na noite passada, ele descreveu minuciosamente a situação estranha e horrível no Porto Bansy, incluindo a emboscada e tentativa de assassinato envolvendo Steel Maveti. Ele explicou tudo sobre como uniu forças com Gehrman Sparrow para um contra-ataque e caça, bem como suas próprias teorias sobre a formação e os poderes de Gehrman Sparrow. Isso incluía a Fome Rastejante e a organização secreta e poderosa.

Durante esse processo, ele se esforçou ao máximo para restaurar a verdade, apenas exagerando o papel que desempenhava, elevando sua condição de servo ou atendente, a assistente ou colaborador.

A Contra-Almirante Edwina ouviu em silêncio o tempo todo, sem interrompê-lo. Quando ele terminou, ela assentiu levemente e disse: — Ele não tem más intenções.

“Ele? Gehrman Sparrow não quer fazer mal?” Danitz disse rapidamente: — Capitã, independentemente disso, ele é um sujeito perigoso!

— Tem certeza de que ele não tem intenção de fazer mal?

— Não tenho certeza, — respondeu Edwina com muita calma.

— Então por que você estava… — Danitz respirou fundo, sentindo a semelhança entre sua capitã e Gehrman Sparrow. Eram pessoas com quem ele não conseguia conversar.

A Contra-Almirante Iceberg Edwina disse com uma cara séria: — Essa é apenas minha especulação e julgamento.

— …

Danitz esfregou as têmporas com a mão direita. — De qualquer forma, ele é perigoso. Há uma organização secreta que o apoia e não tenho ideia da situação da organização. Capitã, não acho que você deva correr o risco de se comunicar com ele, mesmo que ele alegue ter algo a lhe pedir.

Edwina pensou por um momento antes de dizer: — Não há necessidade de correr riscos.

— Posso me comunicar com ele através de você.

Danitz primeiro deu um suspiro de alívio antes de perguntar com curiosidade e expectativa: — Capitã, como isso funcionará? Ou devo dizer, o que preciso fazer?

Edwina ergueu a mão direita, conjurando um pedestal e um quadro negro em seu sonho.

— Preciso que você realize um ritual, — disse ela.

— É chamado de Ritual de Comparecimento da Alma. Permite que minha alma passe pelo mundo espiritual e se ligue ao seu corpo. Poderei conversar diretamente com Gehrman Sparrow. Funciona em qualquer pessoa abaixo de um semideus, com uma distância efetiva de não mais que 500 milhas náuticas…

— Envolve comunicação e pertence ao reino do Deus do Conhecimento e da Sabedoria. Você deve desenhar os símbolos e padrões mágicos correspondentes…

— No misticismo, a estrela azul corresponde ao Deus do Conhecimento e da Sabedoria. Mercúrio, latão, lavanda, pimenta e hortelã são necessários…

— A estrela azul corresponde ao sábado. O horário da estrela azul é da meia-noite à uma da tarde de sexta-feira e das onze à meia-noite de sábado…

Edwina explicou enquanto escrevia os pontos-chave a serem lembrados no quadro-negro, e Danitz instintivamente sentou-se e assumiu uma postura de escuta.

Enquanto ouvia, de repente ele se sentiu perdido.

“Por que preciso assistir às aulas mesmo em meus sonhos?”

No quarto, Klein, que estava dormindo, acordou de repente, sentindo algo vagamente.

Ele saiu da cama e ouviu por um momento. Na sala, embora Danitz roncasse, sua respiração estava mais calma do que antes.

Não era muito estranho, mas era suficientemente incomum para um experiente especialista em misticismo como Klein, que já havia passado por muita coisa.

Ele caminhou suavemente até a porta que separava o quarto da sala, pegou a maçaneta e girou-a lentamente.

Sem fazer barulho, Klein saiu do quarto e viu Danitz deitado em uma cadeira reclinável, dormindo profundamente. Tudo ao seu redor parecia normal.

Klein ativou silenciosamente sua Visão Espiritual e verificou Blazing, mas não encontrou nada de errado. Quer fosse a cor de sua aura ou as mudanças em seu humor, não havia nada de anormal nele, tudo dentro de uma faixa razoável.

Depois de observar por um tempo, Klein franziu a testa e tirou um amuleto de prata.

— Amuleto dos Sonhos!

No sonho, Danitz estava aprendendo o Ritual de Comparecimento da Alma com uma expressão amarga. Ele não tinha dúvidas de que a capitã à sua frente era genuína.

Ninguém poderia fingir tal estilo e hobby!

Naquele momento, ele ouviu o som da fechadura girando.

Inconscientemente, Danitz olhou para o quarto, onde a fresta da porta estava se alargando, e Gehrman Sparrow, que vestia apenas uma camisa branca, saiu sem expressão.

— Você! Como você apareceu aqui! — Danitz ficou de pé, deixando escapar em estado de choque.

Ele rapidamente recuperou o juízo e gaguejou: — Este é o meu sonho!

“Como Gehrman Sparrow apareceu tão facilmente?!”

Com uma das mãos no bolso da calça escura, Klein caminhou em direção à mulher que estava de costas para a janela e disse em voz baixa: — Um amuleto.

Então, olhando diretamente para a mulher, perguntou quase com certeza: — Edwina Edwards?

“O traje dela é um pouco estranho… Ela não parece uma aventureira e muito menos uma pirata. Ela parece uma mulher com um emprego decente, alguém que consegue se sustentar sozinha… O estilo de seu traje parece vir da Intis…” Klein pensou, sentindo-se um tanto desacostumado.

Edwina assentiu levemente e respondeu da mesma forma com uma pergunta: — Gehrman Sparrow?

— Sim, boa tarde, senhorita. — Klein sorriu levemente, pressionou a mão no peito e fez uma reverência.

Edwina acenou com a cabeça e respondeu: — Boa tarde.

Klein, que mantinha sua personalidade, parou de falar, esperando que o outro lado tomasse a iniciativa de perguntar-lhe sobre seu propósito.

Ele olhou para Edwina.

Edwina olhou para ele.

Houve um silêncio repentino no sonho por vários minutos.

De tempos em tempos, Danitz olhava para a direita e para a esquerda, tendo a desconcertante sensação de que talvez tudo isso pudesse ser realmente um sonho.

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