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— Ei, não ria e diga algo.

Ele parou de rir e virou-se para me olhar. Acho que instintivamente fiquei nervosa porque seu olhar estava sério.

“O que será que ele vai dizer?”

Depois de alguns momentos, ele finalmente abriu a boca.

— Então, você disse que o presente eram um par de abotoaduras?

— Sim, essas aqui.

Ele franziu levemente a testa quando mostrei as abotoaduras.

— Não são muito práticas para um cavalheiro.

“Bem, eu nem sou um cavalheiro e, sinceramente, acho que é um presente muito bonito. Ele está tentando brigar de novo comigo?”

Bufei com o cenho franzido.

— Então você deve ser muito bom em escolher presentes.

Um sorriso apareceu em seu rosto.

“Ahhhh, ele realmente foi abençoado com sua aparência.”

Suspirei.

Era raro vê-lo sorrir, então não pude deixar de olhar para ele.

— Bem, eu dei um presente para meu pai não faz muito tempo.

Ele disse, com um leve sorriso em seu rosto de gelo.

— Ultimamente ele tem parecido bastante cansado, mas parece que conseguiu recuperar um pouco de energia mesmo em seus últimos anos graças a mim, então estou feliz.

Hm. Contrariamente à minha impressão dele, parecia que ele era realmente um filho filial, já que estava de bom humor ao falar sobre isso.

“Mas que tipo de presente fez seu pai melhorar de humor?”

De repente, senti curiosidade e perguntei a ele.

— O que você deu?

— Você não precisa saber.

Ele me rejeitou com aquela voz rígida dele, mas de novo, eu não estava esperando uma resposta adequada de qualquer maneira. Irritada, franzi a testa até que ele continuou.

— Se é seu, o Duque vai gostar de qualquer coisa.

Ele vai gostar de qualquer coisa que eu der? Seria crível se o corpo do meu pai fosse possuído por alguém caloroso e carinhoso, mas meu pai não é assim. Portanto, essas palavras eram só bobagens.

Meu humor afundou com a resposta falsa que recebi apesar de ter perguntado seriamente.

“Inútil. Ele é o aprendiz do meu pai, mas parece não saber nada sobre ele.”

Suspirei.

“Os botões também não foram baratos… não posso simplesmente não dá-los. E ainda tenho que devolver o colar de qualquer maneira.”

No entanto, devido ao temperamento indiferente do meu pai, era muito provável que se eu deixasse o pingente e os botões em sua mesa, ele não saberia que eram meus.

“Se é meu pai viciado em trabalho… ele provavelmente iria primeiro para o escritório antes do quarto.”

Com esse pensamento, decidi escrever uma carta para sair com os botões das abotoaduras.

Já haviam se passado quatro dias desde que o Imperador convocou o Duque ao Palácio.

“Duque Floyen, por que está demorando tanto?”


O Imperador mal se mantivera firme aumentando o número de guardas do Palácio e mantendo o Duque por perto, mas ainda não se sentia seguro.

“Não posso baixar a guarda.”

O Imperador temia uma possível traição por parte do Duque, assim como quando e onde os assassinos poderiam aparecer de repente.

“Vou destruir tudo o que você ama se alguma vez me trair, Regis.”

O Imperador rangia os dentes quando o mordomo entrou na sala.

— Sua Majestade, o Duque de Floyen solicitou uma audiência privada.

O Imperador olhou fixamente para seu anel.

“Já está na hora.”

Sorrindo, o Imperador acariciou o anel em seu dedo.

“Mas isso é bom, eu me perguntava quem era o culpado.”

Logo, uma voz severa veio do Imperador.

— Diga ao Duque que o verei à noite.

Para ser honesto, o Imperador era livre para ver o Duque imediatamente, mas havia uma razão para atrasar.

“Ele tem enrolado isso, me deixando nervoso. Tenho que fazê-lo esperar pelo menos um pouco.”

O mordomo falou com cuidado,

— Ah, também há outra questão que preciso informar.

— O que é?

Percebendo que o Imperador parecia estar de melhor humor, o mordomo respirou fundo antes de continuar.

— Há uma petição assinada por vários burocratas exigindo o retorno do Príncipe Herdeiro.

Os olhos do Imperador se escureceram ao mencionar a palavra “retorno”.

— Traga-a.

O mordomo trouxe a bandeja dourada que continha o documento e a apresentou ao Imperador. Este último ficou furioso ao abrir e escanear o conteúdo.

— Esses desgraçados, como se atrevem…!

O papel foi amassado da mesma forma que o rosto do Imperador e jogado ao chão.

— Encontrar um parceiro para o Príncipe Herdeiro e começar a prepará-lo e treiná-lo como o próximo Imperador?! Esses idiotas enlouqueceram!

Logo, um sorriso torto surgiu no rosto do Imperador.

— Ainda estou vivo e chutando, eles acham que este trono é uma piada?

O mordomo, ao perceber a obsessão do Imperador pelo trono, que beirava à loucura, engoliu em seco nervosamente.

Decidiu ficar em silêncio, cuidadoso para não ser alvo da ira do Imperador.

— Prendam esses insolentes bastardos.

Ordenou friamente o Imperador.

Não querendo desagradá-lo, o mordomo respondeu com calma.

— Como Vossa Majestade desejar.


Eu segurava minha caneta sobre um pedaço de papel, tentando escrever, mas me encontrava hesitante.

“Sobre o que as pessoas geralmente falam com seus pais?”

Fui criada por uma mãe solteira em minha vida anterior, e nesta vida, tenho vivido de maneira desajeitada com meu pai. Como resultado, escrever uma carta para meu pai também me parecia desconfortável.

“Não acho que posso pedir ajuda à Marilyn para isso…”

Notei que o aprendiz do meu pai me observava com olhos curiosos.

— O que foi?

Como se estivesse esperando que eu perguntasse, ele respondeu.

— O que você está fazendo?

— Ah, vou escrever uma carta.

— Para quem?

— Meu pai.

Seus olhos suavizaram um pouco com minha resposta.

— Mesmo que eu realmente não ache que precise escrever uma?

“Como você saberia?”

Queria retrucar, mas mantive a boca fechada. Certamente ele era o aprendiz do meu pai e, apesar de não ter sido útil antes, senti que ainda saberia mais sobre meu pai do que eu mesma.

“Bem, ainda não tenho muita fé nele, mas…”

Deixando a caneta de lado, chamei o homem diante de mim.

— Desculpe-me.

Estava um pouco com medo de que ele me ignorasse novamente, mas ele respondeu amavelmente, como se estivesse de bom humor.

— O que foi?

— Do que você e meu pai costumam falar?

— Meu mentor?

— Sim.

Ele se sentou e acariciou o queixo, contemplando minha pergunta, antes de se recostar no sofá novamente.

— Não tenho certeza, nós realmente não conversamos muito.

A resposta inútil me desanimou.

“Por outro lado, meu pai é um homem de poucas palavras e este homem também não é muito sociável… não deveria me surpreender.”

Mais uma vez, aprendi que não devo depender demais dos outros para tudo e decidi resolver o assunto por conta própria.

“Tenho certeza de que posso escrever isso bem; afinal, fiz muito trabalho voluntário além da minha experiência como amiga por correspondência em minha vida passada.”

Perguntei-me quanto tempo havia passado, a carta finalmente estava completa depois de muito pensamento e consideração.

“Isto deve estar bem.”

Ao ler o que havia escrito, não parecia haver nenhum erro destacado, parecia bastante decente em geral.

“Sim, isso está bom o suficiente… deveria me recompensar com algo delicioso por trabalhar tão duro.”

Enquanto me elogiava por trabalhar com tanta diligência, ouvi uma voz, que soava estranhamente surpresa, vindo atrás de mim.

— Você realmente pretende usar isso?

— Sim.

Respondi seriamente. Revisitei a carta que havia escrito mais uma vez.

[Ao Pai, a quem respeito profundamente.

Como tem passado?

Parece que logo completarei 19 anos sem perceber. O tempo voa, não é? Às vezes, tendemos a esquecer coisas importantes durante esses tempos de inatividade.

Aliás, você não tem perdido seu pingente recentemente? Só queria informar que atualmente está sob minha posse.

Tinha a intenção de devolvê-lo antes, mas devido a circunstâncias inevitáveis, não pude fazê-lo. Espero que me perdoem. Estas abotoaduras são um símbolo de gratidão pela sua compreensão.

Peço desculpas novamente por não poder devolver seu valioso pingente antes devido às minhas razões pessoais.

Atenciosamente, Juvelian Eloy Floyen.]

“Não importa quantas vezes olhe, acho que escrevi realmente bem. Reconheci meu erro e pedi desculpas, tenho certeza de que meu pai não vai ficar bravo agora.”

Impecável, clara e direta: era uma carta perfeita. Estava confiante de que meu pai deixaria passar o incidente.

Então, vi o aprendiz do meu pai sorrir e murmurar.

— Sim, definitivamente será um espetáculo digno de ver.

Senti dúvidas sobre sua expressão por alguma razão, mas confiando que minha carta estava realmente bem escrita, a descartei, pensando que ele estava sendo malvado como de costume.

— Volto em seguida. Vou deixar a carta. Você sabe o que fazer se alguém tentar entrar no quarto, certo?

Ele acenou com a cabeça, entendendo o que eu estava insinuando.

— Faça o que quiser.

Se fosse antes, ele teria me ignorado, mas agora que estava ouvindo meus pedidos, queria elogiá-lo.


Ao chegar ao escritório do Imperador mais tarde do que o previsto, Regis cumprimentou o Imperador e inclinou a cabeça.

— Saudações a Vossa Majestade.

— Chegou tarde.

O Imperador esperava ver irritação no rosto do Duque para ter uma desculpa para repreendê-lo, mas o rosto do Duque estava tranquilo e indiferente.

— Sim.

“Este insolente…”

Sentiu-se desconfortável ao ver Regis tão confiante apesar de estar em desvantagem. No entanto, o Imperador manteve a compostura e falou.

— Então, descobriu quem estava por trás do ataque?

Em vez de revelar a verdade, Regis sorriu quando um pensamento passou por sua cabeça.

“Max, você chamou minha filha de ‘rato’… isto é uma vingança.”

O Duque percebeu rapidamente que aquele tumulto era obra de ninguém menos que seu aprendiz. Sabia que Max, habilidoso não apenas com a espada, mas também na manipulação de pessoas, desprezava o Imperador.

Provavelmente, o aprendiz queria um confronto entre seu pai e seu mentor, no entanto, o defeito desse plano era que Regis tinha muito mais paciência do que o aprendiz esperava.

— Não consegui encontrar a fonte do problema.

Uma sobrancelha irritada apareceu no rosto do Imperador. Não conseguia acreditar nas palavras que saíam da boca de Regis.

— Como ousa proferir essas palavras? Não conseguiu cumprir minhas ordens e ainda…

Ao ouvir a voz furiosa do Imperador, Regis de repente se lembrou do que seu aprendiz lhe dissera há algum tempo.

— Tem medo de um homem tão fraco quanto ele?

“Agora só mais um pouco.”

Seus olhos azuis estavam calmos, sem um traço de raiva, como se fossem um ser superior olhando para um humilde.

— Sua Majestade não está ciente da razão?

O Imperador de repente sentiu-se pressionado ao ver o olhar do Duque de Floyen e achou difícil respirar.

“Ele está se rebelando…?”

O Imperador estava gelado de terror, incapaz de dizer nada, então foi o Duque quem quebrou o silêncio primeiro.

— Enquanto eu estiver no Palácio, não atacarão.

A voz do Duque não tinha nenhum traço de repreensão, mas para o Imperador, que já estava sobrecarregado pela aura do Duque, parecia como se tivesse ouvido mil palavras de crítica.

Enfurecido, o Imperador apertou os punhos com força.

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