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— Sua Majestade, pretende mantê-lo mais tempo no Palácio?

O Imperador ergueu uma sobrancelha diante da pergunta do primeiro-ministro.

— Não é óbvio? Onde mais eu encontraria um cão de caça como ele?

Sua voz estava cheia de ira, refletindo claramente sua aversão ao Duque Floyen. O primeiro-ministro soltou um suspiro.

— Claro, os rufiões temem o Duque, então Sua Majestade pode ficar tranquilo. No entanto…

“Retendo o Duque ao mesmo tempo, basicamente estamos matando dois coelhos com uma cajadada só.”

O primeiro-ministro ignorou o pensamento que passou, continuando suas palavras,

— Sua Majestade, se continuar retendo o Duque Floyen no Palácio dessa forma, o ressentimento contra Vossa Majestade só aumentará. É mais importante armar uma armadilha para capturar o inimigo em vez de dar uma ordem ineficaz.

Apesar de o primeiro-ministro estar simplesmente tentando ajudar, o Imperador obstinado o encarou, descontente com a insistência do primeiro-ministro em interferir.

— Não precisa se preocupar com isso. Eu mesmo posso lidar.

— Mas…

— Pode ir agora, Duque Elios.

O primeiro-ministro soltou um suspiro de irritação com a dispensa, abrindo a boca para falar novamente.

— Embora seu prestígio tenha sido grande no passado, não se compara à reputação atual. Sua Majestade, se quiser manter o Duque Floyen sob controle, sugiro que chame Sua Alteza Real, o Príncipe Herdeiro, de volta.

Concluindo seu discurso, o primeiro-ministro inclinou a cabeça.

— Por favor, tome uma decisão sábia, Sua Majestade.

O Imperador cerrou a mandíbula depois que o primeiro-ministro saiu da sala, seu rosto se tornou rígido.

“Como se atreve a tentar me dizer o que fazer quando nem sequer sabe de nada…?”

Ele olhou para o anel em seu dedo médio. O Olho de Circe: o símbolo do Imperador e um tesouro nacional. Foi feito com muito cuidado pelo primeiro Imperador, que também era um grande mago.

Um sorriso feroz emergiu lentamente no rosto do Imperador.

“Regis não pode me desobedecer enquanto eu tiver isso.”


Enquanto isso, no pátio central do palácio, Regis descansava tranquilamente em uma árvore de olhos fechados. Um passarinho que procurava um lugar para descansar pousou em seu ombro, mas Regis não se moveu. O pássaro se movimentou várias vezes, tentando se acomodar. Parecia gostar do ombro de Regis, encontrando seu lugar antes de adormecer.

A atmosfera geral era tão tranquila e pacífica que parecia mais como se Regis estivesse desfrutando de um descanso em vez de estar no meio de seu dever de guarda. Enquanto uma brisa suave acariciava seus cabelos, ele abriu os olhos lentamente.

“Alguém está vindo.”

Regis virou o olhar para o homem que se aproximava do pátio, mas logo soltou um bocejo e seu rosto voltou à indiferença.

“É só o Roy.”

— Vá embora.

Disse Regis, empurrando suavemente o pássaro que repousava em seu ombro. O pássaro gorjeou e tentou agir como se não quisesse ir embora, mas a voz de Regis era firme.

— Não, minha filha tem aversão a animais pequenos.

O pássaro olhou para Regis com olhos arrependidos antes de estender suas asas e finalmente voar.

“Acho que é hora de descer.”

Roy ficou surpreso com a súbita aparição do Duque, que saltou da árvore.

— Vossa Graça, ai está. Estava procurando por você.

— O que foi?

— Oh sim. Eu queria informar as notícias que recebi da mansão…

— Diga-me rapidamente.

Roy soltou um suspiro, incapaz de terminar suas palavras devido à interrupção de seu superior.

— Bem, é sobre a Senhorita Juvelian…

— Juvelian? Aconteceu algo?

Regis costumava ser um homem de poucas palavras, mas naquele momento ele continuava interrompendo Roy.

— Não é isso, é que a Senhorita… parece estar ansiosa porque Vossa Graça está longe da mansão…

O Duque costumava ter olhos calmos e firmes, mas naquele momento seus olhos azuis estavam selvagens.

“Juvel está me procurando?”

Os cantos da boca de Regis se levantaram lentamente.

“O Duque… está sorrindo?”

Escondendo sua surpresa, Roy informou o que ouvira do mensageiro.

— Ah, e disseram que a Senhorita não está se sentindo bem, recusando-se até a sair de seu quarto. Parece que está muito desconfortável.

O sorriso desapareceu rapidamente do rosto do Duque quando ele se virou para olhar pela janela do escritório do Imperador, seus olhos cada vez mais frios.

— Acho que é hora de acabar com esse ato tedioso.


Dei uma olhada no sofá de três lugares onde o aprendiz do meu pai estava deitado.

“Ele se sentiu completamente em casa.”

Hoje era o quarto dia desde que estávamos vivendo assim. Talvez porque o quarto fosse bastante grande e o banheiro e o vaso sanitário estivessem conectados, não foi tão inconveniente quanto eu pensei que seria: viver juntos.

Só precisava ficar atento quando as criadas entravam e saíam e quando estavam limpando.

No entanto, ainda havia alguns inconvenientes menores.

“Você provavelmente não sabe… mas aquele lugar onde você está tão confortavelmente deitado era originalmente ‘meu’ lugar de descanso.”

Meu raio de atividades diminuiu consideravelmente quando ele começou a ocupar meu espaço, mas ocupar meu espaço era uma coisa tão insignificante para mencionar que não tive coragem de pedir para ele se mover.

— O que?

Quando suspirou baixinho, ele se virou para me olhar com uma expressão inquisitiva, como se estivesse me desafiando a dizer o que estava pensando.

— Oh, é só que… você parece muito confortável.

Ele franziu a testa diante das minhas palavras antes de baixar novamente os olhos languidamente.

— Na verdade, não.

“Deixei você ocupar meu lugar favorito, e essa é toda a resposta que você tem?”

Um pouco incomodada com seu comentário, sem perceber virei a cabeça para a janela e notei que o sol estava se pondo.

“Embora eu me pergunte por que ele veio procurar meu pai.”

— Por que continua me olhando?

— Oh, um… você deve estar em bons termos com meu pai, certo?

Vendo o que pensei ser uma oportunidade, decidi perguntar por que estava curiosa, mas ele ficou em silêncio por um momento antes de responder.

— Não estamos em maus termos.

Forcei um sorriso.

— Claro que não.

A imagem de meu pai que vi naquele dia não me era familiar. Sua expressão calorosa e sua forma de falar, coisas que ele nunca havia dirigido a mim, eram tão desconhecidas que parecia que estava olhando para uma pessoa completamente diferente.

“Além disso, ainda tenho que devolver o colar e dar os botões de punho… mas realmente não quero encontrá-lo.”

Comecei a ter dúvidas quando percebi que realmente não conhecia os gostos de meu pai e talvez ele não gostasse dos botões de punho. Se eu os jogasse na cara dele depois de lhe dar, não importa o quão indiferente eu estivesse tentando ser, meus sentimentos seriam machucados.

“Mas já que esse homem é o aprendiz do meu pai, ele deve saber o que meu pai gosta, certo?”

Chamei-o.

— Desculpe.

Ao vê-lo se virar para me olhar com aqueles olhos carmesim, hesitei.

“Espere, não há como ele responder de bom grado.”

— Você me chamou, não? Então fale. Odeio ser deixado esperando…

Como de costume, ele falou de forma pouco amigável, mas pelo menos não havia pressão em seu tom. Decidi perguntar o que estava me preocupando desde antes.

— O que você acha de dar botões de punho para alguém?

— Um presente?

Seu rosto escureceu e ele estreitou os olhos para mim. Arrepiei-me ao ver o olhar assassino que surgiu de repente.

“Será que ele tem algo contra botões de punho? Seus olhos estão cheios de ódio.”

Botões de punho: um presente que uma mulher costuma dar ao seu amante. Ao ouvir a pergunta, Max pensou subitamente em Mikhail, o homem de quem tinha ouvido dizer que Juvelian amava muito.

— A quem você está pensando em dar isso?

Perguntou por precaução, mas Juvelian respondeu baixinho,

— A quem mais eu daria, além dessa pessoa? Você também o conhece bastante bem, não?

Max sentiu seu humor desanimar. Foi uma resposta que não diferia muito do que esperava.

“Será que essa tola pretende rastejar de volta e se apegar a esse homem de novo?”

Ele sempre tentara esconder suas emoções, evitando mostrar qualquer fraqueza. No entanto, ele se viu incapaz de evitar que seu rosto se contorcesse de raiva.

— Você vai dar um presente a esse tipo de pessoa?

Assim que essas palavras saíram de sua boca, os olhos da mulher, que estavam calmos, caíram desanimados. Então, ela falou com um tom brusco, que não era característico dela.

— Ei, suas palavras estão sendo um pouco duras.

Como nunca tinha se interessado pelos assuntos dos outros, normalmente Max não teria dado um conselho tão ridículo, mas o frustrava vê-la sendo tão irracional e defendendo Mikhail. Ele também estava irritado consigo mesmo por sequer tentar dar um conselho.

Max sentiu seu estômago se contorcer.

— Falei isso para o seu bem, e ainda assim, diante de mim, você está do “lado” dele?

Naquele momento, sua mente ficou em branco quando uma onda de raiva o dominou. Ele continuou friamente,

— Se agarrar a alguém que sempre foi indiferente a você… você não tem orgulho?

“Agora vamos ver se ela tenta fazer uma refutação, se é que tem algo a dizer…”

Isso foi o que Max pensou até ver o rosto pálido da mulher olhando para ele. Foi diferente do que esperava.

Nunca antes ele tinha se arrependido de falar tão duramente com alguém, mas por algum motivo, sentiu uma sensação de formigamento no peito e um nó na garganta.

“Por que estou…?”

Uma dor desconhecida o fez franzir o cenho. Ele estava com raiva, mas não pôde evitar sentir-se preocupado com a mulher e não pôde desviar o olhar dela, mas logo essa estranha sensação se acalmou quando a ouviu mencionar alguém que não esperava.

— Eu não estou me agarrando a ele. Só quero me dar bem, é por isso que estou dando isso a ele, ao meu pai.

Assim que ouviu suas palavras ditas com calma, seus olhos carmesim, que a estavam encarando com raiva alguns momentos atrás, se abriram em confusão.

— O presente… é para seu pai, o Duque Floyen?

Ao pedir uma confirmação, Juvelian respondeu com a testa franzida.

— Para quem mais seria?

No momento em que ouviu sua resposta, Max sentiu seu humor melhorar instantaneamente. Também aprendeu algo mais.

“Parece que ela não percebe o quanto seu pai a aprecia.”

Se ela havia entendido mal suas palavras duras para se referir a seu pai, significava que havia alguma discórdia em sua relação pai e filha.

Max riu de seu tolo mestre.

“É isso que você queria?”

Seu mestre estava se sacrificando por sua filha, mas ela nem mesmo estava ciente do que seu pai estava fazendo por ela.

Max achou a situação patética, mas engraçada.

— Ei, não ria e diga alguma coisa.

Ao ouvir a voz rouca de Juvelian, Max virou-se para olhá-la.

“Será que ela vai ficar triste se eu tentar mudar de assunto…?”

Normalmente, ele não se importaria com tal coisa, mas desta vez ele se viu fazendo exatamente o oposto. Ele continuava lembrando do rosto da mulher que ficara completamente pálida, olhando para ele há um momento.

Max inconscientemente soltou um suspiro, seu rosto sem humor.

“Que complicação.”

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