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Kisetsu 61, 3ºGenme – Araukaria, Região de Kimaran

Enquanto Lup e Telly permanecem desacordados em um canto da casa de Renāto, ele olha para algo grande e enfaixado localizado acima de sua lareira, e logo em seguida olha para o seu chapéu de mosqueteiro, pendurado ao lado. De repente, Renāto começa a ter flashes de lembranças, vendo um mosqueteiro morto em uma floresta vermelha, a face de Kosuta, amedrontado e surpreso, depois do acidente ocorrido. Enquanto surgem essas lembranças, seus olhos começam a ficar com uma coloração azulada.

Então, ele escuta a voz de um dos jovens mosqueteiros acordando, despertando de seu transe. Seus olhos voltam à cor de origem.

— … Onde estou? — diz Lup, desorientado — Renāto?

— Ai minha cabeça — complementa Telly, também acordando — O que houve?

Renāto volta sua atenção aos dois.

— Vocês não sabem cuidar de si, é isso o que houve. Na próxima vez que verem dois yetis, do tamanho de um jequitibá jovem, vindo para a direção de vocês, corram. O orgulho de vocês quase te mataram.

— Não podíamos apenas te deixar lá, senhor. Fizemos um juramento.

— Você parecia estar em perigo, mestre. E o que ganharíamos agindo como covardes?

— Não seriam covardes se fugissem. Seriam sensatos. Uma coisa é fugir de luta, outra é lutar sabendo que não possuem a menor chance de vitória. O juramento só vale se estiverem vivos, e atentar contra a própria vida vai contra do que é ser um mosqueteiro. Tem que se priorizar a vida à frente da honra.

— Sim, senhor. Entendemos…

— De fato, mestre. Mas ainda não entendi qual era a sua intenção de se amarrar em uma armadilha…

— Eu salvei vocês, então eu que faço as perguntas aqui — desconversa Renāto, sobre o assunto — Então, vão me dizer o que querem?

Os dois jovens se ajeitam, ficando sentados em seus cantos.

— Temos uma mensagem de Gurenāru II para o senhor.

— Espero que seja importante. Diga.

— Ta bem. Erh… Poderia dizer a mensagem, Telly? Ainda dói quando tento pensar muito.

— Beleza. “O Shirei-kan o convoca para discutir o caso do Gurētofue 36”.

Renāto, após ouvir aquilo, olha pela janela, onde há uma nevasca acontecendo.

— Pois bem. Acho que minhas férias geladas acabaram. Os chimaras atacaram mais mosqueteiros pelo visto, certo?

— Sim. Estamos impossibilitados de ir para a floresta em Dō no Mori até segunda ordem.

— A região nunca esteve tão dividida, senhor.

— Entendo. E cabe a mim de alguma forma resolver isso. Faz sentido…

Renāto anda pela sala, com uma jarra de chá na mão, e após tomar um gole, toma sua decisão.

— Então vamos ver o jovem Shirei kan. Mas antes de irmos, me respondam uma coisa. Por que se arriscarem tanto para trazer uma simples mensagem até aqui? Com certeza vocês sabiam do perigo. Poderiam simplesmente terem admitido que não possuem capacidade o suficiente para uma jornada dessas.

Os dois então ficam cabisbaixos ao ouvirem o questionamento do kyapen. 

— Nem pensei no perigo, gur… digo, mestre. Afinal: De qual outra forma veríamos um lendário mosqueteiro pessoalmente?

— E de que adianta estarmos sempre em nossa zona de conforto? Dessa forma nunca seremos mosqueteiros como o senhor. É por isso que saímos de Berugamotto.

Ao ouvir os jovens, Renāto dá um longo suspiro, ciente que estavam convictos do que falavam.

— Não recomendaria isso a vocês. Com grandes poderes, vem grandes consequências de brinde. Digo o porquê a caminho da Capital. O papo está bom, mas é hora de irmos. Vistam-se!

— Sim, senhor! — dizem os dois, em uníssono.

Logo depois, na porta da casa de Renāto, os dois mosqueteiros conversam entre si, já melhores de sua situação.

— Somos muito fracos, guri. Devíamos pedir para ele treinar a gente. Imagina usarmos uma Dentō tão forte quanto à dele!

— Bem, provavelmente não aguentaríamos o peso dessa nejireta. Não adianta nada ter esse poder e não saber controlá-lo.

— … Pensando melhor, vamos aprender aos poucos mesmo.

— E mais: Renāto já tem seus próprios problemas, Lup. E ainda tem que lidar com problemas que envolvem toda a Araukaria. Mas acredito que vamos encontrar nossa própria Dentō, assim como Renāto encontrou a dele.

— Certo!

E então, eles veem Renāto usando seu traje completo dos Mosqueteiros Lendários, o único traje ainda usado por um mosqueteiro que batalhou na guerra de Shirīzu senkyo. Nele, um antigo símbolo usado pelo primeiro shirei-kan Gurenāru I: o Burauza. Atrás dele, enganchado em suas costas, é visto um instrumento grande e enfaixado, parecendo mais uma viga do que uma espada. E em seu chapéu, havia 3 penas: uma branca, uma preta, e uma azul, representando a trindade dos Mosqueteiros Lendários.

Lup e Telly olham para Renāto com admiração, o qual fica desconcertado com a atenção dos dois jovens.

— O que foi? Perderam alguma coisa aqui? Vão na frente, seus pirralhos! Acho que tenho a capacidade de alcançar vocês.

Eles acordam do transe que estavam e seguem viagem. Enquanto saem para sua jornada, um pensamento vem a Renāto, enquanto repara, de relance, as penas de seu chapéu.

— Bapinoza… Dereon… Farei isso por vocês!


A lenda viva Renāto!

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Olá, eu sou Silas Santos!

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