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“Ser um mago é estar em constante busca pelo conhecimento e pelo equilíbrio, navegando entre o visto e o invisível. E cada colapso é um lembrete de que, por trás de cada encantamento, há um ser humano lutando contra suas próprias limitações.”
Discursos do Grande Explorador Zandar, Vol. sobre magia.


Malachias jazia nocauteado no solo, suas vestes rasgadas e embebidas em sangue. Se estava desmaiado ou apenas reunindo forças permanecia incerto, mas sua imobilidade era inegável. Apesar do estado físico abatido, sua magia persistia, continuando a operar. 

Conforme as extremidades do engenhoso tubo criado pelo mago se desdobravam, duas hordas emergiam das profundezas do subterrâneo. Essas criaturas foram empurradas pela magia do jovem mago que acelerou muito o deslocar dos monstros. 

O primeiro grupo dos monstros, como sombras vivas, cercava implacavelmente Sergio e Isabella, suas formas etéreas retorcendo-se na penumbra enquanto se aproximavam.

Ao mesmo tempo, outro segmento da horda convergia em direção a Astrid, que permanecia no lugar onde estava parada, e se dirigia à área anteriormente ocupada por Cedir, agora dominada pelo dragão que o engolira.

O aumento constante de novas criaturas e monstros, provenientes das profundezas desconhecidas, preenchia o ambiente com uma atmosfera de desespero. A claridade emitida pela superfície aberta pelo dragão tornava-se uma lâmpada inclemente, iluminando os contornos grotescos e sinistros das criaturas que se aproximavam. Cada movimento delas era agora discernível.

O rugido gutural e contínuo das criaturas, resultado da fusão complexa entre minérios, calor e vida, reverberava pelas profundezas daquele abismo. Impulsionadas pelo deslocamento, as criaturas arrastavam-se pelo subsolo, criando um eco sinistro à medida que seus corpos colidiam e raspavam contra o ambiente subterrâneo. 

O som distorcido ecoava como um prenúncio de perigo, anunciando a chegada implacável da horda que continuava sendo empurrada e espremida pela magia do mago Malachias. 

Em uma marcha imposta pela magia, todos se preparavam para enfrentar os filamentos etéreos, delicados como tentáculos, que oscilavam em suas extremidades, entrelaçando-se com a obscuridade circundante e conferindo-lhes uma aura sobrenatural. 

Ao lado dessas entidades etéreas, outras formas e criaturas rastejavam como bestas deformadas, sua aparência lembrando minhocas distorcidas, mas de proporções aterrorizantes. Arcadas dentárias sobrepostas, afiadas como lâminas, eram exibidas em suas bocas, prontas para devorar tudo em seu caminho. O solo marcado pela gosma corrosiva que deixavam para trás, um ácido que corroía o ambiente e contribuía para a frenética criação de novos túneis a cada movimento. 

Também orbes flutuantes e elétricas zumbiam e faiscavam, emanando uma luminosidade etérea que contrastava drasticamente com a escuridão circundante. Cada uma delas pulsava com energia elétrica, criando um espetáculo deslumbrante e aterrorizante ao mesmo tempo.

A visão das diversas criaturas pertencentes à horda avançando parecia uma pintura surreal, um pesadelo ganhando vida nas profundezas do subterrâneo. Sergio, Isabella e Astrid agora enfrentavam as primeiras ameaças descomunais, sentindo a pressão esmagadora da horda a cada golpe, a cada defesa, uma força que parecia querer consumir tudo em seu caminho. 

Harley, por sua vez, havia se distanciado significativamente do local onde Sergio e Isabella estavam. Nessa nova posição, ele também estava distante consideravelmente do mago Malachias, atingido pelo impacto do ataque de Astrid. 

Curiosamente, as distâncias entre o mago caído e os dois outros jovens, assim como entre Harley e o mago, eram aparentemente semelhantes, mas ambas as áreas estavam agora ocupadas por uma horda de criaturas que os separava.

O jovem, diante do caos que se desdobrava nas profundezas do subterrâneo, ponderava suas opções com agilidade mental. Seu instinto de sobrevivência clamava por uma fuga estratégica, aproveitando o tumulto provocado pela horda de monstros para se afastar de seus inimigos.

A posição mais periférica em relação à ameaça crescente facilitava sua escapada, e a distração dos demais magos com a horda oferecia uma janela de oportunidade. 

Ironicamente, Harley refletia sobre a possibilidade de assumir a verdade interna que o caracterizava como “Rei das Fugas”. Compreendendo que a retirada estratégica era a opção mais sensata diante das forças individuais e unidas que se avolumavam à sua volta, ele se viu confrontado pela ironia de ter de fugir, mais uma vez.

A sombra da experiência de morte impregnada em sua jornada anterior sussurrava em seus ouvidos, instigando-o a escolher o caminho da prudência e da sobrevivência.

Entretanto, a perspectiva de uma fuga novamente deixava um sabor amargo nos pensamentos de Harley, como se sua mente estivesse em desacordo com seus próprios instintos. Para executar tal plano, ele precisaria, antes de tudo, conceber uma estratégia capaz de desafiar a previsibilidade imposta pelo dom de Astrid, que conseguia vislumbrar o futuro.

Outra ideia surgia na mente dele: poderia utilizar o dragão recém-libertado e a horda de criaturas misteriosas como peças em um jogo estratégico. Seriam eles uma distração eficaz para seus inimigos? Ou havia algo mais, um elemento não detectado no calor da batalha, que poderia virar o jogo a seu favor? Ele explorava mentalmente cada possibilidade, avaliando os riscos e benefícios de suas escolhas.

Como em um estalar de dedos, Harley e Sergio, em um momento de sincronia improvável, vislumbraram uma oportunidade única no caos da batalha. Ambos perceberam que o estado grogue de Malachias oferecia uma vantagem temporária que poderia ser explorada para enfraquecer um adversário formidável. 

O pensamento rápido do jovem o impulsionou na direção do mago, seu punhal negro firmemente empunhado. A corrida dele era muito mais facilitada pela quantidade menor de criaturas, contudo isso não impediu o encontro com as investidas de seres sombrios em um combate caótico de agilidade e precisão.

Ao mesmo tempo, Sergio via na fragilidade momentânea de Malachias uma oportunidade única para se apossar dos artefatos e do poder que o mago carregava consigo. Seus olhos brilhavam com cobiça enquanto ele avançava em direção ao mago, destemido diante das criaturas que tentavam obstruir seu caminho. 

Ambos, Harley e Sergio, moviam-se entre as ameaças, habilmente desviando e reagindo aos ataques das criaturas que cruzavam seus caminhos.

O cenário tornou-se caótico, com as criaturas formando uma barreira tumultuada entre os dois jovens e o mago vulnerável. Harley, ágil e destemido, deslizava entre as sombras escuras, enquanto Sergio, determinado e voraz, enfrentava as criaturas com chutes precisos e movimentos rápidos de sua lâmina. 

Isabella, percebendo a intenção do jovem que era seu marido, arquitetou uma chuva de adagas mágicas para facilitar o caminho dele. O solo retumbava com os rugidos das criaturas enquanto os dois jovens persistiam em sua corrida contra o tempo.

Harley, chegando antes de Sergio, investiu contra Malachias com um golpe preciso e incisivo de sua adaga negra. O punhal cortava o ar em direção à garganta do mago, revelando a sua intenção de atacar uma área vital e aproveitar rapidamente a oportunidade. 

Contudo, mesmo imóvel, o mago contava com uma proteção, surpreendendo o jovem que continuou com seu punhal negro, cortando o ar, buscando encontrar qualquer brecha na defesa do mago, mas sua tentativa revelava-se inútil diante da sólida barreira invisível que o protegia. 

Harley parou seus movimentos com a adaga negra ao notar a impossibilidade de quebrar a proteção mágica. A frustração tomou conta dele, mas, repentinamente, uma revelação ainda mais chocante o atingiu: Malachias não respirava mais. O mago tinha sido morto pelo ataque traiçoeiro de Astrid. 

Sergio estava cada vez mais veloz e aproximava-se do local onde Harley e Malachias se encontravam. De forma inesperada, um brilho capturou sua atenção, revelando um colar caído próximo de sua rota. 

O objeto assemelhava-se estranhamente ao artefato mágico que Malachias portava em seu pescoço. Movido pela curiosidade e ambição, o líder do clã Dragões de Sangue conjecturou que, com o ataque traiçoeiro desferido por Astrid no mago, o colar provavelmente se desprendeu do pescoço do mesmo. 

Assim, diante dos esforços infrutíferos de Harley contra a barreira mágica que protegia o mago, Sergio abandonou a ideia de adquirir diretamente os artefatos do corpo do mago e redirecionou seu caminho em direção ao colar.

Em meio ao caos e à incerteza da batalha, o líder Dragão de Sangue visualizou no colar uma nova oportunidade de obter um poderoso artefato mágico, optando por um curso de ação mais apropriado.

Já Harley, ao observar a mudança na trajetória de Sergio, teve uma súbita lembrança de sua adaga branca. Até aquele momento, ele a utilizava principalmente em movimentos defensivos, pois nutria um receio de esgotar seu poder mágico antes de compreender plenamente as características e potencialidades da adaga. 

No entanto, a perspectiva de adquirir um artefato mágico com o poder de manipular o tempo e moldar sua energia em diversas formas justificava o risco.

Erguendo a adaga branca, em um movimento preciso e coordenado, o artefato cortou a barreira invisível com uma facilidade inimaginável. A resistência da barreira era mínima diante da afiada lâmina da adaga, como se estivesse cortando através do ar. A barreira se desfez diante do golpe certeiro, revelando o corpo imóvel do mago.

Ao se aproximar do corpo, ele percebeu que Malachias não respirava mais. A traição mágica de Astrid havia surtido efeito, e o mago jazia ali, derrotado. No entanto, Harley sabia que a batalha ainda não estava ganha. 

Havia outros desafios à frente, incluindo o iminente confronto com Sergio, que agora se aproximava do colar caído que se assemelhava ao artefato mágico que o mago possuía.

O cenário estava tenso e imprevisível. O jovem segurou o anel de controle temporal de Malachias, contemplando as possibilidades que aquela relíquia oferecia. O poder de manipular o tempo era uma vantagem extraordinária, e Harley vislumbrou estratégias complexas e ousadas que poderiam vir a calhar nas reviravoltas da batalha.

Enquanto isso, Sergio, ao alcançar o colar caído, notou a semelhança com o artefato de Malachias. A curiosidade e ambição brilhavam em seus olhos. As escolhas de cada um naquele momento crucial moldariam o desfecho da batalha subterrânea, onde magia, traições e artefatos mágicos se entrelaçavam em um jogo de destinos incertos.

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Olá, eu sou Val Ferri Sant. Ana!

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