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Tradutora: Pam pam


— O que isso significa? 

Gu Jn estava enlouquecendo. Quanto mais ouvia, mais sua cabeça doía.

“Como assim usar uma máscara é ‘nada mal’?”

O vulto atrás do pilar gigante estava se dissipando gradualmente. Parecia que cada palavra que ele pronunciava, fazia sua silhueta ficar cada vez mais fraca, sua voz ficava mais difícil de entender.

— Caos no Phecda…  Feitiço Secreto… Máscara… Gu Jun…

Ao ouvir o vulto falar seu nome, Gu Jun entendeu que a estranha figura sabia sua identidade, mas nessa altura do campeonato, tudo que queria saber era: Quem é você? E o que diabos está tentando dizer?

— Sr. Homem Pesadelo, o canal irá desabar a qualquer momento! 

De repente, Gu Jun ouviu outra voz, era Pavão gritando em pânico.

A ilusão da grande biblioteca desapareceu instantaneamente e a escuridão de antes retornou. Contudo, aquele espaço parecia estar se afundando em meio a uma tempestade, como se estivesse em alto mar e as ondas furiosas estivessem engolindo-o… as ondulações no canal tornaram-se rachaduras, e todo espaço-tempo se tornou instável. Eles até podiam sentir que seus corpos estavam convulsionando e distorcendo-se.

 Se não saíssem desse lugar o mais rápido possível, ficariam presos nessa estranha dimensão para sempre.

Mas a escuridão parecia estar fervendo, ela se enfureceu e nadou… As ondulações caíram em fendas, a dimensão do espaço e do próprio tempo estava se tornando instável. Eles podiam sentir seus próprios corpos se desintegrando. Se não deixassem este lugar em breve, ficariam para sempre presos nesta dimensão desconhecida.

— Está na hora de ir! — disse Pavão desesperada. — Por que não voltamos?

O resto do grupo não fazia ideia do que estava acontecendo. Eles tentaram retirar suas máscaras.

— Não, sigam-me, por aqui! — Gu Jun cerrou os dentes e jogou todas as suas dúvidas de lado. Segurando firme o kit de primeiros socorros, correu para outro lado. — É por aqui!

Depois que as ilusões desapareceram, assim como aquela energia caótica, seu senso espiritual estava ganhando vida. Ele sabia que estava indo no caminho certo. E então surgiu um raio de luz na escuridão, era a saída!

— Eu preciso voltar! — disse Gu Jun para si mesmo e para as vozes e vultos nas sombras. — Preciso voltar para o meu mundo.

Quando o canal estava prestes a ser engolido pela escuridão, ele correu até a entrada. A luz o envolveu e se sentiu cercado por um sentimento completamente diferente, era mais estável, agradável e familiar… era algo totalmente diferente daquela dimensão.

— Ah! — gritou o grupo de Pavão bem atrás dele, eles também saltaram através da abertura. Com um baque, Gu Jun pousou no chão, suas muletas foram jogadas para longe. Suas mãos pressionadas contra o chão, era doloroso e quente. Ele caiu em cima da areia escaldante.

— Hmm? — ele piscou os olhos e olhou em volta.

Ao se acostumar com a luz do sol, se viu diante de um deserto, mas era diferente do Deserto de Bnazic! Haviam pequenas dunas e ao olhar para trás, avistou as rochas que viu no sonho de Kathlyn, entretanto as luz entre as pedras gigantes desapareceu, o canal que ligava os dois mundos tinha colapsado.

— Nós voltamos? 

Sem forças para se sentar, ele caiu na areia, olhando para o céu azul. Só então percebeu o quanto sentiu falta das nuvens e da luz do sol.

— Sr. Homem Pesadelo… — iniciou Pavão nervosa, o resto de sua pergunta foi incompreensível. Além do apelido familiar, Gu Jun não tinha ideia do que ela estava falando. Eles não estavam mais nas Terras Oníricas, a comunicação não era mais baseada na intenção.

Ao se virar para a direção em que ela estava apontando, viu um animal peludo em pé com as patas traseiras. Seu estômago estava inchado enquanto olhava fixamente para aquele estranho grupo.

— Aquilo é um canguru cinza oriental. — Pavão não o entendeu, mas a risada de alívio de Gu Jun significava que eles não estavam em perigo. 

 O canguru cinza oriental era um animal típico da Austrália.

Nesse momento, ele viu um avião voar pelo céu, deixando um rastro de fumaça branca para trás. Não conseguindo se segurar, ele deu uma gargalhada.

— Voltamos para à Terra! — Gu Jun riu. — Olhe para aquela coisa.

Os olhos de Pavão estavam cheios de medo, talvez para ela, aquilo parecia ser algum tipo de monstro voador gigante. 

— Isso é um avião. — explicou Gu Jun, sem se importar se ela entendeu ou não.

Alívio e alegria não eram suficientes para descrever como o jovem médico estava se sentindo. Após experimentar a morte e tantas provações, ele finalmente retornou… Mas uma preocupação ainda o incomodava. Será que essa era mesmo a sua linha do tempo? 

— Sr. Homem Pesadelo… — chamou Pavão. Então, ela apontou para seus amigos, especificamente para suas mãos e olhos, ela claramente estava perguntando se poderia soltá-los. 

Gu Jun deu sua permissão. Mesmo que não pudesse mais usar o Olho do Abismo, ele não tinha medo daquelas pessoas.

Pavão imediatamente ajudou seus amigos a retirar as cordas e as vendas nos seus olhos. Malaquita e os outros olharam em volta chocados, pensando:

“Que lugar é esse? Não deveriam estar recebendo os manuscritos Pnakóticos?”

Gu Jun lutou para se levantar. Ele olhou em volta e percebeu que não sabia exatamente onde estavam. Tudo que podia dizer era que estavam em um dos desertos da Austrália, a milhas de distância de qualquer civilização humana. Se forem pelo caminho errado, talvez acabem morrendo desidratados. 

— Pavão, preciso que você chame Kathlyn. — disse, repetindo o nome. — Kathlyn, Kathlyn!

Pavão e Kathlyn podiam se comunicar através de sua conexão mental, então não havia barreira linguística entre eles, pois não tinham necessidade da linguagem.

Pavão trocou algumas palavras com seus amigos antes de fechar os olhos. Seus músculos faciais contraíram-se e quando seus olhos se abriram novamente, ela já era uma pessoa diferente. Sua boca ficou escancarada enquanto olhava para Gold e os outros.

— Meu deus, quem são essas pessoas? Tom! Por favor, diga que eu não estou louca!

Os quatro se entreolharam, sem entender o que Pavão estava falando.

— Eles não entendem inglês. — avisou Gu Jun em inglês. — Você sabe falar chinês?

— Um pouco. — murmurou Kathlyn. — Eu entendo, mas não consigo falar.

— Ok. — disse em chinês, o inglês também não era dos melhores, mas uma mistura dos dois idiomas devia ser suficiente para eles poderem se comunicar. — Kathlyn, precisamos sair daqui e ir para algum lugar com pessoas. Geike, rota para Windjana, você onde fica?

Gu Jun sentia que eles estavam perto dessa cidade.

— Geikie? Windjana? Acho que sei onde fica… — Kathlyn franziu o cenho ao pensar. — Deve ser o nome de uma cidade em… é em algum lugar no noroeste da Austrália Ocidental.

Gu Jun não fazia ideia do que ela estava falando, nunca desejou tanto ter um telefone consigo quanto agora. De acordo com Kathlyn, todas as cidades daqui foram construídas perto da costa. Então, se estavam procurando por um lugar habitado por humanos, eles deveriam andar em direção ao noroeste.

Ele aceitou sua sugestão. Gu Jun usou a sombra do sol para determinar a direção náutica. As habilidades que adquiriu durante o treinamento para a equipe finalmente estavam se mostrando úteis. Em seguida, ele liderou o grupo e dirigiu-se ao noroeste.

— Então, você não é o Tom? — perguntou Kathlyn ao seu namorado de longo anos. A confusão em seus olhos já era o suficiente para responder sua pergunta. Malaquita era para Tom, o mesmo que Pavão era para ela. — Isso é tão estranho… e eles estão carregando uma pedra, isso não tem como ficar mais…

Gu Jun a ignorou. Enquanto caminhava com a ajuda da bengala, ele refletiu sobre o que aquela sombra havia dito.

“A máscara não é ruim? Use o sonho doce para mudar o caos na Phecda? É isso que a sombra estava tentando dizer?”

Ele tentou lembrar-se das memórias implantadas nele. 

— Estava tentando dizer que devo continuar usando a máscara… para esconder a minha verdadeira identidade? Sei que as pessoas já teriam assumido a minha morte… independente disso, devo entrar em contato com a Yu de mente suja o mais rápido possível.

Baseado nas informações do futuro, ela estava em perigo. Mesmo sem saber as intenções daquele vulto, uma coisa era certa, Gu Jun precisava impedi-la de entrar nas Terras Oníricas sozinha.

Ao ajustar a rota, moveram-se em direção aos arbustos e um terreno mais firme. Após uma hora de caminhada, Kathlyn de repente gritou:

— Olha, há uma estrada e um carro! 

Malaquita e os outros pareciam chocados, mas Gu Jun não poderia estar mais animado. Descendo a estrada havia uma rodovia, e uma pick up amarela estava passando.

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